Nota para a história do
Clube da Madrugada recolhida no jornal A
Gazeta, de 20 de agosto de 1955, portanto, antes do primeiro aniversário
deste Movimento, como bem o define o acadêmico Zemaria Pinto.
A residência do
desembargador André Vidal de Araújo (*) voltou a acolher, ontem, os
inteligentes moços que constituem o Clube da Madrugada que, na ocasião,
prestaram significativa homenagem ao poeta, escritor e jornalista caboclo Ramayana
de Chevalier, presentemente nesta capital.
Precisamente às 20h30,
o poeta Jorge Tufic abriu os trabalhos, cedendo a palavra ao acadêmico de
Direito Miguel Barrela, que, interpretando o pensamento do Clube da Madrugada,
exaltou as qualidades do escritor e poeta Ramayana de Chevalier, para no final
salientar que o Clube da Madrugada sentia-se feliz ao recepcionar o ilustre
convidado, bem como conceder-lhe o título de Sócio Emérito.
Facultada a palavra,
tomou-a o desembargador André Araújo cuja oração eloquente foi um retrospecto
do porquê da fundação do Clube da Madrugada. Frisou o ilustre sociólogo
amazonense as maravilhosas peças intelectuais que os moços da referida entidade
têm produzido e que, em futuro não muito distante, estarão sendo glorificadas
pelas mais luminares personalidades do nosso mundo literário.
Em seguida, falou o
homenageado, Ramayana de Chevalier, para salientar o seu vivo contentamento ao
ser recebido pelo Clube da Madrugada. Chevalier frisou, na sua oração
eloquente, que a Amazônia gigante dentro de mais alguns anos estará recebendo
de todas as partes o braço amigo, a inteligência fulgurante das nações do Universo.
Louvou o movimento revolucionário do Clube da Madrugada e agradeceu, comovidamente,
o título de Sócio Emérito que lhe era concedido.
Passados os trabalhos
à 2a. parte, Luiz Bacellar leu poesias de sua autoria e de Jorge Tufic, as
quais mereceram acalorados aplausos. A pedido, Ramayana leu artigos de sua
autoria sobre os mistérios da Amazônia, que também mereceram aplausos.
Encerrando a festiva
solenidade, o poeta Jorge Tufic agradeceu a presença de todos e ratificou os
propósitos do Clube da Madrugada, em trabalhar pela expansão das obras
literárias do Estado.
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