Constantino Nery estava na
metade de seu governo (1904-08), quando subsidiou na sede do governo (que ainda
não se encontrava no Palácio Rio Negro) um banquete com os principais membros
do Partido Republicano para homenagear o senador Silvério Nery, seu irmão e
antecessor no Executivo. Silverio Nery
O objetivo era ouvir a palavra do senador sobre a Questão
do Acre, que se consolidara durante seu governo (1900-04), portanto, muito
interessava ao Amazonas.A postagem foi recolhida do
jornal Amazonas (de 23 março 1906), pertencente ao Partido, pelo visto,
compareceu a “nata da sociedade” dirigente, como diria o colunista
contemporâneo.
Silverio Nery |
O objetivo era ouvir a palavra do senador sobre a Questão do Acre, que se consolidara durante seu governo (1900-04), portanto, muito interessava ao Amazonas.
Recorte do diário Amazonas, 23 mar. 1906
Realizou-se, ontem, em Palácio,
o banquete político oferecido pelo dr. Constantino Nery, digno governador do
Estado, ao nosso preclaro chefe, senador Silvério Nery.
O banquete
começou às 7:30h da noite, sentando-se no lugar de honra o senador Silvério
Nery, a quem foi dedicado o ágape, e à direita dele os coronéis Antonio Bittencourt,
vice-governador do Estado, Hidelbrando Antony, secretário do Congresso, Raphael
Machado, Cordeiro Junior e Públio Bittencourt, deputados; dr. Arthur Araújo, superintendente
da Viação, e Carlos Figueredo; e à esquerda, drs. Sá Antunes, secretário de
Estado, Victor de Souza, Alvares Pereira, major Raul de Azevedo, dr. Pedro Botelho,
coronel José Gonçalves Dias, deputados, e dr. Ignacio Moerberch.
Em frente
ao senador sentou-se o dr. Constantino Nery, governador do Estado, tendo à sua direita
os dr. Jorge de Moraes, deputado federal, coronel Emídio Pinheiro, comandante
do Regimento do Estado, drs. Paes de Andrade, inspetor do Tesouro, Porfirio
Nogueira, Coriolano de Carvalho, diretor das Obras Públicas, e major Júlio Nogueira,
diretor da Escola Normal; e à esquerda, coronel Ferreira Pena, desembargador
Assumpção de Menezes, chefe de Segurança Pública, coronel Adolpho Lisboa, superintendente
municipal, general Jacques Ourique, coronel João Batista de Faria e Souza,
administrador da Recebedoria, dr.
Epaminondas de Albuquerque, procurador fiscal da Fazenda. Nas extremidades da mesa
sentaram-se os drs. José Gayoso, diretor-geral da Instrução Pública e
representante desta Folha, e Luiz Barreiros, diretor do Diário Oficial.
Justificaram
suas não comparência ao banquete o desembargador presidente do Superior
Tribunal de Justiça, o diretor do Serviço Sanitário e o diretor do Ginásio Amazonense.
(...) Em
seguida, o ilustre senador Silvério Nery usou da palavra, pronunciando este
brinde:
Sr.
Governador, meus Senhores:
A benevolência de V. Exas. e a extrema gentileza dos meus
amigos cativam-me sobremaneira com esta brilhante festa em que vejo representado
aquilo que o nosso Partido tem de mais distinto e mais seleto: o chefe do Poder
Executivo, membros do Poder Legislativo, chefes do serviço público, a imprensa,
o comércio, as finanças.
Sinto-me feliz e satisfeito no meio de todos vós,
senhores.
Feliz, porque vindo de longe, desde a primeira praça, a
trabalhar nesta agitada política pelo progredir do Amazonas, conquistando pouco
a pouco os acessos, cheguei à posição imerecida de comandar um partido forte e
disciplinado; satisfeito, porque se me oferece oportunidade para dizer o que
pensa e o que quer o Partido Republicano Federal do Amazonas, relativamente ao
Acre.
E
seguiu descrevendo aos comensais sua luta pelo direito do Amazonas ao território
do Acre, sua luta por uma indenização que, não obstante o empenho do notável
advogado Rui Barbosa pelo Amazonas, esta somente foi creditada décadas depois.
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