CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quarta-feira, fevereiro 28, 2018

OS LIMA DO ANVERES (3)


Certidão de Casamento de
Vicente e Adelaide Lima
Presumo que Vicente Lima (meu avô) tenha viajado em companhia da família no vapor Cabral, que aportou em Manaus no início de abril de 1889. Esse transporte foi providência do governo imperial, buscando desafogar os retirantes nordestinos abatidos pela longa estiagem daquela década. Nessa leva, desembarcaram aqui 841 imigrantes, recolhidos em Santana do Acaraú e Camocim, cidades cearenses. Se essa hipótese se confirmar, Vicente teria 16 anos de idade.

Vale lembrar que essa leva de retirantes foi enviada ao governo do Amazonas, que se encontrava atribulado para instalar duas colônias na área, no Cambixe (Treze de Maio) e no lago do Janauacá (Santa Maria), para a exploração da agricultura. Portanto, é concebível, e há comprovação, que larga ajuda foi disponibilizada pelo governo. 
Outras incertezas em sua biografia dizem respeito ao grau de instrução e o primeiro casamento. Do quanto relembram os mais velhos e expõem os ralos documentos existentes, é que sabia ler e escrever, como atesta o escrivão do Cartório.
O primeiro enlace ocorreu com Maria de tal, que já possuía duas filhas (ainda não identificadas), com a qual Vicente teve as filhas Maximina e Joaquina (que se tornou esposa de Vicente Eloy). Com a morte de Maria, veio o casamento do viúvo com Adelaide Vieira, de cujo consórcio provém a linhagem Pereira Lima ou, mais singelo, os Lima do Anveres.

Outro recorte da Certidão de Casamento de Vicente e Adelaide Lima
Essa novela com seus efeitos sucedeu na primeira década do século XX, pois, em 22 de novembro de 1911, Vicente Pereira e Adelaide Vieira (de 25 anos, solteira, filha de Miguel Vieira da Cunha e Maria Francisca Mendes), decidiram “casar-se um com o outro”, conforme termo da certidão passada no Careiro, então distrito de Manaus. Na certidão expedida consta que o casal já possuía a filha recém-nascida Raimunda (1911). Com o tempo, nasceram Sebastião (1913); Maria (1914); Manuel (1915); Francisca (1917) e José Galdino (1923). Consta um nascituro (Alcides) e um adotivo, Fernando (1922), certificado com o sobrenome da família.

No Lago do Anveres, o casal residia na sítio Fortaleza, adquirido ao Estado, cujo processo demarcatório consta em Diário Oficial de 1915.

Um comentário: