CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

domingo, junho 30, 2024

MANAUS E OS JORNAIS ESCOLARES

 O saudoso mestre de tantas iniciativas, Mário Ypiranga Monteiro - legou à história amazonense mais uma obra singular. O jornalzinho Baré (ou O Baré), como o próprio apresenta, servia aos interesses dos secundaristas do Ginásio Amazonas (hoje Colégio Estadual). MYM era seu proprietário e caricaturista, daí se concluir que lhe coube a promoção de todo o modelo. 

A fundação deste jornal ocorreu em 1º de maio de 1928. Conheço apenas este exemplar que recolhi da Biblioteca Nacional virtual. Todavia, com vale!

Surge hoje, a luz da publicidade, o primeiro número de o “Baré”, jornalzinho este que circulará entre os alunos do Gymnasio Amazonense Pedro 2º. Os jovens que o dirigem, são os mesmos que lutaram pelo soerguimento do extinto órgão “O Arco-Íris”. O "Baré”, como mensageiro das novas, entre os colegas, trará uma bela reportagem, confeccionada com especialidade, e aprimorado estilo para captar as simpatias dos queridos leitores. Este jornal será o defensor categórico dos direitos dos nossos condiscípulos.

Unamo-nos colegas, para o progresso da pátria que já caminha ao par da civilização latina. Aperfeiçoando-nos no estudo da língua-mãe, preparamos o alicerce para o soerguimento da nação brasileira. Sejamos fortes como os fortes! Nós, os de agora, seremos os homens de amanhã; nós, os estudantes de hoje, seremos o baluarte da pátria. (...) M. Y. Monteiro

Observe a derradeira linha do Expediente

POLIANTEIAS EM MANAUS

 AO tempo em que a Polianteia consistia em reunir as obras de um homem ilustre, ou marcar algum evento alusivo a sua atuação, e com essa publicação promover a devida homenagem. Recolhi duas dessas: a de Adelelmo do Nascimento (músico e professor do Ginásio Amazonense), quando de sua morte; e de Leopoldo de Matos (coronel GN, na ocasião de sua mudança para o Mato Grosso). 

Manaus, 23 abr. 1898

 
Acervo ambas do Arquivo Nacional

sábado, junho 29, 2024

SANTOS DE JUNHO E DA FAMÍLIA (2)

 Conclusão da crônica NOVIDADE, de Renato Mendonça, iniciada na postagem anterior.

Renato Mendonça, em comemoração, 2006

No meu caso, quando eu tinha treze anos e frequentava um colégio interno no meu segundo ano de clausura, um fato ficou marcante. Fui castigado pelo vice-reitor do educandário, pois me julgou como cúmplice de uma mentira praticada por um colega de mesma faixa etária. Essa mentira envolveu um falso pedido de dinheiro emprestado. Naquela época a comunidade de alunos não perdoou, fez circular cartazes onde nos comparavam à instituição financeira “Moreira Sales”, que eu jamais tinha ouvido falar. Uma imensa galhofa que logo acabou, pois estávamos no fim do ano letivo. Só agora, quase sessenta anos depois, li que o Banco Moreira Sales — depois, antigo Unibanco, e atualmente Banco Itaú —, em comemoração ao centenário de fundação, contratara o show da Madonna, apresentado aqui no Rio de Janeiro em maio desse ano. Para mim, uma novidade temporal. (...)

Por exemplo, eu procuro ser um fingidor, se adubar a palavra com um conceito mais nobre: finjo que sou um escritor. Às vezes, ouso me transformar num carpinteiro ou num marceneiro; outras vezes, assumo a condição de um Técnico de Enfermagem ou de um Cuidador; e, por inúmeras vezes, um chef de cozinha. E quem não me conhece, pode até acreditar. O fingir também é uma novidade, um aprendizado, ou a primeira arte do ator da vida. Lembro-me, com carinho e um indisfarçável orgulho de pai, quando certa vez alguém perguntou ao meu filho, sobre uma atividade que eu me propus a fazer, mesmo sem o pleno domínio: “Você acha que ele sabe?!” O filho respondeu de forma categórica: “Sabe, sim. Se não sabe, ele inventa...”, naturalmente, ele quis dizer: meu pai inventa que sabe. Em outra ocasião, há bastante tempo, quando eu murmurava para mim mesmo e reclamava das rugas no meu pescoço, outro filho acrescentou um comentário com sutil ironia: “Já tá... já era, pai”. Apenas ri da maneira sucinta de ele me dizer que não adianta se preocupar com o exterior, o mais importante é a estrutura interior, tanto material quanto imaterial. E sempre rio, quando relembro essas abordagens, que paradoxalmente me fazem bem à alma.

