CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

domingo, abril 06, 2025

POESIA DOMINICAL DE ANÍSIO MELLO

A poesia deste domingo pertence a Anísio Mello que, na próxima sexta-feira (11), completa 15 anos de morto. A ocasião servirá para uma homenagem conduzida pelo CLAM (Clube Literário ao Amazonas). O poema produzido em São Paulo (20 março 1964), foi transcrito do seu livro (póstumo) Convite à Poesia (Manaus: Chá do Armando Edições, 2011). 

Anísio Mello

ALMAS INFANTIS


Não desenhei como os antigos

constelações, mas naveguei,

como navegam todos os poetas.

 

Olhando o céu vejo a árvore

e seus frutos são estrelas,

que minha mãe bondosa e santa

colheu para minha infância.

Minhas mãos transbordavam

na colheita feliz daqueles anos...

 

Olho o céu ainda hoje.

A árvore inocente não existe,

mas estrelas ou frutos

ainda brilham pelo espaço antigo,

como brilham as almas infantis. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário