Há cerca de dois meses recebi um “prêmio” por uma postagem deste Blog. A jovem Jael Souza consultou-me sobre a família Paula e Souza, que integra o sobrenome de Ramayana de Chevalier, e sobre a qual nenhum relevo foi oferecido. Também eu me penitencio desse blecaute, pois já efetuei algumas publicações sobre o saudoso amazonense. Todavia, reconheço que somente fucei o apelido paterno: Chevalier.
Ramayana de Chevalier (1958)
É hora,
pois, de ressuscitar a vertente materna - Paula e Souza.
Inicio pelo
médico, jornalista, oficial do Exército e da Polícia Militar do Amazonas e,
sabem deuses, que ofícios além disso ele exercitou. Seu nome completo: Walmiki
Ramayana Paula e Souza de Chevalier (filho de José Chevalier e Raymunda de Paula
e Souza). A fim de apurar sua ascendência fui ao 1º cartório e retirei a
certidão de nascimento dele; para minha surpresa, ele foi registrado aos 24 de
setembro de 1909 como Walmiki de Souza Chevalier (foto).
Certidão de Nascimento, observar o nome aqui registrado |
De pronto, cabe
a indagação: quando e como e quem sofisticou a espaçosa alcunha pela qual é conhecido
o falecido acadêmico do Silogeu Amazonense? Não sei. Os caminhos para essa
descoberta são exíguos e exigem engenhosas pisadas. Já dei o primeiro passo...
Sobre o
genitor de Ramayana há vastas notícias, o contemporâneo Agnello Bittencourt dispôs
páginas em seu Dicionário Amazonense de Biografias, outros dados estão catalogados
na Academia Amazonense de Letras. Porém, Dona Raymunda (sic) foi contemplada
com somente duas linhas no mesmo Dicionário, uma, em página dedicada às “falangiárias
do ensino primário e Normal”; a segunda, indicando sucintamente o casamento com
Chevalier.
Adiante adquiri
a certidão de casamento de José e Raymunda. Nada interessante, somente o
trivial: que ela possuía 24 anos, ao se casar em dezembro de 1908, nascida no
Amazonas (todavia, onde?) e era filha de Raymundo Paula e Souza e Benta Alves
de Souza. Consoante a parentela, o progenitor de Raymunda seria o criador desta
linhagem no Amazonas, originário ele de Portugal. Que, de Manaus se aventurou
no rio Japurá, vivendo em Porto Órion, atual município de Maraã; e trabalhando
para Benjamin Affonso, no Porto Afonso situado na boca do Mamoriá, foz do rio Jutaí.
Vários foram os filhos, que se espalharam pela hinterlândia.
Certidão de Casamento |
Um de seus descendentes foi Tupinambá de Paula e Souza (1915-95), que foi deputado estadual e prefeito de Borba, além de oficial da PMAM e funcionário da Fazenda estadual. Sobre este Paula e Souza escrevo o próximo capítulo.
Que alegria em encontrar referências antigas de meus familiares no Amazonas! Minha tia-avó Raymunda. Quanto ao nome registrado do Ramayana, talvez haja uma explicação: Na época era comum os registros se "perderem", pois na "reedição" da certidão de nascimento, meu falecido pai foi renomeado como Aurubindo de Souza.
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