Levou algum tempo até que eu cumprisse a promessa de publicar novamente sobre a família Paula e Souza, cujo o segundo capítulo diz respeito ao Tupinambá de Paula e Souza.
Tupinambá
de Paula e Souza (1915-1995)
Estimulado a buscar dados desta família, logo dei de cara com um Paula e Souza, falecido coronel da PM amazonense, portanto, meu precursor no quartel da Praça da Polícia. Possuía um nome bem singular: Tupynambá. Nasceu no Amazonas, mas ainda não se encontrou a localidade (acreditando a viúva que tenha sido em Manicoré), em 8 de novembro de 1915, sendo o primogênito de Pedro de Paula e Souza e Leonor dos Santos e Souza.
A fim de
melhor possibilitar o entendimento sobre o avanço de Tupinambá, recordo que
Ramayana de Chevalier, filho de Raymunda de Paula e Souza, nasceu em Manaus, em
1909. Acredito que eram primos, basta observarmos as idades e, acima disso, o
sobrenome dos pais. E mais, a fisionomia, a cara de ambos.
Rastreando
o arquivo central da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), ora “encostado” ao
Palacete Provincial, deparei com o ingresso de ambos nesta corporação. Os dois
chegaram em abril de 1936, quando Ramayana, já formado em Medicina, e amparado
pela amizade paterna angariada na praça de Manaus, conquistou o cargo de chefe
do Serviço Médico, com o posto de capitão da Força Estadual. Tupinambá, ignorando
o grau de instrução escolar, aos 21 anos de idade, foi incorporado como soldado,
após cumprir o serviço militar no legendário 27 BC, instalado no hoje Colégio
Militar de Manaus, em 1934.
Coincidência:
os primos chegam na mesma ocasião, ao mesmo emprego. Apenas a variação escolar
modificou o lugar hierárquico. A próxima anotação sobre Tupinambá, datada de 07|12|1939,
registra que ele conquistou um cargo no departamento de Finanças (atual
secretaria de Fazenda), encargo que lhe traria benefícios financeiros ao se aposentar.
Deixou a Força e foi pra Fazenda? É plausível. Todavia, três anos depois
(22|06|1942) pode ter feito o trajeto oposto; por força de concurso (re)ingressa
na Polícia Militar, agora na categoria de 2º tenente.
Em plena
Segunda Guerra, Manaus sitiada pela carência de navios mercantes, o comandante
coronel Gentil Barbato efetua concursos para reequipar o quadro de oficiais da
Força Policial, a fim de cumprir as determinações elevadas que incluíam o
controle do Porto e da venda de gêneros de primeira necessidade sob
tabelamento.
Já era
finda a refrega mundial, quando o tenente Tupinambá obtém promoção a 1º tenente
- por merecimento, em 09|04|1946. Na oportunidade em que a ditadura de Getúlio Vargas
foi suplantada, e, no Amazonas, Leopoldo Neves é eleito governador, empossado
em 08|05|1947, a escolha dos prefeitos cabia ao chefe do Executivo.
Em documento
arquivado – Almanaque – relativo a 1947, encontrei anotado: o
capitão Ramayana seguia na chefia do Serviço de Saúde, e o 1º tenente Tupinambá
na função de “subalterno da 1ª Companhia de Fuzileiros”, ambos com onze anos e
meio de serviço. Para estes oficiais aquele ano tornou-se marcante: enquanto o
capitão abdicava do Serviço de Saúde e deslocava-se para o Rio de Janeiro, o
tenente deslocava-se para o rio Madeira, nomeado prefeito do município de Borba,
nele permanecendo por dois anos. Ainda é daquele ano a anotação do próprio tenente
indicando que residia à rua Manicoré, 252 – Cachoeirinha.
Quem terá
indicado o tenente para este encargo? O capitão? Estou crente que este dispunha de superior prestígio
e influência, todavia, tenho que permanecer nas conjecturas. Ocorre que na
barranca do Madeira, na cidade de Borba, morava Pedro de Paula e Souza, que
fora prefeito daquela cidade em duas ocasiões: 1929-30 e 1932-33, e pode ter
sido outro excelente cabo-eleitoral! Enfim, não custa lembrar os três oficiais
que também administraram aquela Comarca: José Rodrigues Pessoa (que foi
comandante da Polícia Militar); Arkibal Moreira de Sá Peixoto (filho do
desembargador Sá Peixoto) e Sergio Rodrigues Pessoa Filho.
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