É sempre oportuno citar outros ensinamentos do apóstolo Paulo, que foi martirizado, supostamente nesta data, no ano 67 da Era Cristã, junto com o outro apóstolo, São Pedro, e por conseguinte os cristãos os homenageiam neste dia de hoje: “Por isso, não desanimemos. Mesmo se o nosso homem exterior vai se arruinando, o nosso homem interior, pelo contrário, vai-se renovando a cada dia. Com efeito, o volume insignificante de uma tribulação momentânea acarreta para nós uma glória eterna e incomensurável. E isso acontece porque voltamos os nossos olhares para as coisas invisíveis e não para as coisas visíveis. Pois o que é visível é passageiro, mas o que é invisível é eterno.” (2Cor 4,16-18). Para finalizar, concluo que não há razão para lamentar o avanço da idade, pelo contrário, cada novo dia que conseguimos viver será sempre um regozijo, um júbilo, uma canção de glória — uma dádiva divina!

SANTOS DE JUNHO E DA FAMÍLIA (1)

 O primogênito de seu Manuel Mendonça não se olvidou dos ensinamentos recolhidos no Seminário São José, não obstante o ralo período naquela Casa. Hoje, seu natalício, por ser Pedro, Renato retorna com uma crônica revisora, para lembrar a si e os demais filhos de Francisca (nossa mãe). O trabalho vai partilhado em duas partes, pela extensão.

Na ordem do nascimento: Antonio (13) Manoel (17) e Pedro (29).

Antonio, pai Manuel, Pedro e Manoel, 2006, em
Barra Mansa-RJ

NOVIDADE

29.06.2024

Apesar do título sugestivo, não há nenhuma novidade no que vou dizer: apenas a “nova idade”. É simplesmente o resultado do abraço entre essas duas palavras. Bem que o sentido etimológico da palavra “novidade” poderia ser: uma nova idade para se viver. No entanto, não tem nos dicionários nenhuma acepção que transmita essa ideia, e sim: “condição daquilo que se vê, se conhece ou se sente pela primeira vez.” Sendo assim, a temática está lançada de olhos vendados, vamos tentar desvendá-la.

A novidade fica por conta da idade que se adquire como nova, e o que ela representa a partir de agora, dentro do contexto social da nossa natureza humana. Podemos nos aliciar de um desejo súbito para que ela nos encoraje a aprender, feito um novo discípulo, nessa estação da vida. Não há como rejuvenescer o semblante, que será a cada dia mais fechado sem ao menos percebermos, mesmo tendo o espelho como testemunha; com certeza, estaremos mais sisudos por conta dos compromissos diários, que nos parecerão a cada dia fardos mais pesados. Então, resta-nos rejuvenescer o espírito. E, aí sim, está a novidade!

Nessa longa viagem, rumo ao desconhecido por nós, não ficamos sabendo quantas fronteiras poderemos cruzar. Entretanto, em cada um desses territórios alcançados, encontraremos as novidades que iremos precisar, todas facilitadas pela benevolência de Deus. E entre essas novidades está a qualificação do discernimento, arraigado em nossa consciência, como um diploma conquistado na escola da vida. E isso viabiliza encontrarmos sempre as melhores alternativas, ou simplesmente o melhor caminho para se prosseguir na missão humana.

Sinto-me ainda hoje como aquele irrequieto menino que, de posse do seu livro didático, já começa a ler a lição seguinte, mesmo sem a explicação do mestre, o que julgo ser uma sadia inquietação. E é assim que eu, que recém passei a frequentar a casa dos setenta, já começo a bisbilhotar o que se passa na casa dos oitenta; quero ver como vivem ou o que pensam os seus moradores, quais são seus anseios e suas preocupações. Quero entender os sintomas dessa doença moderna, que chamam de depressão, para tentar achar o antídoto contra esse mal. Talvez esteja exclusivamente na preservação do bem-estar do espírito.

