Transcrito ou, como se diz, compartilhado do Jornal do Commercio, circulado na festa da Padroeira,
8 de dezembro de 1962.
ESTÁ em curso na cidade mais uma campanha esclarecedora do
tráfego feita com a melhor das intenções, como tantas outras, mas de resultados
duvidosos. Dizemos assim porque todas as anteriores, principalmente a penúltima sob os auspícios do
Lions Clube e do DAERA [antecessor do DERAM], redundaram em completo fracasso
se levarmos em conta as estatísticas relativas ao número de acidentes.
ESTÁ visto que os condutores de veículos, que por falta de
vocação para a profissão ou por irresponsabilidade, ocasionam desastres e levam
a morte e a dor aos lares de tantas famílias, estes não ouvem ou fingem que não
ouvem as recomendações, os conselhos, as instruções dos promotores de tais
campanhas, que sempre merecem o apoio incondicional da Delegacia Especializada
do Tráfego.
ELES PREFEREM correr o risco e ameaçar o povo com as suas
infrações às leis que regulamentam o trânsito dos veicules. As penalidades que
sofrem são fracas para a magnitude dos danos que provocam e daí as
reincidências, os abusos, com todas as suas consequências negativas para uma
boa ordem nesse problema vital e segurança do público.
É PRECISO estabelecer um regime severo de multas, nas bases do
que está sendo feito agora em São Paulo, onde as novas sanções se elevam até
cem por cento do salário-mínimo, aos que dirigem sem carteira de habilitação ou
em estado de embriaguez, aos que forçarem a passagem entre dois veículos,
ultrapassarem outro em curva, ou ainda não prestar assistência às vítimas de
seus atropelamentos. Para os casos de menor importância, como um simples avanço
ao sinal a multa se eleva a mais de dez mil cruzeiros.
COM UM TAL regime de sanções é possível que em grande parte se
consiga reduzir o número de acidentes em Manaus. Com simples conselhos, como
nas campanhas que temos visto e até mesmo nelas colaborado, os resultados têm
sido nulos ou quase nulos. O único rendimento realmente aproveitável é o que se
relaciona com o público, orientando-0 no sentido de fazer com segurança o
cruzamento das ruas.
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