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sábado, janeiro 25, 2025

CONGRAÇAMENTO DOS NERY (1906)

Constantino Nery estava na metade de seu governo (1904-08), quando subsidiou na sede do governo (que ainda não se encontrava no Palácio Rio Negro) um banquete com os principais membros do Partido Republicano para homenagear o senador Silvério Nery, seu irmão e antecessor no Executivo.
Silverio Nery

O objetivo era ouvir a palavra do senador sobre a Questão do Acre, que se consolidara durante seu governo (1900-04), portanto, muito interessava ao Amazonas.
A postagem foi recolhida do jornal Amazonas (de 23 março 1906), pertencente ao Partido, pelo visto, compareceu a “nata da sociedade” dirigente, como diria o colunista contemporâneo.

  

Recorte do diário Amazonas, 23 mar. 1906

 

Realizou-se, ontem, em Palácio, o banquete político oferecido pelo dr. Constantino Nery, digno governador do Estado, ao nosso preclaro chefe, senador Silvério Nery.

O banquete começou às 7:30h da noite, sentando-se no lugar de honra o senador Silvério Nery, a quem foi dedicado o ágape, e à direita dele os coronéis Antonio Bittencourt, vice-governador do Estado, Hidelbrando Antony, secretário do Congresso, Raphael Machado, Cordeiro Junior e Públio Bittencourt, deputados; dr. Arthur Araújo, superintendente da Viação, e Carlos Figueredo; e à esquerda, drs. Sá Antunes, secretário de Estado, Victor de Souza, Alvares Pereira, major Raul de Azevedo, dr. Pedro Botelho, coronel José Gonçalves Dias, deputados, e dr. Ignacio Moerberch.

Em frente ao senador sentou-se o dr. Constantino Nery, governador do Estado, tendo à sua direita os dr. Jorge de Moraes, deputado federal, coronel Emídio Pinheiro, comandante do Regimento do Estado, drs. Paes de Andrade, inspetor do Tesouro, Porfirio Nogueira, Coriolano de Carvalho, diretor das Obras Públicas, e major Júlio Nogueira, diretor da Escola Normal; e à esquerda, coronel Ferreira Pena, desembargador Assumpção de Menezes, chefe de Segurança Pública, coronel Adolpho Lisboa, superintendente municipal, general Jacques Ourique, coronel João Batista de Faria e Souza, administrador  da Recebedoria, dr. Epaminondas de Albuquerque, procurador fiscal da Fazenda. Nas extremidades da mesa sentaram-se os drs. José Gayoso, diretor-geral da Instrução Pública e representante desta Folha, e Luiz Barreiros, diretor do Diário Oficial.

Justificaram suas não comparência ao banquete o desembargador presidente do Superior Tribunal de Justiça, o diretor do Serviço Sanitário e o diretor do Ginásio Amazonense.

(...) Em seguida, o ilustre senador Silvério Nery usou da palavra, pronunciando este brinde:

Sr. Governador, meus Senhores:

A benevolência de V. Exas. e a extrema gentileza dos meus amigos cativam-me sobremaneira com esta brilhante festa em que vejo representado aquilo que o nosso Partido tem de mais distinto e mais seleto: o chefe do Poder Executivo, membros do Poder Legislativo, chefes do serviço público, a imprensa, o comércio, as finanças.

Sinto-me feliz e satisfeito no meio de todos vós, senhores.

Feliz, porque vindo de longe, desde a primeira praça, a trabalhar nesta agitada política pelo progredir do Amazonas, conquistando pouco a pouco os acessos, cheguei à posição imerecida de comandar um partido forte e disciplinado; satisfeito, porque se me oferece oportunidade para dizer o que pensa e o que quer o Partido Republicano Federal do Amazonas, relativamente ao Acre.

 

E seguiu descrevendo aos comensais sua luta pelo direito do Amazonas ao território do Acre, sua luta por uma indenização que, não obstante o empenho do notável advogado Rui Barbosa pelo Amazonas, esta somente foi creditada décadas depois.

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