A Matriz de Nossa Senhora da Conceição levou quase duas décadas para ser construída. Foi sagrada e aberta aos católicos em 1877. Abaixo, três momentos dessa trajetória.
CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS
domingo, maio 31, 2015
IGREJA MATRIZ DE MANAUS
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sábado, maio 30, 2015
CENTENÁRIO DO IGHA (2)
Na passagem do cinquentenário, o saudoso cronista Anísio Jobim descreveu em sua coluna Velhos Tempos (O Jornal, 23.abr.1967), a festividade com que este sodalício festejou essa data. Às vésperas do centenário, reproduzo este material, parte do trabalho de pesquisa que empreendo e pretendo divulgar em breve.
VELHOS TEMPOS
André Jobim
Realizou o Instituto Geográfico e
Histórico do Amazonas a sua primeira festa em comemoração aos seus 50 anos de existência,
na noite do dia 17 de março de 1967. Aberta a sessão pelo Presidente,
desembargador João Pereira Machado Junior, teve ao seu lado o Dr. Mário Jorge
do Couto Lopes, digno representante do Governador do Estado, Sr. Danilo Duarte
de Matos Areosa.
Iniciada a sessão, disse o desembargador
presidente dos propósitos daquelas festividades, congratulando-se com os
presentes em prestigiar a uma entidade cultural, cuja história constitui um
marco de glórias para a intelectualidade amazonense. A seguir, usou da palavra
o professor João Bosco Evangelista, dizendo o jovem orador da União Brasileira
de Escritores do Amazonas dos objetivos de seus companheiros no congraçamento
intelectual da juventude amazonense, irmanados com os ideias de bem servir ao
soerguimento da cultura desta terra, no qual estava com a sua tradição gloriosa
o Instituto.
A seguir, o Presidente deu a palavra ao
conferencista da noite, desembargador André Vidal de Araújo, que abordou com
raro brilho e cultura o tema A
Antropologia Filosófica, de Pierre Teilhard de Cardin, empolgando por vezes
o auditório seleto, pela beleza da sua eloquência e erudição.
Finalizando a noite de gala vivida,
depois de um interregno, longínquo, o orador oficial, padre Raimundo Nonato
Pinheiro, com a sua palavra fácil, teceu ligeiramente comentários sobre a vida
do Instituto: referindo-se aos oradores que o precederam especialmente ao
conferencista, desembargador André Vidal de Araújo, ao Dr. Mário Jorge do Couto
Lopes, ao representante do comando da Força Federal no Amazonas, ao Dr.
Gilvandro Raposo da Câmara, ao Sr. Venâncio Igrejas Lopes e a todos que se
fizeram presentes a uma festa tão bonita, classificando a festa de ouro do seu cinquentenário,
como também a conferencia e o conferencista,
homem de dotes aprimorados de inteligência e cultura.
Por fim, usou da palavra o representante
do Sr. Governador do Estado, agradecendo as deferências recebidas, registrando
seu entusiasmo pelo alevantamento daquele sodalício, finda a qual, o desembargador
presidente encerrou a sessão, demorando-se ainda os presentes na visitação das dependências
do IGHA, tendo para nós outros palavras de carinho, respeito e admiração a imponência
das festividades e da “Casa da Memória Amazonense”.
Para nós, que ainda vivemos sofrendo as consequências
da aridez intelectual do passado, fruto de uma época não muito remota, em que a
preocupação do alto custo de vida, a política e a deficiência dos costumes
educativos, deixaram-nos uma marca indelével no povo desta terra e que, a muito
custo, começa a reviver e a se integrar aos estudos da beleza, da ciência, das
letras e da história. Mesmo assim a imponência com que se abriram as
festividades do cinquentenário do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas,
para mais uma vez glorificá-lo na vida desse grande povo.
Não foram em vão as noites de vigílias,
as intranquilidades e os receios de que fosse o nosso trabalho julgado à altura
do que realizamos para bem servir a este Estado.
Todo iluminado, o Instituto Geográfico e
Histórico do Amazonas reviveu, como nunca (ilegível)
os velhos tempos... Vimos passar na mente os vultos que ali pontificaram e
cantaram hinos de glórias e de aleluias, para que nós, o povo que tudo vê,
anota e observa, pudéssemos reverenciar as memórias daqueles abnegados
estudiosos... Sentimos também as ausências
dos mestres hoje vivos e rendêssemos como é devido, as nossas homenagens nas
venerandas figuras de Agnello Bittencourt e Manoel Anísio Jobim, que o tempo os impossibilitou de estarem
presentes e repartindo com nós outros, as alegrias e as homenagens deste
glorioso cinquentenário da “Casa da Memória Amazonense”...
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Padre Nonato Pinheiro
quarta-feira, maio 27, 2015
DOM JOÃO DE SOUZA LIMA (3)
Peça decorativa em madeira |
Com esta postagem, encerro a reprodução do discurso de boas-vindas ao arcebispo do Amazonas, dom João de Souza Lima, proferido por ocasião de sua posse como sócio efetivo no Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas.
