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sexta-feira, setembro 22, 2017

DANILO DU SILVAN

Danilo du Silvan
Ainda que sem indicação do autor, saquei do Jornal do Commercio, edição de 18 de setembro de 1983, esta apreciação sobre este literato, que foi igualmente membro do Ministério Público amazonense. Lembrando que nessa oportunidade, este órgão não dispunha da vitalidade que demonstra em nossos dias.

Du Silvan foi um dos pioneiros na pesquisa ufológica na Amazônia. Escreveu Mistificadores da Ufologia, onde relatou uma das primeiras observações de naves extraterrestres na Amazônia, fenômeno registrado em Manaus, ao final dos anos 1950.


Du Silvan - um poliedro

Quando chegamos ao Amapá, encontramos Danilo Du Silvan, como funcionário da Secretaria Geral do Território, que possuía como titular o saudoso Hildemar Pimentel Maia. Ele atuava como redator do Serviço de Informações (SI), dirigido por João de Moura Neves, que tinha como finalidade divulgar noticiário sobre as atividades da administração e acontecimentos outros que se registravam no Território.

Poeta e jornalista, Danilo Du Silvan era um jovem intelectual à procura de espaços. Com a ida de João Neves para a direção da Imprensa Oficial, o jovem jornalista assumiu a chefia do SI, que teve à sua frente elementos como Delbanor Dias, José Maria de Barros, Agostinho Sousa e Ezequias Assis, de alta capacitação profissional.
Mas era pouco para o jornalista e poeta moço. E um dia ele foi embora em busca de novas oportunidades. Foi para o Amazonas, sua terra natal, levando uma bagagem de experiências colhidas no Amapá.

Em Manaus deu prosseguimento aos seus estudos. Formou-se em Direito, exerceu as atividades de advogado e é hoje promotor público. Mas as suas atividades jurídicas não o afastaram das lides culturais. Poeta, contista, cronista vem de se revelar agora como romancista.

Está no prelo o seu livro Mar de Sargaços, detentor do Prêmio único do I Concurso de Literatura, promovido pela Suframa. Uma estória de ficção-científica que se passa no ano 2200 e que será entregue aos leitores dentro de poucos dias.

Em 1953, quando aqui chegamos, já conhecíamos Danilo Du Silvan, através de trabalhos esparsos publicados na imprensa local e pela correspondência que trocávamos com Álvaro da Cunha, que também falava deste repórter ao jovem intelectual que, sem mesmo nos conhecer, nos escreveu certa vez.

Com Álvaro da Cunha, Marcílio Vianna, João Neves, ele integrava, com mais uns poucos, a vanguarda intelectual do Amapá à qual vim juntar a minha poesia judiada. A vida e a geografia separaram este repórter de Danilo Du Silvan. As poucas vezes que estivemos em Manaus, não conseguimos contar com ele.

Apenas breves informações, como a que nos foi trazida por Francisco Sales de Lima, o Chicão. Ele nos Informou das atividades profissionais do Danilo e de que ele estava pleiteando do Governo do Território o tempo de serviço prestado a esta terra. Agora nos vêm maiores informes: Santos e José Júlio Nunes Manaus, integrando a comitiva do Governador Anibal Barcellos para o lançamento de uma nova unidade que integrará a frota de nossa Companhia de Navegação.

E lá estava o Dr. Danilo da Silva, promotor público, do Estado do Amazonas. Foi um encontro em que Vitor Santos e Danilo, que todos conhecem como Du Silvan, mantiveram. Companheiros de trabalho, relembraram os bons tempos em que a SGT funcionava com Pires da Costa, Ariosto Cardoso Pais, o velho Cortes, Zé Maria Tourinho, Heldoelson Alencar e outros.

O nome deste poeta amazônico foi lembrado e Danilo teve a gentileza de nos enviar um exemplar do Jornal Cultural que ele edita, que tem o título pitoresco de Porantin-Troféu. É uma folha de luta, de defesa da cultura, de interesse das coisas da Amazônia. 

Danilo abriu as páginas do seu jornal para os intelectuais amapaenses. Nós agradecemos e retribuímos. Este jornal também está com suas páginas franqueadas aos intelectuais do Amazonas, porque somos componentes de um todo amazônico.


Para finalizar, diremos dele o que talvez diria o grande Ivo Torre: Danilo é um poliedro.

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