CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sexta-feira, abril 02, 2021

SEXTA-FEIRA SANTA

 A Semana Santa impõe-nos reflexões, ainda mais nesses tempos de ira! A oração aqui compartilhada pertence ao meu irmão Renato Mendonça, que a datou do Domingo de Ramos. Todavia, ela nos faz bem, nos faz meditar sobre as verdades que esta semana expõe, culminando no Domingo de Páscoa. Aleluia!

Detalhes do altar-mor da catedral de Nossa
Senhora da Conceição, em Manaus

REFLEXÕES SOBRE O DOMINGO DE RAMOS

Hoje celebra-se em toda a comunidade cristã o “Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor”, conforme a liturgia romana. A grande maioria das pessoas só se lembra de Ramos, esquecem a Paixão. Talvez seja esta a melhor maneira de valorizarmos o fenômeno Jesus que, embora sendo o Filho de Deus, naqueles dias era um humano entre nós.

Para se dispor à entrada “triunfal” em Jerusalém, para a comemoração da Páscoa judaica (festa do Pessach), Jesus usou um burrico, emprestado; depois disso, para a celebrar a Ceia, também contou com a ajuda de um desconhecido bíblico, que Lhe cedeu o espaço físico. Para todos esses atos, Ele já sabia como se sucederiam, como uma espécie de premonição. Ele tinha seus presságios: o julgamento inescrupuloso, a condenação vil, os açoites desumanos e todo o seu caminho até o calvário, tudo isso já Lhe fora antecipado por Deus. E todas essas tarefas tinham em si a marca da humildade. Como nos ensina o apóstolo Paulo: “mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Fl 2,7-8).

Atitudes que nos mostram como se apresenta o olhar de Deus dentro de nós, que humanizado em Jesus, desejou semear sementes férteis em nossa alma, em nossos corações. É preciso reconhecer que essa doação, essa humildade, o perdão e o milagre do amor, são extremamente necessários para os dias de hoje, para nossa sociedade desatenta aos princípios teologais, as verdades de Deus.

Não vamos agir como Caifás, muito menos como Pilatos, que dissimuladamente lavou as mãos. Devemos, pelo contrário, ser como Simão Cireneu, que O ajudou a carregar a cruz; ou, como José de Arimatéia, que se empenhou e recolheu o corpo de Jesus, envolto em um lençol de linho branco, para colocá-lo em um lugar digno de uma redenção.

Nos dias de hoje, há tantos “pilatos” entre nós; há um Sinédrio inteiro querendo provocar emboscada, boicotar vacinas e insumos médicos que poderiam salvar a humanidade. Há tanta gente, manipulada pelos mestres da lei, escribas e fariseus, querendo crucificar a nossa esperança.

Resta-nos confiar numa ressurreição, e esperar que todos sintam nascer dentro de si, a coerência, o bom senso, a solidariedade humana, para aplicar no corpo — e na alma, o seu proveito — a vacina da Grande Aliança entre nós.

 

Bom Domingo de Ramos, excelente Páscoa!

      

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