Com o sepultamento do Papa Franciscus, hoje realizado, a Igreja encerra mais um capítulo de sua caminhada terrena. Entre tantos dispositivos litúrgicos empregados nas exéquias, encontra-se a elaboração do Rogito, documento que descreve a vida e o papado do pontífice. Ao ler este documento, compartilhei alguns parágrafos, que seguem abaixo:
“Recomendava aos sacerdotes
estarem sempre disponíveis para administrar o sacramento da misericórdia, a
terem coragem de sair das sacristias para procurar a ovelha perdida e a
manterem abertas as portas da igreja para acolher quem buscasse o Rosto de Deus
Pai.”
“Francisco foi o 266º Papa. Sua
memoria permanece no coração da Igreja e da humanidade inteira.”
“Francisco deixou a todos um
testemunho admirável de humanidade, de vida santa e de paternidade universal.”
A leitura deste documento me lembrou um
sacerdote da Igreja de Francisco, morto aqui em Manaus há 25 anos. A leitura do
Rogito me permitiu compreender o poema Oráculo do padre-poeta L.
Ruas, no qual, escrito em 1970, cantou sua orientação missionária:
Tenho pena, disse-me o meu Deus,
Daquele que é amado por mim.
(...)
Aquele que eu mais amar
Jamais terá dias tranquilos
Nem mesmo aos domingos
Ele poderá se divertir.
Por exemplo, não terá
Aquela paz necessária que é
preciso ter
Para passar um dia inteiro, de
calção,
Num balneário. E se sentir
feliz. (...)
Porque já não terá mais em si
A tranquilidade inócua dos
felizes.
Não digo que ele não vá. Isso
não.
Ele vai. Mas, não como os
outros vão.
Porque o que ele busca nessas
coisas
Não é mais felicidade. Nem
prazer.
O que ele quer mesmo é me
encontrar em tudo isso.
Porque eu o amo de tal modo
Que ele quer me encontrar em toda parte. (*)
(*)
Mendonça, Roberto (org.) L. Ruas: Poesia Reunida. Manaus: Travessia,
2013
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