O autor, o saudoso padre Raimundo Nonato Pinheiro, orador daquele sodalício, o fez publicar em O Jornal, de 26 outubro de 1969.
Esclareço, por oportuno, que ocupo a vaga deixada por este metropolita, com seu falecimento, desde novembro de 1994.
A MISSÃO DOS INSTITUTOS HISTÓRICOS
Grande e benemérita tem sido no país
a missão dos Institutos Históricos e Geográficos, como alavancas, da cultura
nacional, tranquilas mansões de apaixonados estudiosos, para
servir-me de significativa expressão
do barão de Ramiz Galvão, recebendo no
Instituto Histórico Brasileiro o notável espírito do Cardeal Cerejeira, proeminente Patriarca de Lisboa, prelado em que se deviam
mirar, como em espelho de cristal, os prelados
de todos
os quadrantes, o qual, sem embargo de
sua proceta, mas luminosa senectude, ainda traz o espírito primaveril
iluminado aos clarões de arrebóis purpurinos.
Disseminados pelo país e
contando com parcos recursos em assunto de ajuda financeira, realizam obras de estudos,
pesquisas e promoção cultural,
divulgando documentos e salvando para a
posteridades o legado de inteligência
e cultura que nos transmitiram a paciência e o zelo patriótico dos nossos
antepassados.
Com júbilo espiritual hoje vos recebemos nesta
hora de encantamentos, estrelada de todas as resplandecências, a que não faltou o principado do mundo oficial
nem o cardinalato das mentalidades mais
lúcidas e pujantes
de minha terra, para vos colocarmos com a pompa do estilo e a magnificência das
horas triunfais, na cadeira austera do historiador beneditino Frei Gaspar
da Madre de Deus, cujo elogio tão elegantemente compusestes; nome que sem dúvida vos acordou ao espírito a veneranda cocatedral
da Madre de Deus, da capital pernambucana, que prolonga no Recife as gloriosas
tradições da velha Catedral de Olinda, mãe e
madrinha de tantas igrejas do Nordeste, como já proclamou o eminente sociólogo
e nosso sócio correspondente Gilberto Freyre, vosso preexcelso conterrâneo, que
acaba de irradiar clarões nessa mesma
tribuna em que vindes de proferir
vosso admirável discurso de posse.
O SÓLIO DA NOITE
Nesta festa sumamente suntuosa, de comemorações
históricas e de vossa solene recepção,
sois a figura central, objeto do nosso respeitoso culto e fervorosa
admiração. Como nos conclaves dos cardeais, reunidos para a eleição do
Papa, caem os dosséis de todos os baldaquinos, aurifulgindo apenas o vosso, o eleito
dos príncipes desta Casa, num conclave memorável,
em que se prestou justiça ao mérito e ao talento de um prelado ilustre, cuja modéstia,
num mundo de repelentes cabotinismos, ainda é um esmalte precioso, e até
diria, a verdadeira pedra de toque das grandes inteligências e
altivolantes espíritos! Ante o esplendor desta noite memorável, que rivaliza
com o dia pelo fulgor de tanta claridade, pela eventual circunstância de ser o
orador oficial da Casa, coube-me a grata e honrosa tarefa de dar-vos as
boas-vindas em nome de tão ilustres confrades, que se honram em serem
presididos por um embaixador da Justiça, que encaneceu no exercício dignificante
da magistratura.
E vendo-vos os
dois -- um, embaixador da Justiça; outro, embaixador da Paz, só me cabe
proferir jubiloso as palavras jucundas que o salmista pronunciou ao som harmonioso das citaras: "Justitia et pax osculata sunt"! A Justiça
e a Paz se oscularam, para a grandeza desta
Casa, que toda se ilumina com o vosso ingresso, como o raiar das pompas
matinais do meu Amazonas, que é vosso pelo
coração e pelos labores apostólicos,
pompas matinais que explodem em claridade e se desatam em policromias
deslumbrantes, num luxo oriental de galas e esplendores, de gorjeios e aleluias, de flores e arômatas; noite fúlgida e
gloriosa, que me obriga mais uma vez a fazer reboar nas arcadas dos lábios a expressão elegante do
profeta e rei Davi: "Et r.. no sicut dies illuminabitur!" (E a noite
será clara como o dia!)
