CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quinta-feira, outubro 27, 2022

PMAM: SEUS PRIMÓRDIOS (6)

 Novo tópico sobre o período provincial da Polícia Militar do Amazonas, compartilhado do livro Guarda Policial (1837-1889). A partir desse tópico, elaboro uma retrospectiva cronológica.

Lugar da Barra do Rio Negro

1840 Anistia e deposição das armas

Mediante proposição das autoridades provinciais, o Governo Geral, em 4 de novembro de 1839, concede anistia aos cabanos. Em consequência desta medida foi possível encerrar o período tenebroso da Cabanagem. Em 25 de março, “No décimo nono ano da Independência e do Império”, um faustoso acontecimento realiza-se na vila de Luseia, hoje Maués, município do Amazonas, diante do major (de 3ª classe do Exército) José Coelho de Miranda Leão, ocasião em que os anistiados combatentes finalmente depuseram as armas.

Encerrada a refrega cabocla, Miranda Leão, oficial com mais de 37 anos de serviço “sem nota”, prosperou na condição de comerciante, tendo sido eleito o 1º presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA), empossado em 18 de junho de 1871.


1848 Comando Geral Militar do Alto Amazonas

Em ofício de 10 de abril, o tenente-coronel EB Albino dos Santos Pereira comunica ao comandante das Armas da Província, coronel Francisco José Martins, sediado em Belém (PA), sua posse no Comando Geral Militar do Amazonas. Havia substituído ao coronel reformado João Henrique de Matos (empossado em janeiro de 1847).

Santos Pereira aproveita ainda essa comunicação para descrever, entre outras notícias recorrentes, os entraves burocráticos alcançados, motivos para o descumprimento de incumbência regulamentar. Ou seja, remeter os “mapas, inventários e relações” sobre o pessoal e material encontrados.

Determinado a esclarecer o equivocado registro de que aquele tenente-coronel teria sido o primeiro comandante da Guarda Policial do Amazonas e, desse modo, da Polícia Militar do Amazonas, reproduzo o mencionado documento, acatando a reforma ortográfica vigente.

 

Ao Comandante das Armas

Tendo chegado a esta Vila no dia 30 do mês pp., e tomado posse do Comando Geral Militar no dia 1º do corrente, em observância das ordens de V.S. expedidas em ofício de 19 de fevereiro pp., assim o participo a V. Sa. como me incumbe o meu dever, e igualmente cabe-me a honra de comunicar a V. Sa. que me não é ainda possível remeter os mapas, inventários e relações que demonstram o estado do pessoal e do material existente na Comarca, por isso que ainda não estou de posse do arquivo do Comando; entretanto, tenho feito alterações que o bem da disciplina e outras circunstâncias têm exigido, e de que darei conta à V. Sa. em tempo competente

Deus guarde a V. S.

Albino dos Santos Pereira, tenente-coronel

Comandante-Geral Militar da Comarca

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