A chuva da manhã deste primeiro dia do Ano prestava-se a
restaurar os arroubos da noite anterior. Parecia. O primeiro telefonema
recebido me abalou, pois trazia a informação da morte de um companheiro de farda:
coronel Amílcar Ferreira da Silva.
Conheci o colega, oriundo do Colégio Estadual do Amazonas, no
NPOR ainda no 27 BC, quando aos dezoito anos fomos cumprir o dever militar.
Ele, o aluno 101, eu o 111. Nascido e criado na avenida Getúlio Vargas, Amílcar
conhecia ao coronel Neper Alencar que, àquela ocasião, era o comandante da
Polícia Militar estadual. Esse entrosamento possibilitou que a metade da turma
de R/2 fosse incluída na PMAM em junho de 1966.
Dois ou três desistiram nos primeiros dias no quartel da Praça
da Polícia, desse modo ficamos em sete (Osório, Amílcar, Carlos, Ruy, Okada,
Roberto e Ilmar, pela ordem de precedência). Um ano depois, Carlos graduou-se
em engenharia civil e foi cuidar do ramo, desistindo da corporação. Três foram
a óbito: Ilmar Faria (1999), Odacy Okada (2021) e, nesta manhã, Amilcar
Ferreira.Os sete "samurais" (Osório, Carlos, Roberto,
Ruy, Okada, Ilmar e Amílcar, a partir da esq.)
Sobre ele cabe registrar: esteve no comando da Companhia de
Rádio Patrulha (1976-77), em seguida, do 1º Batalhão (1979-81), depois a
direção do CPC (Comando do Policiamento da Capital) entre 1985-89; enfim, após
a gestão de repartições do comando, assumiu o Comando-Geral da corporação
(1991-92), empossado pelo governador Gilberto Mestrinho.Posse do coronel Amílcar, sob a
presidência do governador Mestrinho
Os cursos profissionais foram realizados nesta sequência: Psicotécnico
Militar-CEP (1967); Aperfeiçoamento de Oficiais-PMGuanabara (1971); Superior de
Polícia-PMRS (1977). Ainda nesse ano pode concluir o bacharelado em
Economia-Ufam. Outras atividades extra corporação: Diretor da Cosama (1983) e
Assistente Militar da Assembleia Legislativa (1992).
Coronel Amílcar foi um homem competente nos termos da Força
Estadual, apesar de bem-nascido sempre esteve ao lado dos colegas para obtenção
de melhores soldos. Integrava com agrado o almoço dos coronéis reformados, que intitulei
de AVC (Associação dos Velhos Coronéis), sendo o primeiro a comparecer. Enfim,
a chuva da manhã trouxe a infausta notícia, e a chuva vespertina à hora do
sepultamento reforçou a dolente despedida. Até a eternidade!
Sepultamento do coronel Amílcar no jazigo familiar, no cemitério São João Batista |
Coronel Roberto, muito obrigado pelas palavras destinadas a meu querio Tio. Posso atestar cada adjetivo dado a meu tio. Homem íntegro em sua vida pública, ótimo filho, pai amoroso e um tio fora de série.
ResponderExcluirCoronel ,agradeço muito por esta homenagem e lembrança do meu querido marido ! Ele era tudo isso que o senhor citou e para mim muito mais ! Com ele vivi por 31 anos ,e fomos muito felizes em nosso casamento ! Nunca conheci alguém tão honesto e de um coração de infinita bondade e amorosidade ! Está todos os dias nas minhas lembranças ! Um abraço coronel !
ResponderExcluirMuito obrigada por essa homenagem coronel !
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