Mirtillo Fricke de Lyra, 1º tenente |
Em
1º março de 1950, o sargento combatente Mirtillo Fricke de Lyra foi promovido
ao posto de 2.º tenente músico, pelo governador Leopoldo Neves. Assaz estranha
esta promoção; no entanto, é facilmente explicável essa manobra: como somente
existia esta vaga no oficialato, decidiu o comando promover o amigo, o “peixe”,
mesmo que ele não fosse do ramo, aproveitando a barafunda vivente na
corporação. Para aclarar esse descalabro, acrescento apenas que a assistia em
média a cada dois meses a mudança de comandante. Nessa ocasião, comandava a
Polícia Militar o coronel da reserva (aposentado)
Temístocles Henrique Trigueiro, que foi substituído em julho.
Nascido
em Maceió (AL), em 24 de abril de 1916, Fricke de Lyra era filho de Manuel
Bernardo de Lyra e de Ernestina Fricke de Lyra. Na ficha de inclusão na Polícia
Militar foram assinalados alguns sinais característicos: cor morena, olhos castanhos
escuros, cabelos castanhos escuros ondulados e com 1m68.
Nos
assentamentos do tenente Fricke, não há qualquer registro de atuação musical,
salvo quando para, em comissão, receber equipamentos e examinar o corneteiro.
Nos registros encontra-se de tudo, inclusive sua destacada atuação no incêndio
do Trapiche Satélite, sendo elogiado pelo “desprendimento da própria vida”.
No
inicio de 1951, como habitual, foi classificado nas funções de Mestre de Música.
Classificar um oficial não indicava que o mesmo exercia a enunciada função,
assim ocorreu com o referido mestre. Era tão desnecessário, que a 16 de
janeiro, o governador baixou novo ato transferindo-o para o quadro de
combatentes e o efetivando no posto de 2.º tenente. Pronto, a manobra estava
concluída e o tenente confirmado no posto. Mais adiante, Lyra passou para o
quadro da Intendência e, neste, foi promovido a capitão em março de 1962, e
transferido para a reserva como major, em janeiro de 1963.
Suponho
que quem o substituía ou, na realidade, ensaiava a Banda de Música, era o
sargento Nicanor Puga Barbosa, como bem recorda sua viúva – Marina Puga, para
essa retrospectiva, em 2013. A meu ver, admitir a substituição é correta, pois
foi Puga que, igualmente beneficiado pela conjuntura frouxa que persistia na
corporação, sucedeu ao tenente Lyra.
Fricke
de Lyra morreu em Manaus, aos 22 de novembro de 1991.
era meu biso
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