Anúncio do Banco inserido no quinzenário |
Anísio Mello, saudoso
multiartista, empreendedor prodigioso, foi funcionário do Banco da Amazônia
(Basa). No quinzenário Folha do Norte,
de sua direção, conta parte da história do Basa. A seguir a parte final.
BCA: Vinte anos - Dez
presidentes (*)
Já
em 1950, a 20 de dezembro, por ter sido eleito deputado federal pelo Maranhão,
José Matos pedia demissão, sendo substituído no cargo pelo então chefe de
Departamento, Guilherme de Menezes Vieira. A
esse período, sucedeu a administração Dr. Gabriel Hermes Filho, pois foi este
nomeado para a Presidência por decreto de 23 de fevereiro de 1951, do
presidente Getúlio Vargas, já então reconduzido ao Governo do país, pelo
sufrágio popular.
Assumindo Gabriel Hermes a presidência do Banco, em 21 de março desse ano, foi eleita nova diretoria, composta por Francisco de Paula Valente Pinheiro, Guilherme de Menezes Vieira, Abelardo Condurú e Walter Putz.
Dois anos depois, em setembro de 1953, Francisco Pinheiro
se licenciava da Diretoria, para servir à
Valorização Econômica da Amazônia, integrando a Comissão de Planejamento
da mesma, como representante do Governo do Guaporé (hoje Rondônia). Foi, então, nomeado para substitui-lo outro destacado elemento do funcionalismo do Banco,
José Castanheira Iglésias.
A 12 de setembro desse ano, ainda, portanto, na presidência
de José da Silva Matos, era substituído o diretor Manuel Veloso de Oliveira
Dias, com a nomeação na mesma data de Eliezer de França Ramos Filho, outro
elemento integrante dos quadros de nosso funcionalismo.
A 11 de novembro de 1954 empossava-se novo presidente do
Banco, Arnóbio Rosa de Farias Nobre, para o cargo nomeado pelo Governo da
República, ao mesmo tempo que nova diretoria era eleita para com ele servir, em
princípios de 1955, integrada por Álvaro Sinfrônio Bandeira de Melo, Expedito
Augusto Nobre, Luís Gudolle Cacciatore e Sílvio Leopoldo Macambira Braga.
Remy Archer, presidente do BCA, indica o texto ao presidente JK |
A 24 de setembro de 1959, o presidente da República
nomeava novo presidente para o Banco, recaindo a escolha na pessoa do Dr. Remy
Archer, o qual tomou posse em 1º de outubro do mesmo ano. Antes, porém, havendo se encerrado em março o período de
quatro anos para o qual haviam sido eleitos os diretores então em exercício,
uma nova diretoria foi, não mais eleita, porém, nomeada em sessão de Assembleia-Geral,
realizada a 30 de março daquele mês de março de 1959, com mandato de um ano,
sendo ela composta de Rubem Ohana, Cervantes de Carvalho Couto (também do
quadro de funcionários da Casa), Dr. Paulo de Menezes Bentes e Manoel Veloso de
Oliveira Dias.
Terminado o prazo para o qual foi nomeada essa diretoria, outra
foi eleita pela Assembleia-Geral, em sessão de 2 de abril de 1960, para o
quatriênio de 1960-64, compondo-a Eliezer de França Ramos Filho, José
Castanheira Iglésias e Rubem Ohana, todos três funcionários da Casa, e, ainda,
Everaldo Estélio de Oliveira e Silva, funcionário do Banco do Brasil. A 3 de outubro desse mesmo ano, entretanto, falecia, bruscamente, no Rio de Janeiro, José Castanheira Iglésias, sendo, então, nomeado para substituí-lo outro funcionário da Casa, Joel Victor de Oliveira. Essa diretoria, porém, em fins de 1961 (deve ser 1960) com o advento do governo Jânio Quadros, renunciou às suas funções, ao mesmo tempo que o presidente da República nomeava para a presidência do Banco, em 27 de março, o Dr. Hélio Palma de Arruda. Então, em sessão de Assembleia-Geral, realizada a 22 de abril de 1961, foram eleitos novos diretores: Nelson de Castro Ribeiro, Murilo Berredo Martins, Expedito Augusto Nobre e Wanderley de Andrade Normando, os três últimos do quadro de funcionários do Estabelecimento.