Espero cumprir com saúde o meu contrato de locação nesta casa em que estou, sem inadimplência. Preciso cuidar do corpo e da alma também, para que não ocorra um distrato antecipado. Para o corpo podemos consultar os médicos, e temos os exames de imagem e evidência, necessários para conjugar o verbo que nunca deve sair de nosso dicionário da vida: amar! — Amar como Jesus amou; pensar como Jesus pensou e viver como Jesus viveu, prega e nos emociona o verso de uma canção gospel. E, se quisermos nos fortalecer com os ensinamentos bíblicos do Novo Testamento, sigamos o que nos instrui São Paulo: “Alegrai-vos, procurai a perfeição, encorajai-vos, tende um mesmo pensar, vivei em paz, e o Deus do amor e da paz estará convosco.” (2Cor 13,11)

A novidade por certo me leva a um novo patamar dessa vida e a um novo cômodo da casa, onde os personagens são os mesmos, mas o cenário muda aos poucos. Ali, ficarei curioso para descobrir novas nuances da idade, e terei a indiscrição de querer olhar para as casas anteriores, para ver o passado e fazer uma releitura do que foi plasmado com as lições de outrora. Olhar para trás não significa entrar em estado de nostalgia, e sim deixar a mente satisfeita com o prazer da recordação, embora alguns pontos fiquem anuviados quando relembrarmos. Esses momentos podem ser reconstruídos com nossos conceitos atuais; podemos viajar no tempo e, quem sabe, encontrar ali alguma novidade que até então não tinha sido discernida. (segue em Santos de Junho e da Família)

quarta-feira, junho 19, 2024

MANAUS: ANÚNCIOS EM JORNAL

 Uma revisão em jornais de Manaus permitiu compilar publicações sobre profissionais e o comércio, em periódicos da virada do século 19. 

A Federação circulou em 22 de dezembro de 1895 (domingo) 

Correio do Norte, em 21 de janeiro de 1906 (domingo), abaixo




CHRISTUS, RÁDIO RIO MAR E CLUBE DA MADRUGADA: 70 ANOS


O lembrete me vem da crônica radiofônica - A Voz do Povo, escrita e lida pelo saudoso padre-poeta L. Ruas na Rádio Rio Mar. Aconteceu em 26 de novembro de 1979, no horário do meio-dia, quando esta emissora rivalizava, no horário, com a Difusora e A Crônica do Dia, de seu fundador Josué Claudio de Souza.

Recorte do original apresentado

O autor recorda os 25 anos de fundação destas três entidades: Instituto Christus, Rádio Rio Mar e, por fim, o Clube da Madrugada. Curiosamente, nos citados, L. Ruas esteve presente com categoria.

A VOZ DO POVO

HORÁRIO: 06,30 - 11,55

DIA: 26 NOVEMBRO 1979

PRODUTOR: L. Ruas

APRESENTADOR: L. Ruas

Senhoras e senhores ouvintes, bom dia.

Chegando ao início da última semana deste mês de novembro de 1979, um ano que tem se caracterizado por grandes mudanças políticas e por maiores dificuldades econômicas e financeiras, mas, ao mesmo tempo, por alvissareiras perspectivas culturais para o país, a partir do momento em que se iniciam a suspensão da censura prévia aos órgãos de imprensa, rádio e televisão, talvez seja conveniente lembrar três acontecimentos da maior importância para a vida cultural do nosso Estado e, em particular, para Manaus, ocorridos, exatamente, há vinte e cinco anos.

Corria o ano de 1954, que foi, também, um ano de profundas convulsões políticas no Brasil e que culminaram com a tragédia da morte de Getúlio Vargas. Os que precipitaram os acontecimentos que banharam de sangue - o sangue do Presidente - o Palácio do Catete e, por um processo de simbiose simbólica, todo o país, argumentavam que tudo aquilo era para salvar a honra da democracia. Então, era só a honra. Dez anos mais tarde seria necessário salvar a vida da própria. Tudo bem.

