CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

terça-feira, agosto 13, 2024

PMAM: SEUS PRIMÓRDIOS (37)

Último capítulo da história da Polícia Militar do Amazonas, relativo ao período provincial, compartilhado do meu almejado livro Guarda Policial (1837-1889). 


Colônia Oliveira Machado

O bacharel Joaquim de Oliveira Machado toma posse na presidência do Amazonas, em 10 de fevereiro de 1888. Nascido em Barra do Pirai (RJ), a 20 de abril de 1842, faleceu aos 78 anos, em Niterói (RJ). Bacharelou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco (SP).

Ao assumir o governo provincial amazonense vê-se diante de intransponíveis dificuldades financeiras, porém, atendendo aos apelos locais resolve enfrentar a crise. Todavia, é curto seu período de governo, avança por 140 dias, até 1º de julho!

Oliveira Machado
As aperturas provinciais refletiam a crise geral enfrentada pelo Governo Imperial, motivada pela avalanche republicana exigida pelas mais representativas camadas sociais. Na margem esquerda do rio Negro, o esforço de Machado teve recompensa, ao menos pela singela homenagem recebida das autoridades. Uma localidade existente nos arrabaldes de Manaus, à beira do rio Negro, ocupada por migrantes nordestinos, tomou seu nome e, em nossos dias, constitui o bairro Colônia Oliveira Machado, integrante da Zona Sul em que se encontra mapeada a Manaus do início do século XXI.

 

Barão do Solimões

Em 1.º de julho de 1889, Manuel Francisco Machado (nascido em Óbidos (PA) em 1838, onde faleceu em 1928), o único barão do Solimões, é empossado na presidência da província. Dois dias depois, desembarca em Manaus o conde d’Eu (1842-1922), esposo da princesa Isabel. Na capital, o primeiro genro imperial visitou as repartições públicas, e, em seguida, acompanhado de parlamentares regionais viajou em inspeção até o forte de Tabatinga, no rio Solimões, marco da fronteira com as repúblicas da Colômbia e do Peru. O baronato teve curtíssima duração, pois se extinguiu em 21 de novembro, quando Manaus conheceu a reviravolta política com a instalação da República.

Conde d'Eu, esposo da princesa Isabel


De imediato, uma Junta Governativa assume o governo do Estado.

Há, todavia, um feito singular a se creditar ao barão do Solimões: competiu-lhe cerrar no Amazonas as cortinas do Governo Imperial. Esse feito lembra outra coincidência, também de cunho regionalista. São dois paraenses a inaugurar (Tenreiro Aranha) e a encerrar (barão do Solimões) a administração provincial no Amazonas.

 

Comandante da transição

Em 12 de setembro de 1889, assume o comando do Corpo Policial do Amazonas o major (possivelmente do Exército) José Pereira da Rocha Filgueira, comissionado no posto de tenente-coronel. Ainda não fui capaz de encontrar outros dados sobre este oficial. Nenhuma indicação foi encontrada tanto no Arquivo Histórico do Exército, consultado com tenacidade, quanto nos arquivos da Polícia Militar do Amazonas.

Não creio que esse comandante fosse oficial superior do Exército, porque na capital amazonense não havia disponibilidade de oficiais, ainda mais do posto de major. E mais, com semelhante patente, nenhum ainda não servira na Força Estadual. Mesmo buscando entre os reformados, Filgueira não foi localizado, resta, pois, a última alternativa: pertencer a Guarda Nacional, transmito esse impasse aos pósteros. Oriundo de onde tenha origem, constitui-se o comandante executor da transição do Império à República, na corporação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário