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quarta-feira, agosto 21, 2024

POLICIAMENTO DE TRÂNSITO EM MANAUS (1)

Cartão Postal focando o
bonde na Ponte de Ferro
Para tratar sobre este tipo de policiamento convém lembrar a circulação de bondes elétricos entre 1897 e 1957, em Manaus. 

Há um registro icônico de 1927, com um guarda no cruzamento das avenidas Joaquim Nabuco com Sete de Setembro, o esquecido Canto do Quintela. O guardião estava sobre os trilhos de bonde, quê fazendo? Vamos ao primeiro capítulo.
  

A fim de melhor harmonizar o entendimento sobre a evolução do policiamento de trânsito em Manaus, convém uma exposição de apropriados antecedentes: a circulação de automóveis em Manaus era bem diminuta na década de 1950. Todavia, com a instalação de montadoras de automóveis no Brasil, o número foi crescendo paulatinamente e, por óbvio, exigindo mais cuidados com o tráfego, cuja maior evidência eram os primitivos ônibus de madeira. Antecipando o Detran (Departamento de Trânsito), funcionou por décadas a Delegacia de Tráfego, seguida da DET (Delegacia Especializada de Trânsito), ambas instaladas à rua José Paranaguá esquina da rua Floriano Peixoto, nas proximidades do quartel da PMAM (Polícia Militar do Amazonas). Nessa esquina, não obstante o crescimento de veículos, operou a primeira sede do Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

A partir de 1964, com a instalação do Governo Militar, e com a PMAM se renovando, esta Força tomou novos encargos, um dos quais em relação ao trânsito, tendo incumbido à 2ª Cia Fzo (Companhia de Fuzileiros) o controle do fluxo de veículos. É conveniente esclarecer que a reduzida Força Estadual – cerca de trezentos homens – operava com a equivalência de um batalhão do Exército. Desse modo, no quartel da Praça da Polícia existia a 1ª companhia, que cuidava das guardas em geral; a 2ª, já circunstanciada; e a 3ª, intitulada de GPO (Grupamento de Policiamento Ostensivo), que abrigava o policiamento do “Cosme e Damião”; o pessoal de administração, mecânicos e artífices, mais os integrantes da Banda de Música estavam sob o guarda-chuva da CCSv (Companhia de Comando e Serviços).

Em fevereiro de 1967, o governo federal de Castelo Branco restaurou a Zona Franca de Manaus. Em decorrência dessa inciativa, o porto de importação atraiu para a capital amazonense um número respeitável de nacionais e estrangeiros. Além de lojas de todas as dimensões, e a locomoção desses visitantes redimensionou a circulação de carros na então pacata cidade, tanto que determinou novo recorte de policiamento, em geral.

Na ocasião, o controle do trânsito efetuado pela Segunda teve um comandante assaz cumpridor de metas (caxias, em linguajar da caserna): tenente Ruy Freire. Exigente no trajar e na disciplina, exigia o mesmo procedimento de subordinados, que tiravam serviço em pontos fixos e móveis da cidade, todos dotados do temido “talão de multas”. Ao tempo, cada policial cuidava de resolver in loco os problemas encontrados, pois, não havia como contactar com o quartel. Afora o sargento “rondante”. As artérias mais preocupantes, em decorrência do comércio que carecia de carga e descarga e pela aglomeração de fregueses, situavam-se em redor do Mercado Público. Outra bastante agitada, era a rua Marechal Deodoro (antes de se tornar exclusiva de pedestre). (segue)

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