Santa Terezinha de Lisieux |
Unicamente para situar o endereço para as novas gerações, o cine Popular existiu na esquina da rua Silva Ramos com a rua Barcelos, onde hoje abriga uma casa de materiais de construção. O Alto Nazaré virou praça Santos Dumont. Ponto de referência? Basta ligar o GPS.
Recorte do extinto matutino O Jornal, 26 de junho de 1943 |
De há muito tempo que o noticiário
da imprensa local, não se ocupa
de fatos de natureza a arrastar
a curiosidade pública a verificar
de perto a autenticidade da notícia,
principalmente em se tratando de milagres.
Hoje, temos para o grande publico
que lê os nossos diários, ávido de sensação,
a nova de uma aparição, que desde
ontem, às 12 e meia, vem revolucionando os moradores do Alto de Nazaré, avenidas Barcelos e
Apurinã, transeuntes, passageiros dos bondes
de Circular, Flores e Bilhares, que
àquela hora passavam próximo ao Cinema Popular, no trecho que demanda a avenida Barcelos canto com a avenida Apurinã.
E' que,
à avenida Barcelos, canto com a avenida Apurinã, no alto de
um terreno onde tem sua residência o Sr.
João Figueiredo, junto a 3 estacas,
por tras de um frondoso pé de jurubéba,
foi vista por 3 crianças, que brincavam em frente ao cinema, a figura de Santa Terezinha, de braços distendidos,
linda como nunca.
Maria Júlia,
de 7 anos de idade, foi a
primeira a avistar a Santa, sentindo
uma forte impressão, a ponto de sofrer um ligeiro
desmaio, enquanto as suas duas coleguinhas, Francisca
Fátima e Carmelita Figueiredo, ambas de idade igual à de Maria Júlia, ao verem também a Santa milagrosa, saltaram de contentes, tendo Francisca Fátima dado um grito de alegria, para, em seguida, chamar os que por ali passavam, para ver também a aparição, reunindo-se logo grande massa de curiosos, que foi aumentando à proporção que a notícia se espalhava, ficando, dentro de alguns minutos, aquele pequeno trecho completamente intransitável, pois todos queriam ter a suprema felicidade de ver a milagrosa Santa, para pedir-lhe uma
graça, para cumprir uma promessa.
Avisada a nossa reportagem, para lá seguimos, na intenção de colher informes seguros, para trazer ao conhecimento do nosso público, o que, de fato, se estava passando.
Depois
de um trabalho exaustivo, com muito sacrifício de pisões, de
cotoveladas, conseguimos vencer aquela massa humana, onde encontramos uns ajoelhados, outros rezando, outros com velas acesas, todos em direção à descida do barranco, para subir outro,
com uma escadaria cavada no próprio barranco,
caminho que levaria à onda de
curiosos para assim mais de perto
poderem ver, a olho nu, a aparição da
querida Santa.
Depois de trabalho extraordinário,
acotovelando uns e outros, conseguimos chegar
ao alto do barranco, onde deparamos
com a casa do Sr. João de Figueiredo,
que, àquela hora, ainda se encontrava
em casa com sua familia, composta
de 10 pessoas.
Ainda cansados e suados, avistamo-nos com a dona da casa, a quem interpelamos a respeito, respondendo-nos, amavelmente, que nada vira, mas que várias pessoas atestavam a veracidade da afirmativa das 3 crianças, que antes já haviam sido interpeladas por nós. Depois de alguns minutos para o repouso, descemospelo mesmo lugar, com o mesmo sacrifício para romper a massa ávida de sensação, para receber o favor de poder ver o milagre.
A
nossa reportagem continua a postos, sendo revesada de duas em duas horas, para
não perder o momento supremo de poder também ver a milagrosa Santa, e para trazer melhores informes aos nossos leitores.
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