CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quinta-feira, novembro 30, 2017

PARÓQUIA DE EDUCANDOS (I)

Matriz de N. S. Perpétuo Socorro, c1947
Educandos, até então designado de Constantinópolis, tornou-se o primeiro bairro a ser constituído em paróquia, sob a proteção de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Visto que a ocupação católica da cidade partiu do Centro, onde surgiram as primeiras paróquias: Matriz, Remédios e São Sebastião.

Dom João da Mata, bispo do Amazonas entre 1941-47, foi o artífice deste predicado, entre tantas obras bem sucedidas de seu governo. A Casa da Criança é uma dessas que ainda segue aproveitada. Para estabelecer a paróquia educandense, o bispo aproveitou a ordenação do padre Antônio Plácido de Souza, em 1941.

Padre Antônio marcou o bairro de Educandos, pela sua capacidade de mestre de obras e produção de longo sermão nas missas dominicais. Capaz de respeitáveis empreendimentos, construiu a igreja que, obviamente modificada, ainda serve à comunidade. 

Dessa maneira, manteve-se à frente do paroquiato até sua morte em 1966, portanto, por exatos 25 anos. Em reconhecimento ao seu lavor, a cidade de Manaus marcou seu nome na ponte que liga o bairro ao Centro.

Um pouco mais dos primeiros passos da paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro retirei do Suplemento intitulado As festas jubilares, encartado em A Reação, extinto jornal católico, (1946).  

PARÓQUIA DE EDUCANDOS
Capa do Suplemento

Até 1941, o bairro operário de Educandos teve a sua vida religiosa ligada a da Paróquia dos Remédios, de que era Curato. Estendia-se, então, até ali, a jurisdição daquela Paróquia, atravessando o Igarapé do Educandos para do outro lado atingir a população operosa daquele extenso bairro.

A 16 de dezembro de 1941, no 1º ano de seu governo, D. João da Matta Andrade e Amaral, Bispo Diocesano, decretava a criação da Paróquia de N. S. do Perpétuo Socorro. Passava o antigo curato a constituir uma das paróquias da sede episcopal, tendo à sua frente, por provisão de 24 de dezembro do mesmo ano, como garantia de seu desenvolvimento, o Pe. Antônio Plácido de Sousa, sacerdote amazonense que, oriundo de família operária, se integraria ao meio para melhor desempenhar a sua tarefa de guia de almas. Fora feliz a escolha, ou antes, melhor e mais acertada não poderia ter sido.

Quem conheceu a pequena capelinha em ruínas e, mais tarde, viu surgir, no mesmo local, no alto, a ser divisada da cidade, a ampla e elegante matriz de N. S. do Perpétuo Socorro, com suas duas torres, toda em madeira, não pode deixar de erguer o seu voto de louvor a quem impulsionou essa transformação.

Hoje já está em andamento a construção da Matriz definitiva. A casa paroquial espaçosa, alta, descortinando lindo panorama da cidade de Manaus, já está concluída. Os braços da cruz e a capela-mor estão sendo agora erguidos.

Ali, os operários têm um exemplo no operário-chefe da turma: o Pe. Plácido, o vigário. O seu esforço é admirável. Auxiliado pela população traz, da “beira do rio”, as pedras que se empregam na construção. Fabrica ele próprio tijolos, trepa nos andaimes e, como um pedreiro qualquer, se dedica ao trabalho de dotar o bairro de Educandos de uma igreja ampla e moderna, que poderia figurar em qualquer capital. A despesa com a construção sobe a Cr$ 280.320,00.

OBRA SOCIAL - "CASA DO POBRE"
Na Semana da Pátria de 1943 foi aberta a “Casa do Pobre”, em Educandos. Ali funcionam, desde este tempo, sob a competente direção da Srta. Rosa Castelo Branco de Alencar, aulas regulares de Corte e Costura, Bordado a mão e à máquina e flores. Meninas e moças ali aprendem trabalhos manuais que constituirão um dote, tornando-as jovens prendadas. Isso muito pode contribuir para a economia de seu lar, sendo-lhes, futuramente, fonte de renda.

São as alunas em nº de 80. As aulas, inteiramente grátis e o material, as mais das vezes, fornecido pela diretoria da Sala de Costura. (segue)

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