No esplendor dessa claridade
triunfante, eu vos saúdo, senhor Dom João de Sousa Lima, ufano com meus confrades de arregaçar
as infulas de vossa mitra
neste como pontifical solene,
que nada fica a dever, em grandeza e brilho
aos pontificais de vossa Catedral Metropolitana, nos dias supremos de Ressurreição
e Pentecostes, em que reafirmais, ao bimbalhar dos sinos, a perenidade do Cristo,
Centro, Rei, Centro e Divisor da História, a quem
Paulo, o Apostolo, se aprazia em chamar o homem-eterno, porque Deus humanado, o
Cristo que é sempre o mesmo -- "heri, hodie,
ipse et in saecula!" -- o Cristo de ontem, de hoje que há de ser o mesmo
de amanhã no cortejo e na perpetuidade de todos os séculos!
domingo, maio 24, 2015
DESFILE DE SETE DE SETEMBRO
Em 1963, ainda na avenida Eduardo Ribeiro, com o palanque instalado no cruzamento da rua José Clemente, ao lado do Tribunal de Justiça, ocorreu o desfile de Sete de Setembro. Era governador do Estado, Plínio Ramos Coelho, que presidiu seu último Dia da Pátria, pois foi cassado no ano seguinte.
Curioso é o aproveitamento do asfalto para a propaganda política. Pode se ler o anúncio do deputado Paulo Nery, bem em frente ao palanque.
A primeira foto mostra a Banda de Música, enquanto, na segunda, vê-se o comando da tropa da Polícia Militar do Amazonas.
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quinta-feira, maio 21, 2015
DOM JOÃO DE SOUZA LIMA (2)
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Padre Nonato Pinheiro |
Na sequência,
a segunda parte do discurso do finado Padre Nonato Pinheiro, orador do IGHA, a
oração de boas-vindas ao saudoso bispo do Amazonas, Dom João de Souza Lima, na ocasião em que
ocupou a Cadeira 24, em outubro de 1969.
NOS DOMÍNIOS DO CONCÍLIO ECUMÊNICO
O Concilio Ecumênico Vaticano II, iniciado sob o pontificado
luminoso do Papa João XXIII, e concluído sob o pontificado amargurado de Paulo VI, se abriu realmente que e o Sacro Colégio dos Cardeais, ousam discordar do ... igreja, que para muitos se encontrava atrasada
de um ou mais séculos, abriu pari passu,
e dolorosamente do tumulto das ideias, do desencadeamento furioso das rebeldias
procelosas, quanto, não somente leigos
e simples sacerdotes, mas até mesmo altos prelados envoltos no próprio esplendor
da purpura cardinalícia, o que vale dizer com assento no supremo senado da
Igreja, que é o Sacro Colégio dos Cardeais,
ousam discordar do pensamento cristalino e da
orientação sempre aclarada e sapientíssima do Sumo Pontífice, teimando em não reconhecer a autoridade máxima e suprema do Vigário de Cristo e sucessor daquele Pedro de gênio arrebatado,
mas de fé ardente e intrépida, cheio de amor ao Divino Mestre,
a quem foi dito: "Tu es Petrus, et super hanc petram aedificabo ecclesiam meam!"
(Tu és Pedro, e sob esta pedra edificarei a minha Igreja!)
O vendaval
continua a soprar violento, anunciando
borrascas estrepitosas para desalento do povo de Deus e tripudio dos inimigos
da fé. Tenho acompanhado de perto as proporções da tragédia, a tomar o vulto
das tempestades aniquiladoras. A barca de Pedro revive as horas de tormenta, de
que nos fala o evangelista Mateus, "açoitada pelas ondas, porque o vento
era contrário": contrarius erat ventus... (Mt. XIV:20).
Em tanta agitação, muitos soçobram e
vacilam, precisamente porque se desvinculam do centro da unidade
cristã, que continua a ser Pedro, a pedra, o rochedo indestrutível, que devolve
ao oceano a fúria das ondas
encapeladas;
Pedro, a pedra, que continua vivo no Papa, quaisquer que sejam suas
personalidades e os nomes pontifícios que tomam ao assumirem o lema da Barca
vinte vezes· secular: Bonifácio, Gregório, Leão, Pio, João ou Paulo, não é Paulo, nem João,
nem Pio, nem Leão, nem Gregório, nem
Bonifácio: "Il est Pierre, qui ne muert pas, assis sur son trône, qui ne
crouie pas!" (Ele é Pedro, que não morre, assentado em seu trono,
que não se abala!) - diria com Luís Veuillot, cujas pupilas precisariam de
figurar nas órbitas de não poucos leigos e prelados do mundo contemporâneo, que
chegam a aceitar a heresia suprema de admitir uma Igreja sem Papa, já
esquecidos do legado tradicional da ortodoxa doutrina: "ubi Petrus, ibi
Ecclesia”, que em vernáculo se resolve nestas palavras – a Igreja está, onde
estiver o Papa!
