Folha de rosto da edição |
Aos
25 anos, em 1931, o saudoso historiador Arthur Cezar Ferreira Reis publicou seu
primeiro livro: História do Amazonas, impresso em Manaus pela
editora de Augusto
Reis, 269p. Em nossos dias, uma edição rara, mas ainda se encontra exemplar na
Biblioteca Pública e na Mário Ypiranga Monteiro. Somente em 1989, muito depois
de o autor deixar o governo do Amazonas (1964-67), a Superintendência Cultural
do Amazonas, em parceria com a editora Itatiaia, encetou a publicação da 2ª
edição, em Belo Horizonte. Esta edição é bem mais conhecida.
Curioso é que o jovem Arthur Reis nunca
mais se importou em dar sequência à sua História.
Permaneceu ali na posse de Eduardo Ribeiro, em 1892. Logo ele que esmiuçou, que
escreveu em abundância sobre os acontecimentos, locais e personagens amazônicos.
Acredito eu ter encontrado uma
explicação: a dúvida que seus contemporâneos lançaram sobre sua obra primeira,
de que seria plágio ou cópia sem brilho. Veja a documentação aqui exposta, reproduzida
do Jornal do Commercio, de 9 dezembro
de 1931, com as atualizações impostas pela ortografia.
AOS MEUS CONTERRÂNEOS
Recorte do Jornal do Commercio Levo à mocidade de minha terra uma explicação a respeito da História do Amazonas, de que se pretendeu arrebatar-me a autoria, insinuando-se, capciosamente, ora ser ela cópia de um livro do Sr. Bertino de Miranda Lima, ora deixando transparecer ser cópia de um livro do Sr. João Batista de Faria e Souza.Nem de um, nem de outro. A minha História do Amazonas tem 260 páginas de texto. A Cidade de Manáos, do Sr. Bertino de Miranda Lima é um opúsculo de 117 páginas, das quais mais de 40 versam sobre história paraense.O Sr. Bertino de Miranda Lima faleceu no Rio de Janeiro em 1919. Dos trabalhos que me serviram de fonte e vêem todos honestamente, probidosamente citados na História do Amazonas, 37 são publicações posteriores à morte daquele erudito.O Sr. João Batista de Faria e Souza nunca escreveu uma História do Amazonas. Nem ele, nem o Sr. Bertino de Miranda Lima.As provas do que digo? Falem os documentos que vão a seguir, inclusive o parecer que solicitei a três homens comprovadamente ilustres e competentes, desembargadores Sá Peixoto e Ricardo Amorim e reverendo padre Estélio J. D´Allison, que, em comissão, confrontaram A Cidade de Manáos, único livro do Sr. Bertino de Miranda Lima, com a História do Amazonas, de minha autoria, emitindo um parecer esmagador.
Nota: seguem os documentos expostos no
periódico.
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