Em outubro daquele ano, ocorria o primeiro acontecimento que merece destaque: a fundação do Instituto Christus do Amazonas. Orígenes Martins voltava de Fortaleza, do Seminário da Prainha, da Juventude Universitária Católica e da Faculdade de Filosofia. Mas voltava, também, do Christus de Fortaleza que era o fruto de tudo isso como o seria também o Christus do Amazonas.O que é que queria aquele moço, aquele jovem professor de geografia, recém-casado, ao voltar à sua terra, abandonando as perspectivas que sempre são mais espaçosas em meios mais adiantados como era Fortaleza em relação a Manaus, uma cidade praticamente estagnada até então e que, apenas, começava, também no plano político, a sacudir as cinzas numa tentativa de ressurreição?

Orígenes queria mudar o processo educacional de Manaus. Queria trazer algo novo, algo que fosse capaz de sacudir o ramerrão do processo educativo aqui existente.

Muita coragem, muita ousadia, muita força de vontade, foi preciso. Não é à toa que se muda o que está estabelecido há séculos, principalmente, em meios tão simples e tão pequenos como era o de Manaus, há vinte e cinco anos que vivia às escuras - não é metáfora, não. Manaus vivia sem luz. E as aulas noturnas eram dadas à base de aladim. Agora parece que chegou a hora - agora, vinte e cinco anos depois - de um julgamento do trabalho pedagógico do Christus. Isto é oportuno. Mas que não se confundam juízes com apedrejadores. Ou melhor, que os linchadores profissionais não vistam a toga de juízes.

Em novembro de 1954, um outro fato também muito importante, ocorria: a fundação do Clube da Madrugada. Diz o Abrahim Aleme que o nome foi sugerido por Luiz Bacellar, o poeta. De qualquer maneira, o nome foi bem atribuído e corresponde exatamente à realidade do Clube: uma agremiação de jovens intelectuais, escritores, poetas, ensaístas, pintores, músicos, escultores, artistas que estavam se sentindo asfixiados pelo ar abafado e mofado de uma noite parada de um ambiente cultural esclerosado. Eles queriam um novo dia. Queriam romper as trevas e partir para um novo dia.

Assim foi. No dia, isto é, na madrugada do dia 22 de novembro de 1954, surgia o Clube da Madrugada, algo inteiramente novo como o nascer de um novo dia, não só pela média da faixa etária de seus membros fundadores, mas, principalmente, pelo espírito de transformação, pela inquietude borbulhante em cada um deles e por uma rutura com tudo aquilo que já estava maduro demais.

O que o Clube da Madrugada já produziu, se não se estivesse em Manaus, teria provocado reações barulhentas e divulgadíssimas. A verdade é que o que se fez de positivo no plano cultural de 54 para cá está ligado direta ou indiretamente ao Clube da Madrugada. Os quércias daqui e de outros lugares não destruirão o que já foi feito e o que está se fazendo.

No dia 15 de novembro de 1954, era lançada ao ar a primeira programação da Rádio Rio Mar, realização de três homens que ficarão para sempre na história da radiodifusão da Amazônia: Charles Hamu, Aloysio e Aguinaldo Archer Pinto. Com a inauguração da Rádio Rio Mar, ampliava-se o trabalho heroico da radiodifusão em nosso Estado iniciado pelo pioneirismo dos criadores da Baricéia.

Vinte e cinco anos. Parece que foi ontem. Mas ao mesmo tempo, parece que está tudo começando agora e que é preciso partir como se partiu para o futuro há vinte e cinco anos passados. Não há dúvida. Mais vinte e cinco anos esperam pela frente, o Christus, o Clube da Madrugada e a Rádio Pio Mar. Vamos lá.

quinta-feira, junho 13, 2024

13 DE JUNHO - DIA DE SANTO ANTONIO

 Vou ilustrar a postagem com a fotografia da imagem de Santo Antonio, erigida no barranco da cidade de Borba (AM), cuja construção foi processada pelo artista Marius Bell, que a tem como sua maior obra. Todavia, o texto pertence a meu irmão - Renato Mendonça, saudando o Santo do dia e o santo de casa. Somos três irmãos: Roberto, Antonio e Renato.