Em meio a essa babel que inquieta a
cristandade e atormenta ainda mais o pontificado dolorido ou doloroso do grande
papa Paulo VI, tendes dado em nossa arquidiocese uma fascinante lição de bom
senso, equidade e equilíbrio, mantendo-vos no meio termo dos cautelosos, nesse
meio termo sempre aconselhado e bom conselheiro, evitando a caturrice dos
ultraconservadores e os excessos desvairados dos ultraliberais, questão mal
posta, como acaba de frisar o ponderado arcebispo de Teresina (PI) e presidente
da Comissão Episcopal
Latino-americana, porque o Bispo em si não é conservador nem liberal, é simplesmente
Bispo, com olhos para ver e ouvidos para ouvir aquelas palavras profundamente
impressionantes do rito de sua sagração episcopal: "non ponet lucem
tenebras, nec tenebras lucem; non dicat bonum malum, nec malum bonum" (não
confunda a luz com as trevas, nem as trevas com a luz; não identifique nem com
o mal, nem o mal com o bem), palavras de sensatez e advertência, que a Igreja foi buscar no tesouro fecundo e
inexausto das Santas Escrituras. Dir-se-ia que a sabedoria da Igreja, prevendo
a possibilidade humana de o novo Bispo ter a tentação de acolher as trevas como
luz, e a luz como trevas, e admitir a ignomínia de confundir o bem com o mal,
muito de ind (...)ia agasalhou nos lábios do Sagrante palavras tão eminentes,
luminosas e oportunas, que deveriam
abrir e encerrar, com a mais faiscante das chaves de ouro, quaisquer
sínodos ou assembleias eclesiásticas,
que abriguem prelados para tratarem doutrina e traçarem normas ao povo de Deus,
já cansado de tantas e incomportáveis lacerações na túnica inconsútil da Esposa de Cristo!
O INSTITUTO GLORIFICA A IGREJA
Em vossa
eleição, guiou-nos o alto quilate que vos caracteriza a inteligência, aberta a todas as ondulações da luz, e a cultura, opulentada nas
tradicionais e ubertosas tetas dos estudos clássicos, que, digam lá o que
disserem, continuam a ser os alicerces insubstituíveis de toda grande e
verdadeira cultura. Como quer que seja, com premiar-vos os talentos, quis o
Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas glorificar a Igreja,
de que sois pontífice; essa Igreja-Mãe, essa Igreja maternal, que parturejou a
civilização cristã, criadora e inspiradora de tantos e repetidos benefícios que
a humanidade vem usufruindo há vinte séculos de História!
Glorificamos
a Igreja caridosa, que criou os hospitais; e glorificamos igualmente, muito
particularmente nesta Casa a Igreja sapientíssima, que criou as Universidades,
muitas das quais trazem em seu diploma de origem a assinatura de um Papa;
Igreja de Gregório XIII, que reformou o calendário, corrigindo um erro
plurissecular pela criação dos anos bissextos; Igreja de Leão XIII, que assinou
a maior Carta do Operário Cristão, a famosa "Rerum Novarum"; Igreja de Bento XIV,
o famoso Lambertini, de quem se escreveu que
teve duas almas, uma para a Igreja e outra para as ciências; Igreja criadora de
escolas e de bibliotecas, que salvou nos mosteiros medievais, pela paciência
dos monges letrados o tesouro das antiguidades; Igreja acoimada de
obscurantismo tão somente pelos ignorantes de todas as castas, cuja miopia,
amaurose ou cegueira lhes dá olhos imprestáveis para verem o milagre do
esplendor do sol. (SEGUE)
terça-feira, maio 19, 2015
DOM JOÃO DE SOUZA LIMA (1)
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Foto da solenidade, arquivo do IGHA |
Em quase um centenário
de atividades, a Casa de Bernardo Ramos acolheu entre seus membros apenas dois
Bispos da Igreja católica. O primeiro – dom João Irineu Jofilly, ajudou a
fundar esse Instituto em 1917. O segundo, Dom João de Souza Lima, ocupou a
Cadeira 24, patronada por frei Gaspar de Madre de Deus. Foi recebido em outubro
de 1969, pouco mais de dez anos após tomar posse na arquidiocese do Amazonas.
Dirigia o
IGHA o desembargador João Corrêa, que presidiu uma solenidade repleta de
autoridades e convidados. Padre Nonato Pinheiro, orador da Casa, fez a oração
de boas-vindas. A partir dessa postagem, e dividida em três partes, reproduzo a
mencionada saudação.
Senhor Arcebispo
Dom João de Sousa Lima
O Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) pela segunda vez tem a
honra insigne de acolher em seu grêmio um bispo da Santa Igreja. Logo no dealbar de sua
inauguração, em 1917, outro antístite,
também chamado João, abrigou-se à sombra dessa casa austera, como seu " primeiro
vice-presidente, aqui deixando o
esplendor de sua mitra fulgentíssima,
o brilho meridiano de sua inteligência, a grandeza de sua cultura polimorfa, o
colorido de sua palavra eloquente e o fascínio de sua forte e inconfundível
personalidade: Dom João Irineu Joffily.
