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quarta-feira, outubro 31, 2018

OLIGARQUIA DOS NERY (3)

Encerro com este post o artigo de Raul de Azevedo sobre a família amazonense dos Nery, publicado na revista O Malho, no festejo de seu cinquentenário.

 Rio, setembro de 1952.



Outro irmão era o Dr. Raimundo Nery, engenheiro competente, que morava em Paris, e que vinha ao Amazonas de visita a parentes. Foi eleito Deputado Federal pelo Amazonas, e residia, então, no Rio de Janeiro durante três anos, naquela época tempo duma legislatura. Nunca se imiscuiu na administração do Estado.Onde a fortuna deles? O senador Silvério José Nery era um homem que vivia, há trinta anos, a demarcar terras no interior, ainda hoje inóspito, do Amazonas. Três vezes viu-o chegar seriamente doente, com paludismo. Tinha uma casa confortável, quando assumiu o Governo, e umas cinco casas pequenas — para toda uma vida, de demarcador de terras. 

O barão de Sant’Ana Nery, o general Dr. Constantino Nery, o Dr. Raimundo Nery, o Dr. Marcio Nery, — não nos consta que tivessem deixado fortuna, ou gordos dinheiros. Outros irmãos ocupam lugares modestos.Uma família de Governadores… Um filho de Silvério José Nery, o ilustre Dr. Julio José da Silva Nery, foi interventor no Amazonas, na administração do presidente general Eurico Dutra. Esse mesmo moço casou-se com uma filha do coronel José Cardoso Ramalho Junior, que habita o Rio de Janeiro com os seus oitenta e seis anos e foi vice-governador do Amazonas, em exercício, nas funções de Governador. 

Outro interventor do Amazonas, oficial do Exército, hoje coronel Floriano Machado, sobrinho de Silvério. Uma família ilustre. Uma oligarquia benemérita. Pensou no futuro do Amazonas, no amanhã, na terra. Já dizia Virgílio, carpent tua poma nepotes.

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