CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sábado, janeiro 01, 2022

CORONEL PM AMILCAR FERREIRA (1945-2022)

 A chuva da manhã deste primeiro dia do Ano prestava-se a restaurar os arroubos da noite anterior. Parecia. O primeiro telefonema recebido me abalou, pois trazia a informação da morte de um companheiro de farda: coronel Amílcar Ferreira da Silva.

Conheci o colega, oriundo do Colégio Estadual do Amazonas, no NPOR ainda no 27 BC, quando aos dezoito anos fomos cumprir o dever militar. Ele, o aluno 101, eu o 111. Nascido e criado na avenida Getúlio Vargas, Amílcar conhecia ao coronel Neper Alencar que, àquela ocasião, era o comandante da Polícia Militar estadual. Esse entrosamento possibilitou que a metade da turma de R/2 fosse incluída na PMAM em junho de 1966.

Dois ou três desistiram nos primeiros dias no quartel da Praça da Polícia, desse modo ficamos em sete (Osório, Amílcar, Carlos, Ruy, Okada, Roberto e Ilmar, pela ordem de precedência). Um ano depois, Carlos graduou-se em engenharia civil e foi cuidar do ramo, desistindo da corporação. Três foram a óbito: Ilmar Faria (1999), Odacy Okada (2021) e, nesta manhã, Amilcar Ferreira.

Os sete "samurais" (Osório, Carlos, Roberto,
Ruy, Okada, Ilmar e Amílcar, a partir da esq.)

Sobre ele cabe registrar: esteve no comando da Companhia de Rádio Patrulha (1976-77), em seguida, do 1º Batalhão (1979-81), depois a direção do CPC (Comando do Policiamento da Capital) entre 1985-89; enfim, após a gestão de repartições do comando, assumiu o Comando-Geral da corporação (1991-92), empossado pelo governador Gilberto Mestrinho.

Posse do coronel Amílcar, sob a
presidência do governador Mestrinho

Os cursos profissionais foram realizados nesta sequência: Psicotécnico Militar-CEP (1967); Aperfeiçoamento de Oficiais-PMGuanabara (1971); Superior de Polícia-PMRS (1977). Ainda nesse ano pode concluir o bacharelado em Economia-Ufam. Outras atividades extra corporação: Diretor da Cosama (1983) e Assistente Militar da Assembleia Legislativa (1992).

Coronel Amílcar foi um homem competente nos termos da Força Estadual, apesar de bem-nascido sempre esteve ao lado dos colegas para obtenção de melhores soldos. Integrava com agrado o almoço dos coronéis reformados, que intitulei de AVC (Associação dos Velhos Coronéis), sendo o primeiro a comparecer. Enfim, a chuva da manhã trouxe a infausta notícia, e a chuva vespertina à hora do sepultamento reforçou a dolente despedida. Até a eternidade!

Sepultamento do coronel Amílcar no jazigo familiar, no
cemitério São João Batista


Um comentário:

  1. Coronel Roberto, muito obrigado pelas palavras destinadas a meu querio Tio. Posso atestar cada adjetivo dado a meu tio. Homem íntegro em sua vida pública, ótimo filho, pai amoroso e um tio fora de série.

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