Paraibano de nascimento, sua
fisionomia, iluminada pelo fulgor de
dois grandes olhos penetrantes, revelava as cintilações
de todos os talentos. Sacerdote da arquidiocese de João Pessoa (PB), teve a
dita de ser o "baculum
senectutis", o cajado da velhice do preclaro Dom Luís Raimundo da Silva
Brito, arcebispo de Olinda e Recife, uma das mais soberbas culturas do Episcopado Nacional, maranhense ilustre, que tanto se constelara de glórias no Rio de Janeiro, como pregador da Capela
Imperial.
Foi na escola de Dom Luís de Brito que vosso egrégio antecessor no sólio episcopal
amazonense se preparou para as lides pastorais,
assim na, então, Diocese do Amazonas
como na Arquidiocese de Belém do Pará, cujo
sólio também ilustrou com acendrado zelo e alto descortino.
Outro Dom João ingressa agora solenemente neste areópago de cultura, apercebido do mesmo caráter episcopal, das
mesmas virtudes apostólicas e dos mesmos
pergaminhos de inteligência e erudição, que vossa reconhecida modéstia não logra ocultar, porque o passado, no dizer de elegante escritor, ainda quando anda, sente-se que tem asas...
pergaminhos de inteligência e erudição, que vossa reconhecida modéstia não logra ocultar, porque o passado, no dizer de elegante escritor, ainda quando anda, sente-se que tem asas...
Sacerdote secular da Diocese de Pesqueira, cedo
manifestastes pendor para o magistério, lecionando, entre outras disciplinas, a
ciência altíssima das Matemáticas, que na estimativa de grandes mestres, tanto
contribui para disciplinar os talentos e
comunicar aos espíritos particular
cunho de exação e equilíbrio, dando a tudo a justa medida do comedimento e da
proporção. Professor de renome da ciência dos números, haveis de ter
experimentado a veracidade e o encanto daquela observação de Dom José Pereira
Alves, Bispo de Niterói, em cujos lábios de ouro, ou em cujo cálamo de filigranas, encontrei esta pepita: "Em tudo sinto a poesia,
até na austera Matemática, pelo menos no cálculo sublime!". Acredito que
o estudo e domínio dessa disciplina tão exata haja
influenciado poderosamente em vossa
formação, dando-vos essa admirável exação que
todos surpreendemos na administração da arquidiocese e no governo da vida,
reflexo do longo trato de uma das ciências exatas, cujo magistério exercestes
em Pesqueira (PE) com tanto proficiência e brilho.
UM DEPOIMENTO VALIOSO
Tive a ventura de conhecer em São Luís do Maranhão vosso grande amigo, pai e protetor, o saudoso arcebispo Dom
Adalberto Acioly Sobral, bispo de Pesqueira (PE) e posteriormente arcebispo de
São Luís do Maranhão, onde a
irmã Morte o foi
buscar para o repouso dos Justos, na mansão de Deus. Nunca me foi
dado ver outro homem de tão singular personalidade, o qual, servindo-me de
palavras de Camilo, aplicadas aos
poetas, me dava a impressão de anular em si mesmo todas as leis da física ou
da fisiologia, para viver de uma única entranha:
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o coração! Homem de coração tão grande, que não sei
como lhe cabia no peito! Teve-me a seu lado muitas vezes, quando lá estive em
viagem de férias, no ano de 1950.
|
Ainda não éreis nosso
arcebispo metropolitano, e mais de uma
vez me falou dos vossos talentos e da vitória de vossos estudos no Seminário de
São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, para onde vos enviara em' seminarista, dando-vos oportunidade de
uma formação intelectual mais apurada, na forja dos grandes mestres que, sabem
ser os filhos de Santo Inácio de Loyola,
que reservam tanto devotamento ao estudo das ciências e ao trato das letras,
tão em consonância com o oráculo das Letras Santas, a afirmar: "Labia
sacerdotis custodiunt scientiam!" (Os lábios do sacerdote guardam a
ciência!).
Aprimorados vossos conhecimentos no estudo e na leitura, sorvendo em torrente os lampejos mentais de preceptores preexcelsos, iniciastes vosso currículo sacerdotal na Diocese de Pesqueira (PE), onde mão poderosa de Pio XII vos foi buscar para colocar-vos entre os príncipes da cristandade, robustecendo com a plenitude do sacerdócio. Primeiro Diamantina, em Minas; depois, Nazaré da Mata, em vosso estado natal, vos receberam como Pastor das almas, respectivamente como Bispo e Bispo Diocesano. Naquela diocese sertaneja ouviste pela terceira vez a voz do Vigário de Cristo, promovendo-vos a Arcebispo Metropolitano de Manaus, onde tendes desenvolvido um fascinante programa pastoral, dedicando-vos com alma, inteligência, coração e vida ao anúncio da palavra de Deus, a transmissão da mensagem do Evangelho, pão e luz, que sustenta e ilumina as almas sequiosas dos orvalhos celestes!
