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terça-feira, setembro 21, 2021

DESPEDIDA DE AMIGOS: LUTO

 A semana passada me alcançou pesadamente com o falecimento de dois amigos: primeiro, na quarta-feira (15), a Mara Ayres, e, no domingo (19), o doutor Amazonilo Castro.

Mara Ayres (55a) era há anos Colaboradora da Polícia Militar do Estado, lotada na Diretoria de Comunicação Social (DCS). Conhecedora de minhas pesquisas e publicações sobre a corporação, mantinha meu contato para oferecer aos interessados, quando não pudesse responder a inquirição. Em contrapartida, recorria a ela para informações de bastidores.

Mara Ayres

Sempre que visitava o comando-geral, passava pela sala da DCS para trocar um papo com a Mara. Após o cafezinho, e sanados algumas questões, a conversa entrava pelo trivial, quando eu para instigar a amiga “falava mal” da Polícia. A defesa que ela fazia era intransigente, com fidelidade absoluta pela corporação.

Proclamo tal caráter, pois vi chegar as primeiras funcionárias civis na PMAM, lá se vão mais de 50 anos. Mara marcou seu tempo e sua posição no quadro desses profissionais no quartel de Petrópolis. A postura dela foi bem desenhada pelos colegas de batente na despedida lançada nas redes sociais: “Agradecemos a ti por tudo, pela irreverência, pelos sorrisos, pelas gargalhadas, pelo perfume que invadia o ar que respirávamos, pela elegância, pelo bom gosto de cerimonialista profissional, formada na escola de refinadas lições que nos ensinaste”.

 

Na formatura de Amazonilo (dir.) e
do amigo Raimundo Melo (esq.)

Doutor Amazonilo Castro (83a) foi meu colega inicial na Faculdade de Direito do Amazonas, em 1969, ainda no seriado, do primeiro ao quinto ano. Fomos juntos até o terceiro, quando me desloquei para Fortaleza, a fim de cumprir curso policial militar. Foi quando perdi o passo, e ele chegou primeiro ao diploma e ao escritório de advocacia. Aliás, eu nunca cheguei a tanto, logrei apenas o bacharelado. Todavia, ficou a amizade e o respeito.

Quando ele conquistou o departamento jurídico da Beta (a famosa fabricante de joias) na entrada rua Belo Horizonte, desfrutamos de confortáveis momentos, que se realizavam aos sábados. A farra era simples: consistia em reunir os colaboradores dele, aos quais me juntava, e buscávamos ao igarapé do Mindu, então em boas condições, era um oásis.

Depois, lembro-me dele no escritório da rua Saldanha Marinho. Ele disputando com os juristas da época, tentando se impor dentro do possível. Adiante voltei a me encontrar com ele na Assembleia Legislativa: ele, no Departamento Jurídico, eu, major chefe da Casa Militar e consequentemente da Segurança.

Então, o tempo nos afastou, pelas mudanças domiciliares, pelas mudanças conjugais, pela idade que vai nos tornando domésticos, enfim, pela velhice, que nada tem de “melhor idade”. Despedi-me dele, faz poucos anos, antes da pandemia, quando o alcancei em local de moradia imprópria situada na Cachoeirinha.

Aos dois amigos que partiram, a minha promessa de revê-los na eternidade.

3 comentários:

  1. Fiquei emocionada pela homenagem à minha prima querida. Obrigada pelo carinho!

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  2. Fiquei emocionada com a homenagem à minha prima querida Mara Ayres. Muito obrigada, Coronel. Grande abraço!

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  3. Fiquei emocionada pela homenagem à minha prima querida. Obrigada pelo carinho!

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