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segunda-feira, julho 04, 2022

VINICIUS DE MORAES (1913-1980)

 Quando do falecimento do poeta Vinicius de Moraes, em 9 de julho de 1980, este acontecimento teve relevante repercussão. Não somente entre seus acompanhantes no bar do Caldeira, porém, com vitalidade entre intelectuais. 

Compartilho os textos de dois acadêmicos sobre o saudoso Vinicius, ambos poetas, escritos em jornais da cidade. Um, de Homero de Miranda Leão (Jornal do Commercio, 23|07|1980) e dois, do padre Nonato Pinheiro (Jornal do Commercio, 17|08|1980).


1 - VINICIUS DE MORAES -

padre Nonato Pinheiro

A recente morte de Vinicius de Moraes provocou no país um surto emocional de saudade e ternura em torno do astro que se apagou no tempo, mas continuará a luzir na posteridade, nas páginas antológicas de suas soberbas produções. Poeta, teatrólogo, cronista e compositor, legou-nos uma obra literária digna do maior apreço, pelo alto quilate de suas mensagens.

Vinicius convenceu-se de que o super comodismo dos novos tempos já não dá oportunidade triunfal para o poema papel, o poema-livro. O homem moderno, ultra comodista, já não suporta segurar o volume e volver as páginas do livro. Isso importa em cansaço e cafonice.

A vez é do poema canção, poema-musical. A poesia não entra mais no espírito pelo vestíbulo das pupilas, mas pelas arcadas auditivas, envolta nas sororidades fascinantes da melodia. Embora não aceite integralmente esse ponto-de-vista do saudoso e pranteado poeta, talvez por ter herdado do berço o culto do livro, coisa para mim inseparável da cultura, esse ângulo visual não deixa de ter seus atrativos.


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