Autorretrato de Anísio Mello |
Anísio Mello, saudoso
multiartista, empreendedor prodigioso, foi funcionário do Banco da Amazônia
(Basa). Três detalhes, contudo, necessitam ser revelados: AM ingressou nesta
Casa de Crédito em 1954, quando residia na capital de São Paulo e aquela se intitulava
Banco de Crédito da Amazônia.
Alguns anos depois, ainda em São
Paulo, AM fundou e dirigiu por cinco anos um jornal, o quinzenário Folha do Norte, empenhado em divulgar os
diversos acontecimentos, como apregoava, da região nortista. Foi da coleção desse periódico que saquei o
texto abaixo, que conta parte da história do Basa. As ilustrações também
pertencem ao editor do jornal, pois sua capacidade artística assim permitia. Na
ausência de foto, entrava em ação o lápis ou as tintas do Anísio Mello.
Logo do quinzenário de Anísio Mello |
BCA: Vinte anos - Dez presidentes
O primeiro presidente do
Banco de Crédito da Amazônia S. A., àquela altura Banco de Crédito da Borracha S.A., foi o então
capitão (do Exército) Oscar Passos
que, com três diretores - um brasileiro e
dois norte-americanos – constituiu a superior administração
do novo instituto de crédito que, sob tão notáveis auspícios, assim surgia. Esses
três diretores eram Sady Carnot Brandão, Edmond Eugene Long e James A.
Russel Jr. Pouco
depois, entretanto, Sady Carnot renunciava, entrando a substitui-lo Ruy Mário
de Medeiros.
Posteriormente,
foram criados mais dois lugares na diretoria, ocupados por nacionais, recaindo
a escolha do Governo Central, para esses dois cargos, nos prof. Abelardo
Condurú e José Dias da Cunha, funcionário do Banco do Brasil, na capital do País.
Durante
o exercício de 1943, renunciaram José Dias da Cunha e os dois diretores
americanos, estes últimos substituídos, Long por Edward Russel Jobson e o
Russel, por Walter Eckstein Kluppert, que tendo pedido licença e, a seguir, renúncia,
foi substituído, primeiro, por John N. Neuman e, finalmente, por George Edward
Pell, enquanto Inácio Soriano de Amorim Caldas, àquela altura exercendo as
funções de superintendente, no Banco, entrava para a diretoria, a substituir
Dias da Cunha.
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A
administração José Malcher se estendeu até janeiro de 1946, quando, ascendendo
ao Governo da República, o general Eurico Gaspar Dutra nomeou para a presidência
do Banco o Dr. Firmo Ribeiro Dutra, constituindo-se, então, logo a seguir, a diretoria
com Ruy Medeiros, Abelardo Condurú, Inácio Caldas, Carl L. Reed e Edward Bacon
Hamill. Em janeiro do ano seguinte, renunciava Ruy Medeiros, enquanto
lamentável desastre verificado nas águas do rio Guamá, quando a lancha em que
viajava explodiu, arrebatava a vida de Inácio Caldas.
Simultaneamente,
terminava o prazo de administração do prof. Abelardo Condurú, que vale dizer
três vagas se abriam, dessa maneira, na superior administração do Banco. Com
isso, em 31 de março desse ano, a Assembleia-Geral do estabelecimento, reunida,
preencheu as vagas, elegendo diretores aos Dr. Otávio Augusto de Bastos Meira,
Francisco de Paula Valente Pinheiro, já a essa altura exercendo destacada
função no Banco, e Dr. Francisco Vieira de Alencar, nome prestigioso, do seio
do funcionalismo do Banco do Brasil, o qual, entretanto, não aceitou, por
motivos ponderáveis, a honrosa incumbência, levando a Diretoria, com base em
disposição estatutária, a nomear para o cargo o então gerente da Agência de
Manaus, Raimundo de Alcântara Figueira (genitor de Angelus Figueira, ex-prefeito de Manacapuru), que assim completou a Diretoria.
Cessada,
em 30 de junho de 1947, a vigência dos Acordos
de Washington, retiraram-se da Diretoria os diretores americanos, passando,
dessa maneira,
a superior administração do Banco a ser integrada apenas de brasileiros.
Pouco
mais de dois anos, porém, durou a administração instituída em janeiro de 1946, pois
a 30 de março era nomeado pelo Poder Central, para a presidência do Banco, o Dr.
Otávio Augusto de Bastos Meira, uma vez que se exonerara do cargo o Dr. Firmo Dutra. E, a 8 de abril desse mesmo ano, era eleito para a vaga do Dr. Otávio Meira, na diretoria, José da Silva Matos, enquanto o hoje general José Faustino dos Santos e Silva era também eleito
diretor, na vaga aberta com a morte de Inácio Caldas, até então exercida em caráter temporário por Raimundo Figueira. Este, porém, continuou na diretoria, como elemento para ela nomeado. (segue)
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