A postagem foi sacada da coluna Velhos Tempos, de autoria do falecido memorialista André Jobim. Sua especialidade foi relembrar os usos e costumes de antanho, reportou sobre fatos acontecidos na cidade de Manaus. Escreveu em O Jornal, sempre aos domingos. O mote desta publicação foi descrever as brincadeiras infantis, ocorridas nas ruas, aproveitando a presença das famílias.
Datada de 1960, as melodias, são com certeza esquecidas da maioria da população. Vou tentar recordar uma delas: Ciranda, cirandinha / vamos todos cirandas / vamos dar a meia volta / volta e meia vamos dar...
Retalho de O Jornal |
Para melhor
evocação do passado, compramos um Long-Playing, BOL-12 da RCA Victor, onde um
coro infantil sob a direção de Irany de Oliveira, gravou as cantigas de roda da
meninada brasileira. A gravação aludida fez com que a nossa retina rodasse de
modo inverso, focalizando as ruas e os bairros de Manaus, onde gozamos a nossa infância.
Não foi difícil
ver e ouvir o coro de meninada de diversas ruas, sem o receio do racismo e da
riqueza, toda ela a brincar...
Na rua Emilio
Moreira, as meninas faziam roda e ouvia-se: Eu fui no Tororó; Ciranda,
cirandinha; Na mão direita; Senhora viúva; Carneirinho,
carneirão; Terezinha de Jesus e tantas outras melodias que dava
alegria no horário comum das 19 às 21choras...
Havia os lampiões
de arco voltaico da Manáos Tramways Ltd.. que inundavam de luz e de
encanto esta linda e risonha cidade, e lá nas rodas alegres estavam Iandecy,
Eurídice, Delzuita, Otília, Navina e tantas outras mocinhas-meninas, hoje
senhoras já mãe de filhos, lembrando como nós os “Velhos Tempos” ...
Era a
primavera em flor, a infância descuidada e despretensiosa...
Em São Raimundo
via-se também outras rodas com Silvia Bandeira, Maria de Lourdes Normando, Elda
Benigno, Irene e Maria Moura, Raimunda Thompson, Izaida e tantas outras que faziam
o encanto daquele populoso bairro...
Hoje, ora
hoje nada mais há que faça voltar aquele encanto, trata-se apenas dos vesperais,
dos namorados e mais não há, senão por acaso, aqui e ali, em bairros distantes as
mesmas rodinhas numa lembrança fixada para o amanhã.
Nós, os meninos, brincávamos de Cipó queimad0; Manja; Batalhões" e o "football" das praças e das ruas... Era conhecido o bate-bola da rua Lobo d’Almada, no terreno onde está hoje o Cardoso Fontes, e a Praça da República, onde está o edifício do IAPTEC... Ali pontilhavam os “cracks” João Magro, Arthur e Antenor Langbeck, Nozor e Joel Vale...
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