CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

terça-feira, novembro 16, 2021

LEMBRANÇAS ANTIGAS DE MANAUS

A postagem foi sacada da coluna Velhos Tempos, de autoria do falecido memorialista André Jobim. Sua especialidade foi relembrar os usos e costumes de antanho, reportou sobre fatos acontecidos na cidade de Manaus. Escreveu em O Jornal, sempre aos domingos. O mote desta publicação foi descrever as brincadeiras infantis, ocorridas nas ruas, aproveitando a presença das famílias. 

Datada de 1960, as melodias, são com certeza esquecidas da maioria da população. Vou tentar recordar uma delas:  Ciranda, cirandinha / vamos todos cirandas / vamos dar a meia volta / volta e meia vamos dar...

Retalho de O Jornal

Para melhor evocação do passado, compramos um Long-Playing, BOL-12 da RCA Victor, onde um coro infantil sob a direção de Irany de Oliveira, gravou as cantigas de roda da meninada brasileira. A gravação aludida fez com que a nossa retina rodasse de modo inverso, focalizando as ruas e os bairros de Manaus, onde gozamos a nossa infância.

Não foi difícil ver e ouvir o coro de meninada de diversas ruas, sem o receio do racismo e da riqueza, toda ela a brincar...

Na rua Emilio Moreira, as meninas faziam roda e ouvia-se: Eu fui no Tororó; Ciranda, cirandinha; Na mão direita; Senhora viúva; Carneirinho, carneirão; Terezinha de Jesus e tantas outras melodias que dava alegria no horário comum das 19 às 21choras...

Havia os lampiões de arco voltaico da Manáos Tramways Ltd.. que inundavam de luz e de encanto esta linda e risonha cidade, e lá nas rodas alegres estavam Iandecy, Eurídice, Delzuita, Otília, Navina e tantas outras mocinhas-meninas, hoje senhoras já mãe de filhos, lembrando como nós os “Velhos Tempos” ...

Era a primavera em flor, a infância descuidada e despretensiosa...

Em São Raimundo via-se também outras rodas com Silvia Bandeira, Maria de Lourdes Normando, Elda Benigno, Irene e Maria Moura, Raimunda Thompson, Izaida e tantas outras que faziam o encanto daquele populoso bairro...

Hoje, ora hoje nada mais há que faça voltar aquele encanto, trata-se apenas dos vesperais, dos namorados e mais não há, senão por acaso, aqui e ali, em bairros distantes as mesmas rodinhas numa lembrança fixada para o amanhã.

Nós, os meninos, brincávamos de Cipó queimad0; Manja; Batalhões" e o "football" das praças e das ruas... Era conhecido o bate-bola da rua Lobo d’Almada, no terreno onde está hoje o Cardoso Fontes, e a Praça da República, onde está o edifício do IAPTEC... Ali pontilhavam os “cracks” João Magro, Arthur e Antenor Langbeck, Nozor e Joel Vale... 

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