Parece não ter ocorrido qualquer manifestação sobre os 90 anos da posse de Getúlio Vargas no governo do Brasil. Quem sabe por que a rebelião por ele conduzida submeteu o país à ditadura. Seu governo estendeu-se até 1945, ao final da Segunda Guerra. Mudanças foram impostas, duas das quais interessam a essa postagem: 1) a posse do interventor federal e 2) a desativação da Polícia Militar do Amazonas, ambos acontecimentos registrados em novembro de 1930.
Quartel da Força Policial, ao tempo de sua desativação
Na tomada do governo federal, em outubro, a
repercussão acertou o país, em Manaus uma Junta Governativa sucedeu ao
governador Dorval Porto. Adiante, assumiu o governo o tenente EB Floriano Machado,
que preferia utilizar o posto mais elevado (tenente-coronel) exercido na Polícia
Militar.
Outro entrevero aconteceu no quartel da
Praça da Polícia. Seu comandante era o amazonense Joaquim Vidal Pessoa, capitão
do Exército, que retornara para Manaus com o interventor Alfredo Sá, em 1924. Em
1º de novembro, todavia, foi substituído pelo tenente-coronel PM Sergio
Rodrigues Pessoa Filho, em cujo comando permaneceu até o dia 29 seguinte,
quando a corporação foi desativada. Tratava-se de resquícios da disputa entre
oficiais do Exército e da PM, que rolava desde a Rebelião de Ribeiro Júnior
(julho de 1924).
O segundo fato: a desativação da Força Policial
do Amazonas que ocorreu por força do Ato (nova designação para o decreto) 52,
de 29 de novembro. Coube ao interventor Álvaro Maia, que fora em 1917 o
primeiro Juiz Auditor, com a patente de capitão, decidir sob frágil justificativa
(escassez de recursos) extinguir a corporação, pondo na rua centenas de
profissionais.
A decisão atingiu também ao Corpo de
Bombeiros, então estava subordinado à Força Estadual e ocupando o quartel da
Praça. Como a cidade não podia permanecer sem o serviço de combate a incêndios
e afins, logo a interventoria corrigiu o desastre. Para tanto, baixou o Ato
Interventivo 99, de 16 de dezembro, reativando esse serviço e mantendo no
comando dos Bombeiros o capitão Arthur Martins da Silva.
Como decorrência, o Estado ficou sem
policiamento ostensivo e os Bombeiros herdaram o imenso quartel. E ali se
mantiveram até que o governo decidiu ocupar o prédio com escolas públicas. Nele
funcionou o Grupo Escolar Barão do Rio Branco (hoje instalado na avenida
Joaquim Nabuco) e a Escola Normal, destinada à formação de normalistas.
A pergunta é óbvia: como se conduziu a capital
e as cidades interioranas, sem polícia? Em 1930, Manaus possuía cerca de 60 mil
habitantes e, devido a ruína financeira causada pela borracha, a cidade esvaziava-se
a cada saída de navio do porto da Manáos Harbour. Devido a essa situação, a
capital fartou-se tão-somente com a reformulação da Guarda Civil, uma entidade
subordinada à Polícia Civil, afinal não havia a reivindicação de força policial
para os pequenos quebra-cabeças do quotidiano.
Zuavo (estátua militar) postada à frente do quartel, hoje Palacete Provincial |
Como citado, os Bombeiros foram deslocados
daquele imenso quartel para a um arremedo de quartel na avenida Sete de
Setembro, o mesmo que se encontra em “estado terminal”. Aguarda a próxima chuvarada
para melhor desabar. Será que os Homens do Fogo serão chamados, será tremenda ironia.
Em 1936, a Força Estadual voltou a operar,
propiciando um esplendoroso festejo quando de sua abertura. Foi uma conquista e
tanto para os desesperançados policiais. Este capítulo constitui a postagem de
amanhã.
Boa noite. por favor, vi um post do sr Vinicius Silva, filho do Branco Silva. O senhor tem o contato dele? preciso falar com ele. Deixei um comentário longo no referido post. Meu nome é Helena Roraima e sou filha do poeta Rogaciano Leite amigo do Branco Silva. Desde já agradeço-lhe o apoio.
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