Aprimorados vossos conhecimentos no estudo e na leitura, sorvendo em torrente os lampejos mentais de preceptores preexcelsos, iniciastes vosso currículo sacerdotal na Diocese de Pesqueira (PE), onde mão poderosa de Pio XII vos foi buscar para colocar-vos entre os príncipes da cristandade, robustecendo com a plenitude do sacerdócio. Primeiro Diamantina, em Minas; depois, Nazaré da Mata, em vosso estado natal, vos receberam como Pastor das almas, respectivamente como Bispo e Bispo Diocesano. Naquela diocese sertaneja ouviste pela terceira vez a voz do Vigário de Cristo, promovendo-vos a Arcebispo Metropolitano de Manaus, onde tendes desenvolvido um fascinante programa pastoral, dedicando-vos com alma, inteligência, coração e vida ao anúncio da palavra de Deus, a transmissão da mensagem do Evangelho, pão e luz, que sustenta e ilumina as almas sequiosas dos orvalhos celestes!
O que realizastes
na arquidiocese de Manaus é obra que
vos enaltece e glorifica. Por vossa indústria e zelo, novas prelazias foram
criadas, fundando-se na capital novas residências religiosas. Muito vos
empenhastes na irradiação das escolas
radiofônicas e na promoção de semanas de ruralismo, dando vosso incentivo à fixação do homem do campo em
seu próprio meio, levando-o a não se
empolgar pelas miragens mirabolantes da capital, onde o índice de desemprego
desafia a acuidade de sociólogos e governantes.
Sintonizando com o espirito da época, tende-vos preocupado com o
problema das lideranças, brotando de vosso zelo a fundação da Maromba, centro
arquidiocesano para formação de líderes e promoção de cursos de superior
cultura, religiosa, social e
filosófica. Se é verdade o que proclamou
Bacon, que são as ideias que governam o mundo, aprendestes que urge disciplinar
nas mentes dos homens ideias fecundas e luminosas, para a floração primaveril de atos decisivos
e decisões supremas no rumo de uma comunidade
feliz, no clima e na luminosidade daquele MUNDO MELHOR, preconizado pela
genialidade de Pio XII, e cujos horizontes azuis tão bem divisastes em memorável Carta Pastoral aos diocesanos de Nazaré
da Mata (PE), dada a estampa pela Editora Vozes, de Petrópolis.
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Padre Nonato Pinheiro
domingo, maio 17, 2015
MANAUS: ANOS 1960-70
Esta construção existiu nos jardins da Matriz. (Foto de O Jornal, 13 julho 1960) |
Cruzamento das avenidas Eduardo Ribeiro com Sete de Setembro (foto de Jornal do Commercio, 1º agosto 1970) |
quinta-feira, maio 14, 2015
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO AMAZONAS (4)
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Mapa de Manaus, 1852 |
No segundo
governo dos irmãos Nery (1904-07), circulava em Manaus a “Revista destinada a
vulgarização de documentos geográficos e históricos do Estado do Amazonas”,
intitulada ARCHIVO PÚBLICO. Tais documentos constituíam o acervo desta
repartição que, ainda em nossos dias, sem o brilho anterior, prossegue
funcionando.
Em 17 de
outubro de 1907, Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha (filho do 1º presidente da
Província amazonense e dirigente do referido órgão), proferiu uma palestra
sobre a História e Geografia do Amazonas.
Essa alocução, realizada no Ginásio Amazonense diante de respeitável plateia e
do próprio governador, Constantino Nery, foi reproduzida no volume II, datado
de 23 de janeiro seguinte.
A seguir, a
IV e última Parte:
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Vila da Barra do Rio Negro, 1849 (colorido artificialmente) |
Vastíssima
é a rede hidrográfica da Bacia do Amazonas, tendo por artéria principal o
portentoso rio do qual vem o nome, e dele ramificam-se outros que a ele se
assemelham como o Jari, Paru, Xingu,
Tapajós, Madeira, Uatumã, Urubu, Negro, Purus, Japurá, Iça, Juruá, Javari,
Ucayali, Morona etc. e, que não são menos importantes pela amplitude do
curso e volume das suas águas, que o Tocantins, que noutros tempos deverá ter
sido, como creio, também um ramo do rio Amazonas.
O
rio Amazonas, que o padre Antônio Vieira, – o Grande, chamou – mar doce, por ser na largura da sua
embocadura e no seu comprimento maior que o Mar
Mediterrâneo, nasce na cordilheira dos Andes; e querendo Tenreiro Aranha,
imortal fundador da província, que tomou o mesmo nome do rio, dar uma ideia
aproximada da sua grandeza, assevera que a navegação tem sido e há de sempre
ser, aqui, por este mar imenso do
Amazonas, a principal via de comunicação para irem todos os habitantes e
todos os produtos de uns para outros lugares, desde o leito marchetado, onde o
monarca dos rios tem a cabeça majestosa, até onde com as pontas dos pés repele
as vagas do oceano.
