CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sexta-feira, outubro 04, 2024

PICO DA NEBLINA

Ao comemorar o Jubileu de Ouro de atuação no Rio Negro (AM), em 1965, os Salesianos sob a orientação de dom Pedro Massa publicaram um livro registrando os caminhos percorridos e os personagens – eclesiásticos e leigos – que cooperaram na obra. Abuso do livro editado – De Tupan a Cristo, postando algumas páginas bem esclarecedoras, páginas que fornecem pormenores da história amazonense.

Pico da Neblina, em Santa Isabel

A postagem de hoje descreve o esforço empreendido a fim de instalar no topo do Pico da Neblina (2.995,30 metros, consoante o IBGE 2015) uma estátua do Cristo e uma bandeira nacional, portanto, no ponto culminante do país, localizado no município de Santa Isabel do Rio Negro. Como desconheço a fixação ou a permanência do monumento, recorri à “enciclopédia livre”, onde nada alcancei nas várias fotos expostas. Por isso, o (des)apontamento. 

 

 

Deve ser assinalada, em destaque luminoso, a descoberta do ponto mais alto do sistema orográfico do Brasil, o pico da Neblina, que se eleva a 3.014 metros sobre a planície amazônica, realizada pela Comissão Demarcadora de Fronteiras entre o Brasil e a Venezuela, e onde a Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas Arqueológicas conduziu, em janeiro deste ano, a primeira expedição, com a colaboração elementos das vizinhas missões salesianas de [rio] Cauaburi e Maturacá.

Pretende a mesma Associação, com o auxílio das missões salesianas, realizar a escalada definitiva daquele pico, a fim de proceder a pesquisas do mais alto interesse científico, diante dos indícios e informações colhidos.

Ocorrendo neste ano [1965] o jubileu áureo das missões, julgou a Prelazia do Rio Negro que não haveria arremate melhor para suas comemorações festivas do que, aproveitando os esforços da nobre Associação, levantar, no ponto mais alto do Brasil, o símbolo sagrado da fé da primeira nação católica do mundo, chantando, na solidão olímpica daquela altura, a Cruz do Redentor, como um reclamo secular que há quatrocentos anos sobe silencioso e solene da mata brasileira até o alto dos céus, nas cintilações benditas do Cruzeiro do Sul.  (...)

Outra vista do Pico da Neblina

Para esse fim, será constituída comissão destinada a realizar o grande cometimento, recolhendo os recursos necessários e — o que mais importa — vencendo as dificuldades de transporte até o Pico da Neblina.  Distintas autoridades federais e estaduais já prometeram seu valioso concurso, que a missão salesiana põe, num gesto de grande e ilimitada confiança, sob os auspícios e a proteção da maior organização jornalística do Brasil “O Globo” e de sua recém inaugurada estação de televisão.

Triunfadores em tantas vitórias, tendo já encampado várias outras campanhas que traduziram ideias generosas em esplendidas realidades, a nova campanha, lançada pelo “O Globo”, do Pico da Neblina, não poderia ter garantia mais segura para sua plena realização. Esta página consigna e lança a luminosa ideia, que, realizada ainda neste ano jubilar missionário, até agosto de 1966, cantará o hino glorioso da fé nos grandes destinos da pátria, pelo gesto de bênção divina do novo Cristo Redentor do alto do Pico da Neblina.

Antecipando a gloriosa campanha, em 15 de agosto, um modesto cruzeiro e a Bandeira Nacional, irmanada à Bandeira da Prelazia fulguram no Pico da Neblina lá conduzidas pelo presidente da Associação de Estudos Arqueológicos, na segunda escalada, que seguiu para este fim no mês de julho. A 22 de julho, no Palácio das Laranjeiras, o presidente da República, marechal Castelo Branco, às 9h30, na presença de alguns membros de seu Gabinete Presidencial, autografou a Bandeira Nacional e o pavilhão salesiano do Jubileu Áureo das Missões, desfraldados agora no Pico da Neblina ao sopro daqueles ásperos ventos, aguardando a Imagem do Cristo Redentor.

quarta-feira, outubro 02, 2024

18 ANOS SEM ROBERTO, FILHO

 o dia de hoje me relembra o sepultamento do filho que faleceu no dia anterior, em 2016. Passam-se dezoito anos, porém, a despeito de atenuadas, as dores ainda ferem. trata-se do Roberto Souza Mendonça, carinhosamente tratado por Betão, nascido em 1971, um dos meus herdeiros. aconteceu em um domingo de eleições gerais e no dia imediato à queda de um avião GOL, que voava de Manaus a Brasília. na ocasião, Lula se reelegeu presidente; haverá neste domingo próximo a festa democrática  para eleição da administração municipal.