Tópico elaborado para a retrospectiva sobre o acidente com o Constellation PP-PDE, da Panair do Brasil, em dezembro de 1962, nas proximidades de Manaus.
Recorte da notícia do desastre (16.dez.1962)
1962 foi um ano repleto de emoções na capital do
Amazonas: em 26 de janeiro, o legendário 27 BC ocupou seu novo aquartelamento -
primeiro quartel edificado para o Exército em Manaus, no período republicano -,
construído no bairro de São Jorge, hoje abrigando seu sucedâneo, o 1º BIS(Aem);
em 15 de março, a VASP inaugurou sua ligação com o aeroporto de Ponta Pelada e
sua agência local; a fim de prestigiar o evento a direção maior da empresa
conduziu em avião DC-6 uma prestigiosa comitiva que, no dia imediato (16),
efetuou o lançamento da pedra fundamental da Brasiljuta, empreendimento da
Companhia Brasileira de Fiação e Tecelagem de Juta, na estrada do Paredão, ora
avenida Presidente Kennedy; 02 de abril, assume o comando do GEF (Grupamento de
Elementos de Fronteira) precursor do CMA, o general de
brigada Augusto
Cesar de Castro Moniz de Aragão (1906-93). No ato, ocorreu uma indiscrição
intrigante: o governador Mestrinho se fez representar pelo chefe do Gabinete
Militar, capitão médico do EB David Luigi Farini, comissionado tenente-coronel
PM; em 17 de abril, aconteceu a posse do major EB Ormail Stokler de Oliveira
Junqueira no comando da Polícia Militar do Estado.
Em 17 de junho (não posso olvidar
essa data, data do meu natalício), foi tempo de festejar o Brasil - campeão da Copa
do Mundo de futebol, conquistada na cidade de Santiago do Chile. No entanto, em
Manaus a celebração chegou tão somente na “imagem” difundida pelas emissoras de
rádio. Ainda nos faltavam duas Copas para se assistir “ao vivo”. Em 15 de julho,
um ataque de índios Apurinã em propriedade particular matou e feriu familiares
e empregados da casa, e alvoroçou até os morubixabas da capital. O sítio localizado
no “município” de Abufari (um dos tantos criados no governo anterior, cuja
inviabilidade econômica fez morrer no nascedouro), disposto na calha do rio
Purus, fronteiriço ao de Canutama. Há muito desativado, seu território integra o
de Tapauá. A notícia chegou a Manaus dia 20, ocasião em que foi enviada ao
local tropa da Polícia Militar em avião da Petrobras. O tenente Oswaldo Anacleto
de Moraes Lisboa (34 anos) era o comandante; conseguiu com brevidade definir
a questão e retornou a Manaus em 02 de agosto, com os acusados. Dias depois, porém,
este oficial foi internado no hospital da Santa Casa e, a despeito das diligências
médicas faleceu dia 15, sem que os legistas apontassem a verdadeira causa
mortis. A cidade ficou consternada, em particular a Praça da Polícia, e
mais ainda a família Lisboa que chorou a misteriosa morte de seu chefe. (segue)
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