Todos os habitantes e todos os produtos dos outros
lugares da Bacia do Amazonas incontestavelmente estendem-se à Goiás e Maranhão pelo Tocantins; à Mato
Grosso pelo Xingu, Tapajós e Madeira; à Bolívia pelo Madeira, Purus e Juruá; ao
Peru pelo Juruá, Javari e Amazonas ou Maranon; ao Equador pelo Iça; à Colômbia
pelo Iça, Japurá, Uaupés e Içana; à Venezuela pelo rio Negro, Ixié, Cauaboris,
Padauari e Uraricuera; à Guiana Inglesa pelo Tacutu e à Guiana Holandesa pelo
Trombetas.
Os Estados do Grão Pará e Amazonas, unidos pelo grande
rio, acham-se na própria artéria da rede hidrográfica da Bacia do Amazonas.
Só depois da fundação do Estado do Maranhão e Grão-Pará, cuja sede foi São Luís, máxime da gloriosa expedição de Pedro Teixeira, intrépido capitão português, que de Belém partindo com destino à Cametá e deste porto, no rio Tocantins, dirigiu-se a Quito, hoje capital do Equador, por via do rio Amazonas, no qual foram, nessa ocasião, reconhecidas as embocaduras dos rios Xingu, Tapajós, Madeira, Negro, Coari, Japurá e Napo até o término da mesma expedição, foi que o Maranon, descoberto por Pinzon, que Orelana mais tarde denominou Amazonas, ficou definitivamente reconhecido e pertencendo a capitania do Grão Pará, e sob a jurisdição do governo geral daquele outro Estado.
As capitanias, que então o formavam, eram as do Maranhão, Cumá ou Guimarães, Piauí, Gurupi, Caeté ou Bragança, Grão-Pará, Joannes ou Marajó, Cabo do Norte ou Guiana Portuguesa, Camutá ou Cametá, e Rio Negro ou Alto Amazonas, última criada. Este vasto Estado ficou depois dividido no do Maranhão e no do Grão Pará e Rio Negro e mais tarde este ainda foi dividido, já sob o regime do Império, na província do Grão Pará e na do Amazonas.
Esta última província, que se achava convertida na qualidade de comarca da outra província, num vasto deserto, por falta de um escolhido, que trabalhasse para a felicidade de seus povos, como havia feito o seu glorioso e imortal governador Lobo d’Almada, no fim do século XVIII, teve quem dela se lembrasse a 27 de maio de 1826 na Assembleia Geral Legislativa do Império. O deputado paraense, cônego Romualdo Antônio de Seixas, foi quem submeteu à discussão um projeto seu, mandando considerar daquela data em diante, como Província, a comarca do Rio Negro da Província do Pará, dizendo: Ah! Sr. Presidente, quanto são desgraçados os povos que vivem longe da sede do Império!
Com a criação do Estado do Maranhão, por decreto de 13 de julho de 1621, o governo das conquistas do Ceará, Maranhão e Grão-Pará, ficou separado do geral do Brasil. Nomeado Diogo de Carcamo naquela mesma época, governador do novo Estado, recusou a nomeação, e por este motivo coube a Francisco de Moura ser escolhido para ocupar o cargo, que não aceitou também.
A vista da sua recusa foi então nomeado, a 23 de
setembro de 1623, Francisco Coelho de Carvalho, que a 23 de março de 1624
partiu de Lisboa com destino a Pernambuco, onde deixou-se ficar dois anos por
causa da invasão holandesa, tendo dentro desse tempo tomado posse do cargo no
Ceará, que fazia parte do território do Estado do Maranhão.
Este governador só a 3 de setembro de 1626 pôde entrar em São Luís , e em 1627 indo
ao Grão-Pará, entrou no Gurupi e ali
fundou a povoação Vera Cruz; e manifestou-se em Belém contra os bárbaros e
desumanos resgates de escravos indígenas, com desagrado geral dos poderosos
escravagistas.
Em 1636 fez outra visita ao Grão-Pará, demorando-se
pouco em Belém, onde aportara a 1º de maio desse ano, e por motivo de moléstia
mudou-se para a Vila de Cametá,
fundada ainda em dezembro de 1635, onde chegou a 1º de setembro do mesmo ano de
1636 e a 15 desse mês ali faleceu.
Em 9 de outubro do referido ano de 1636, apossou-se
intrusamente do cargo de governador do Estado Jácomo Raimundo de Noronha, e só
o deixou a 27 de janeiro de 1638, data em que entrou na sua posse Bento Maciel
Parente, 2º governador da coroa e 3º na ordem dos respectivos serventuários que
assumiram o exercício do cargo. Dos três governadores, o último que foi nomeado
dentro do domínio de Espanha, continuou no exercício por nova nomeação do Duque
de Bragança, então aclamado rei de Portugal.
