Duas notas
sobre o finado Dr. Sebastião Norões, que foi funcionário da Polícia Civil,
exercendo a direção da DOPS (Delegacia de Ordem Política e Social) e, em caráter
interino, de Chefe de Polícia. As notas foram extraídas do matutino O Jornal, de 1943.
O delegado
Norões, todavia, marcou seu nome na literatura amazonense como autor de Poesia Frequentemente. Trata-se do
primeiro livro lançado por um membro do Clube
da Madrugada, que foi fundado em 1954. Outro poeta disputa este privilégio:
Jorge Tufic, autor de Varanda de Pássaros,
ambos os livros publicados em 1956.
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Recorte de O Jornal, 24 fevereiro 1943 |
Às 20h10 de ontem, na ocasião em que
chegava à frente do edifício da Escola Técnica de Manaus, à avenida 7 de
Setembro, onde se realizava uma solenidade, o carro oficial nº 5, guiado pelo investigador
Luís de Souza Bastos, conduzindo os Drs. Paulo Marinho, Chefe de Polícia, e
Sebastião Norões, delegado de Segurança Política e Social. Foi o mesmo apanhado
pelo bonde nº 25, guiado pelo motorista nº 74, Eli Farias Moraes, tendo como condutor
o de nº 75, Pedro Moreira de Andrade, que fazia a linha da Avenida-Circular,
descendo a avenida 7 de Setembro.
O bonde apanhou o carro da Chefatura de
Policia por trás, danificando-o, não tendo, porém, aquelas autoridades sofrido
quaisquer ferimentos. Presos, condutor e motorista, foram recolhidos ao xadrez
da Delegacia Auxiliar.
Nota: o Chefe de Polícia, Paulo de La Cruce da Grana Marinho, era promotor público e, envolvido com a política, alcançou a chefia do Poder Executivo, transitoriamente.
Dr. Sebastião Nor
Decorre, no dia de hoje, o
primeiro aniversário da fecunda e criteriosa gestão do Dr. Sebastiao Norões à
frente da Delegacia de Segurança Política e Social, da Chefatura de Policia do
Estado, o qual tem impresso, desde os primeiros dias, rumos realmente
acertados, definindo-lhe o prestigio como órgão precipuamente dedicado à defesa
das instituições e do regime e ao combate à ação subversiva da ordem e do
monumento político em que se baseia a vida nacional.
Ainda mais se acentua a obra patriótica
daquela especializada, porque se processa sua ação enérgica nestes dias
cruciais de guerra, que estamos atravessando, e quanto maior é a soma de
deveres e responsabilidades que lhe compete, mais melindrosa a tarefa atribuída
à sua máquina repressora e moralizadora.
Austero e sereno, tem se revelado
o Dr. Norões uma autoridade à altura da importante missão que lhe foi confiada,
podendo servir de exemplo e estímulo, pela austeridade e pela serenidade, a todos
quantos fazem da força em suas mãos um elemento de satisfação dos próprios sentimentos,
e não um fator de ordem e segurança coletiva.
São, por todos esses motivos, justíssimas
as homenagens que preparam ao Dr. Sebastiao Norões, na data de hoje, as pessoas
que lhe reconhecem os méritos pessoais e a dedicação à causa pública.
O Jornal, 21 de julho de 1943
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