A ineficiência dos Bombeiros Municipais, na década de 1950, ensejou a criação da Sociedade dos Bombeiros Voluntários, fundada em 24 de abril de 1952. Era dirigida pelos lusos José Antonio Dias Loureiro Ventura, o comandante Ventura, e Constantino José Machado, subcomandante. A sede estava na rua Comendador Alexandre Amorim, bairro de Aparecida, também sede da empresa de Ventura. O empreendimento durou exatos dez anos, começando sua derrocada com a morte do subcomandante, sobre a qual a edição de A Gazeta (13 maio 1961) assim se manifesta:
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Jornal A Gazeta, 13 maio 1961 |
Ontem, em Manaus, morreu um herói.
Que não o foi somente pelas determinantes de sua morte. Que não era apenas um relojoeiro. Um bombeiro voluntário. Um ator do teatro amador. Um português radicado no Brasil. Era um verdadeiro dínamo humano, desde 1918 – quando chegou a esta capital, se identificou com o dia-a-dia da terra que escolhera, dividindo suas energias com a profissão, com a missão nobre e heroica, com a arte, com o grêmio que une seus irmãos. Seu nome: Constantino José Machado. O português nascido em Leixões no dia 5 de outubro do segundo ano deste século morreu ontem, quando os relógios – que foram o seu ganha pão – marcavam as 19 horas e 30 minutos.
Num relance, talvez, se lhe passaram pela
mente os acontecimentos mais importantes de sua vida irrequieta: o casamento
com a sra. Rosa Gomes Machado, os três filhos (Altair, Ilos e Alda), a viuvez. O
segundo matrimônio, a sra. Maria da Conceição, os outros filhos: Estefânia
Maria, Antonio e Luzia. A sua genitora, as cinco irmãs, todas em Portugal. As suas
atividades no rádio-teatro, na antiga “Festa da Mocidade” da Rádio Difusora,
quando chegou a contracenar com famosos artistas brasileiros, como Pedro
Celestino. O Luso Sporting Clube. O velho Luso, cujo corpo cênico dirigia. O incêndio
na fábrica de sabão. O corre-corre que durante todo o dia colocou em permanente
movimentação os Bombeiros Voluntários. Quantos incêndios já não ajudara a
apagar? Só que este fora diferente. Fora o último. Um ônibus da Transportamazon
interceptara a corrida que era uma constante na sua vida: matara-o.
O sr. Constantino José Machado era
subcomandante da Sociedade de Bombeiros Voluntários. Em Manaus, além dos filhos
e da esposa, deixou um tio, o sr. Antonio Pires, proprietário da casa “A La
Ville de Paris”.
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