Desta sorte, contando da data da fundação do Estado do
Maranhão a da do Grão-Pará e Rio Negro o número dos seus governadores e capitães
generais foi este de 30, sendo: No domínio espanhol, com residência no Maranhão
– 3; no domínio português com a mesma residência – 23; e com esta no Pará – 5,
inclusive o governo provisório de 30 de janeiro de 1644.
No domínio holandês teve o Maranhão, menos o Pará que
não se submeteu à Holanda, dois governadores desta potência, de 27 de novembro
de 1641 a
28 de fevereiro de 1644.
A capitania do Grão Pará, sujeita ao Estado do
Maranhão, contou até a data da fundação do Estado do Grão Pará e Rio Negro, no
domínio espanhol 15 governadores e capitães-mores, e no domínio português 26,
inclusive o de 19 de junho de 1650, que pelo governador e capitão-general do
Estado do Maranhão foi declarado independente da sua autoridade, e mais 4, inclusive
o de 8 de maio de 1654, de Domingos Machado, conjuntamente o Senado da Câmara,
em virtude do Decreto régio de 23 de fevereiro de 1652, que deu-lhes autoridade
independente da do governo do mesmo Estado do Maranhão.
O Estado do Grão-Pará e Rio Negro contou, da data da
sua fundação até a adesão do Pará à proclamação da independência e do Império
do Brasil, o número de 10 governadores e capitães generais, inclusive o de 24
de setembro de 1751 e o de 2 de março de 1759, que governaram o Maranhão
dependente do Pará; uma junta provisória de 19 de outubro de 1817 com três
membros; uma outra junta provisória constitucional de 1º de julho de 1820 com
três membros; uma terceira de 1º de janeiro de 1821 com oito; uma quarta de 12
de março de 1822 e uma, por último, de 10 de março de 1823 com sete cada uma.
A Capitania de S. José do Rio Negro, sujeita ao Estado
do Pará, contou da data da sua fundação em 11 de julho de 1757 até a adesão do
Pará à independência e império do Brasil, os governadores seguintes:
Nº
|
Governadores
|
Data de Posse
|
1
|
Joaquim de Mello
Povoas
|
1758 Maio
7
|
2
|
Gabriel de Souza
Filgueira
|
.......
|
3
|
Nuno Ataíde da
Cunha Varona
|
.......
|
4
|
Valério Corrêa
Botelho de Andrade
|
.......
|
5
|
Joaquim Tinoco
Valente
|
1772
|
6
|
............................
|
........
|
7
|
............................
|
........
|
8
|
José Antônio
Salgado
|
........
|
9
|
Manoel da Gama
Lobo d’Almada
|
1787
|
10
|
José Antônio
Salgado
|
1799 Outubro 27
|
11
|
José Simões de
Carvalho
|
1804
|
12
|
José Joaquim
Victorio da Costa
|
1805
|
13
|
José Joaquim
Victorio da Costa
|
1807 Outubro 10
|
14
|
Manoel Joaquim do
Paço
|
1818
|
15
|
Antônio Luís
Pires Borralho
|
.......
|
16
|
Manoel Joaquim do
Paço
|
1821 Março 31
|
17
|
Antônio Luís
Pires Borralho
|
.......
|
No
mesmo domínio contou mais uma junta administrativa provisória constitucional,
formada por eleição, e compondo-se dos cidadãos seguintes: Antônio da Silva
Craveiro, Bonifácio João de Azevedo, Manoel Joaquim da Silva Pinheiro e João
Lucas da Cruz.
CONCLUSÃO
Eis aqui quanto me foi possível produzir, animado pelo
amor e zelo de que sempre fiz timbre, do bem geral do Brasil, particularmente
do Amazonas, berço do mavioso poeta lírico e cantor primoroso da inditosa Maria
Bárbara, que
Lembrando-se que teve uma consorte,
Que por honra da fé que lhe jurara,
A mancha conjugal prefere a morte;
e vasto teatro das mais gloriosas conquistas do imortal
João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha por meio da imprensa e da tribuna
parlamentar brasileira à favor da navegação a vapor dos rios do Amazonas e seus
tributários, da elevação da comarca do Rio Negro 19 à província, da
exploração dos mais importantes afluentes do grande rio, da colonização
nacional e estrangeira nos rios Iça e Branco, e da catequese e civilização dos
índios, para significar a minha gratidão a esta terra futurosa, que me deu
hospitaleiro acolhimento de 1856 até hoje, e ao qual tenho procurado
corresponder condignamente sem quebra de minha dignidade e da independência do
meu caráter.
Grato, portanto, aos distintos cavalheiros e virtuosa
professora, que ornam neste momento tão seleto auditório, especialmente aos
ilustres Dr. Antônio Constantino Nery, governador do Estado, e coronel Antônio
Clemente Ribeiro Bittencourt, vice-governador, por haverem todos gentilmente
honrado com suas presenças esta modesta conferência, que lhes tributo, contando
que me hão de desculpar, se não correspondi, quanto desejava, as suas expectativas. (fim)
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