BOLO DE SANTO ANTÔNIO

13.06.2024

Estive hoje pela manhã na Igreja da Porciúncula, em Niterói. Não sabia que a festa na rua ao lado estava repleta de pessoas. Muita gente querendo comprar coisas para degustar, entre eles o famoso Bolo de Santo Antônio. Uma fila enorme para comprar nas diversas barracas postadas ao longo da rua. Nem fui até o final, não me atrevi a me acotovelar com tanta gente, ou faltou-me um pouco mais de perseverança mesmo. Aproveitei a ocasião e, na volta para casa pelo caminho do Campo de São Bento, a minha consciência começou a fazer suas reflexões e me interpelar por um juízo de realidade sobre o que eu tinha observado naquele curto momento, baseado nos conceitos subjetivos que se têm hoje da religião, sem caminhar pelo preconceito, pela discriminação ou julgamento precipitado.

Embora não tenha conseguido comprar nada, particularmente fiquei feliz por saber que ainda temos tantos católicos neste lado sul do Brasil. O que me deixava intrigado, sem saber exatamente como isso aconteceu, é como as igrejas evangélicas, ditas neopentecostais, conseguiram cooptar tanta gente humilde de boa-fé, e alguns de má fé. O que se viu, nos últimos anos, é uma politização em torno das religiões evangélicas. E isso acarreou entre os fiéis um sentimento pouco espelhado na solidariedade humana. A primeira coisa que me ocorre pensar, é como essas pessoas execram a figura de Maria, mãe de Jesus. Nem se importam que Nossa Senhora é, antes de tudo, uma figura simbólica de todas as mães deste planeta. É o símbolo da vida, é o símbolo do afeto, do aconchego, da amamentação, do zelo — é o símbolo do Amor.

Dia desses, quando eu estava na frente de um hospital aqui no Rio, esperando o momento de visitar a um amigo de nome Antônio, uma dupla de mulheres se aproximou de mim com um folhetim da Igreja Batista, e me entregou. Quando lhes disse o porquê da minha presença ali, elas falaram num discurso vazio e protocolar, que só Deus conseguiria a salvação. Concordei, mas acrescentei que eu estava também esperançoso e com fé no seu filho Jesus, que realizou muitos milagres e curou muita gente. Observei que elas ficaram incrédulas sobre essa minha referência. E eu, evitando polemizar o assunto, disse-lhes que está tudo no Novo Testamento, e que isso é uma questão de fé, qualquer que seja o credo tutelado pela Bíblia. E foi só, elas me abandonaram com as minhas orações sendo rezadas silenciosamente.

Renato, Roberto e Antonio, 2007

Todavia, outro fator de júbilo nesse dia 13 de junho é o aniversário de meu irmão Henrique Antônio. É pena que só posso abraçá-lo virtualmente. Ele está na terra natal do padroeiro, e me ocorre pensar positivamente que está com boa saúde. Isso já me conforta, me basta. Sempre isso: que ele seja feliz e goze de boa saúde, até quando Deus quiser. Mas, é sempre bom ter fé que Jesus Cristo, com seu poder divinal, também possa volver seu olhar misericordioso e suas mãos santas para lhe abençoar nesse dia. E que ele possa simbolicamente saborear a cada dia uma fatia generosa e vital do bolo de Santo Antônio, servido pelo Senhor. Parabéns!

quarta-feira, junho 12, 2024

MANAUS: JORNAL ESPORTIVO (1916)

 O periódico intitulava-se CORREIO SPORTIVO, e abria nesse ano sua 3ª fase. Fora fundado por Deodoro Alcantara Freire e A. L. Castro, sem indicação de data. Na nova fase estava sob a propriedade de P. Ricevich (não identificado), tendo por redatores: A. Guinard e C. Couto. 

Os encargos do Correio eram tratados na Tabacaria Victoria, situada à rua Quintino Bocaiuva, 3 - Centro Histórico. E a impressão ocorria na tipografia da Revista Cá & Lá.

Primeira página da primeira edição - 3ª fase
Manaus, domingo, 19 março 1916

terça-feira, junho 11, 2024

MANAUS: ANÚNCIOS EM JORNAL (1906)

No início do século 20, Manaus passou a conviver com uma renovação nos periódicos, com apresentação bem mais eficiente, iniciando com o Jornal do Commercio (ainda em circulação). Recolhi do matutino Correio do Norte, edição inaugural, de 21 de janeiro de 1906, os anúncios aqui postados. 

Correio do Norte, domingo,21 jan. 1906




sábado, junho 08, 2024

MANAUS: ENCHENTE RECORDE (2021)

 Em junho de 2021, como natural, os rios amazônicos chegam ao ápice, ou seja, a enchente anual atinge sua cota máxima.  Naquela data, quando do máximo, as cidades estaduais estavam alagadas, inclusive a capital amazonense. As fotos são dessa situação, destacando o centro histórico debaixo da visão da Catedral da padroeira.

Os desastres ambientais, ano passado, mostraram o inverso. Lembrando que as cidades amazonenses estão instaladas na "beira" dos rios, quando os rios secaram com tal volume que, por paradoxal, faltou água em várias regiões. Enfim, o Rio Grande do Sul ainda padece do dilúvio que desabou sobre o estado. 

Centro histórico de Manaus alagado (junho 2021)



quarta-feira, junho 05, 2024

PMAM: SEUS PRIMÓRDIOS (33)

 Novo capítulo da história da atual Polícia Militar do Amazonas, relativo ao período provincial, compartilhado do meu almejado livro Guarda Policial (1837-1889).

 

Conrado Jacob de Niemeyer (1831-1905)

(filho de militar português de mesmo nome e de Olímpia Estelita de Aguiar Giffenig; militar, engenheiro e político)

Niemeyer foi nomeado em 29 de janeiro de 1887 e assumiu a presidência em 23 de março. Constava em seu currículo ser bacharel em Matemática pela antiga Escola Militar da Corte; comendador da Imperial Ordem da Rosa; cavaleiro da de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Militar de São Bento de Aviz; condecorado com a Medalha de Campanha do Paraguai. Na oportunidade da posse, era coronel do Corpo de Engenheiros; presidente e comandante das Armas da Província do Amazonas. Sua gestão amazonense prosperou até 10 de janeiro de 1888. Quiçá para melhor auxiliá-lo na gestão provincial, ou já disseminando o nepotismo que angustia há tanto tempo o país, emprega como secretário – Olympio Giffenig von Niemeyer. Em que grau seria esse parentesco? Avaliando o sobrenome, seria assaz próximo.

Relatório Niemeyer


Tão logo, em 25 de março, o presidente Niemeyer, em Relatório com que instala a sessão legislativa, relata uma tenebrosa ocorrência envolvendo integrantes de duas tropas armadas em atividade na capital. De um lado, elementos da Guarda Policial e, de outro, soldados do Exército. Conhecedor do assunto, por sua patente militar, Niemeyer cientifica os legisladores de que, em face da gravidade da altercação, encaminhou-a ao conhecimento do Governo Imperial.

Em resumo, o choque entre os praças teve início cerca de 18h30, de 23 de fevereiro. O local – proximidades do quartel do 3º Batalhão de Artilharia, atual Colégio Militar de Manaus, quando dois Guardas faziam policiamento na estrada de Epaminondas. Sem explicações, os guardas são “atacados e esbordoados a cacete, por praças do batalhão”. O provimento presidencial consistiu em reunir os comandantes dos contendores, além do Chefe de Polícia, presumindo a evolução do conflito, diante das “rivalidades frequentes entre a força de polícia e a de linha”.

A despeito dessa diligência, novo conflito voltou a se verificar entre os litigantes, agravado pela participação de “cearenses moradores na Estrada (de Epaminondas), que são patrícios da maioria dos policiais”. Cerca de uma hora da madrugada, enfim, contornado o ataque mútuo, foram contados os feridos: “cinco soldados do 3º Batalhão, todos à bala, e só um gravemente; e da polícia seis, sem falar nos dois primeiros, todos a sabre”. Semelhantes divergências ou altercações, como perduraram. Talvez em nossos dias tenham sido amenizadas ou até anuladas, diante da reduzidíssima presença de militares fardados nas ruas.