CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quinta-feira, janeiro 10, 2013

ALUIZIO FERREIRA DA SILVA (1938-2012)



Aluizio Ferreira e o Fusca-Taxi
Seu Aluizio morreu hoje de madrugada, enfrentando na UTI do Hospital 28 de Agosto, desde o início do ano, enfermidades que sua idade ampliava e o deixava cada vez mais abatido. Há longo tempo morador da rua São Domingos, 95, no Aleixo, foi velado na funerária Sagaz e sepultado no cemitério São João Batista. Ali ele se reencontrou com a finada esposa, morta há dez anos.
Mas, quem é seu Aluizio? Para mim, é o pai do Ed Lincon. Ed  tornou-se meu amigo pesquisando em diversos acervos da cidade. Que colaborou comigo na conquista de um prêmio na Academia Amazonense de Letras (2006). E que se seguiram outras tantas pesquisas. Atualmente, ele tem me abastecido de recortes de jornais, material que reproduzo no Blog do coronel Roberto.
Seu Aluizio, torcedor do Fluminense, também é o saudoso pai da Heloisa e da Eliane, e do Júnior, os quais moram harmoniosamente no mesmo endereço. Tem mais. Ele era irmão do Wilson Ferreira, um valente jogador de futebol dos tempos do Parque Amazonense. Os admitidos na terceira idade o conheceram por Catita, jogador do Atlético Rio Negro Clube. Aliás, seu Aluizio tentou o futebol ao lado do irmão, mas o finado Josué avô o dispensou por considerá-lo violento com os adversários.
Então ele encontrou emprego como motorista, primeiro na Soresa, representante local da VASP. Apenas seis meses. Passou então a dirigir a Kombi da Selvatur, de Vasco Vasques, um dos proprietários do Hotel Amazonas. Foram anos e anos transportando frequentadores e hóspedes do hotel e circulando pela cidade.
Ed Lincon em palestra
Encerrado o contrato com a Selvatur, tomou a indenização e adquiriu seu taxi, um modesto Fusca. Com ele voltou à praça e seguiu circulando. Nesse vai e vem, gravou os caminhos e as caras de Manaus, por isso, declaro nesse instante ter perdido o “assessor para assuntos de ruas e fachadas da capital”. Era ele quem nos tirava de enrascadas, quando eu ou o Ed precisava identificar alguma edificação ou logradouro.
Seu Aluizio nasceu no Boulevard Amazonas, hoje Álvaro Maia, próximo a um terreno baldio que deu lugar ao Hospital Getúlio Vargas. Agora, ele descansa ali próximo, no cemitério São João Batista.
Para as minhas despedidas, vou lembrar seu amor pela rua que morava. O vereador Expedito Teodoro, quando vereador, conseguiu aprovar um decreto que modificava um número expressivo de ruas. Conseguiu em parte efetivar o edito.  Falhou somente quando resolveu substituir a denominação da rua São Domingos para Constelação de Touro... seu Aluizio contribuiu para que os homens da rua não aceitassem.
Descansa em paz, meu amigo, que São Domingos lhe estenda a mão.

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