Com a renúncia do presidente Jânio Quadros, em agosto desse
mesmo ano, e assumindo a presidência da República o vice-presidente, Dr. João Belchior
Marques Goulart, foi por este nomeado presidente do Banco Raimundo de Alcântara
Figueira, que assumiu o cargo a 26 de outubro, iniciando atividades com a mesma
diretoria a essa data em exercício.
A 11 de dezembro do mesmo ano - 1961 - a Assembleia-Geral
elegeu, porém, nova diretoria, composta de Eliezer de França Ramos Filho, Dr.
Euclydes Mijtos, Dr. José dos Santos Freire e Osvaldo de Castro Rebelo, este
último funcionário do estabelecimento. Essa é a Diretoria que presentemente (1962) orienta os destinos do Banco.
Sem dúvida que instituído assim, numa época de suma
gravidade, o Banco teria de enfrentar não poucos percalços inclusive no empenho
de vencer praticas que já se haviam feito rotineiras, exigindo, por isso mesmo,
redobrado trabalho para superá-las. Os primeiros passos tinham de ser, dessa
maneira, cautelosamente medidos, vacilantes aqui e ali. Mas, os primeiros
magníficos frutos da grande obra não tardaram a aparecer e, aos pequenos
tropeços esparsamente registrados, consequência do açodamento com que as
exigências da guerra impunham se buscasse o fim colimado, respondiam vitórias
soberbas, crescendo a produção nacional da borracha a 24.548 toneladas em 1943,
a 28.476 logo no ano imediato, para chegar a 32.930 toneladas em 1947.
Satisfazia, assim, o Brasil, pelo trabalho do Banco, seus
compromissos com as Nações Unidas, na luta pela defesa da Democracia. De princípio, atingia apenas a 10 o número de Agências e
Escritórios do Banco pelo país, das quais, somente Manaus; Rio Branco, no Acre;
Guajará-Mirim e Porto Velho, no então Território do Guaporé; e Cuiabá, em Mato
Grosso, dentro da faixa amazônica.
Antes que a guerra terminasse, porém, novas filiais foram
sendo criadas, à medida que o crescimento da produção assim o exigia. Terminada a guerra, as tarefas da consolidação da paz
impunham continuasse o Banco a sua marcha ascensional. E isso foi feito em toda
a sua extensão, para, a 30 de agosto de 1950, pela Lei nº 1.184, do presidente
Eurico Dutra, serem-lhe traçados novos e mais largos horizontes, com
sua transformação em Banco de Crédito da Amazônia, que hoje é.
Seu capital se ascendera dos 50 mil contos de réis dos
primeiros dias a 150 mil cruzeiros e o raio de suas atividades se estendera
enormemente, no amparo e defesa já não apenas da goma elástica, mas de todos os
produtos básicos da economia do Grande Vale.
A juta e tantas outras fibras em que é fértil a região,
assim como a pecuária e a pequena agricultura, nesta tomando lugar destacado a
pimento do reino, mereceram, de pronto, o amparo do Banco, que a cada uma
possibilitou, através de investimentos mais largos, notável crescimento, a
ponto de conduzir à autossuficiência nacional, como no caso da juta e da
pimenta.
Hoje (1962), 48 agências do Banco de Crédito da Amazônia se
espalham por todo o país, a Planície crescendo e se fortificando na razão direta
do crescimento e da força do próprio Banco. O transcurso dos 28 anos de
instituição desta Casa de Crédito, hoje transcorrendo, é, por tudo isso, um
acontecimento festivo para a região. São 28 anos de lutas, a serviço da Amazônia, 28 anos de
lutas e de vitórias, que nada há de marear, nem fazer arrefecer o entusiasmo
com que a ela nos atiramos.(*) Correio do Norte. São Paulo, 2ª quinzena de julho de 1962
Nenhum comentário:
Postar um comentário