OLIGARQUIA DOS NERY (3)
Encerro
com este post o artigo de Raul de Azevedo sobre a família amazonense dos Nery, publicado
na revista O Malho,
no festejo de seu cinquentenário.
Rio, setembro
de 1952.
Outro
irmão era o Dr. Raimundo Nery, engenheiro competente, que morava em Paris, e
que vinha ao Amazonas de visita a parentes. Foi eleito Deputado Federal pelo
Amazonas, e residia, então, no Rio de Janeiro durante três anos, naquela época
tempo duma legislatura. Nunca se imiscuiu na administração do Estado.Onde a fortuna deles? O senador Silvério José Nery
era um homem que vivia, há trinta anos, a demarcar terras no interior, ainda
hoje inóspito, do Amazonas. Três vezes viu-o chegar seriamente doente, com paludismo.
Tinha uma casa confortável, quando assumiu o Governo, e umas cinco casas
pequenas — para toda uma vida, de demarcador de terras.
O barão de Sant’Ana Nery, o general Dr. Constantino
Nery, o Dr. Raimundo Nery, o Dr. Marcio Nery, — não nos consta que tivessem
deixado fortuna, ou gordos dinheiros. Outros irmãos ocupam lugares modestos.Uma família de Governadores… Um filho de Silvério
José Nery, o ilustre Dr. Julio José da Silva Nery, foi interventor no Amazonas,
na administração do presidente general Eurico Dutra. Esse mesmo moço casou-se
com uma filha do coronel José Cardoso Ramalho Junior, que habita o Rio de
Janeiro com os seus oitenta e seis anos e foi vice-governador do Amazonas, em
exercício, nas funções de Governador.
Outro interventor do Amazonas, oficial do Exército,
hoje coronel Floriano Machado, sobrinho de Silvério. Uma família ilustre. Uma
oligarquia benemérita. Pensou no futuro do Amazonas, no amanhã, na terra. Já
dizia Virgílio, carpent
tua poma nepotes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário