Diversos detalhes da festa |
CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS
domingo, junho 19, 2016
MEUS SETENTANOS
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domingo, junho 12, 2016
PLACAS HISTÓRICAS - PMAM
sábado, junho 11, 2016
CINQUENTENÁRIO DE INCLUSÃO
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Identificação do autor, 1965 |
Anotação para contar meu ingresso na
Polícia Militar do Amazonas (PMAM). Começo por relembrar que durante o curso do
NPOR, que participei em 1965, estivemos (eu e outros colegas) no quartel da
Praça da Polícia, a procura de “emprego”. Os contatos foram realizados com o tenente-coronel
Neper Alencar, então o subcomandante. Mas, era indispensável a conclusão do
curso para o ingresso na Força e a efetivação no oficialato.
O curso terminou em 11 de fevereiro com a
solenidade de formatura sucedida no pátio do 27 BC (hoje 1º BIS), presidida pelo
governador do Estado Arthur Reis. No dia seguinte, numa sexta-feira, foi
realizado o baile de formatura no Ideal Clube (um dos points nobres da cidade).
A partir daí, morador do Morro da
Liberdade, e ainda desorientado pelo longo período de internato no Seminário, passei
a me preocupar com o sustento e, por isso, estava à cata de trabalho. Até enfrentei
um, por uma semana, numa funilaria “de fundo de quintal”, situada no início da rua
Carvalho Leal, na beira do igarapé do 40, fabricante de cadeiras de ferro, com assento
de plástico, imitando “macarrão” (ainda hoje encontradas).
Seguia sem buscar o andamento da solicitação
junto à Polícia Militar. Nesse pit stop,
por motivos afetivos, aceitei trocar o Morro pelo bairro de São Jorge, ocupando
um quarto de estância. Foi nesse endereço ignorado, que o colega Osorio Fonseca
me alcançou em uma manhã de sexta-feira para anunciar “uma boníssima nova”: nossa
(porque ele também estava contemplado) inclusão na Força Policial.
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Recorte do decreto nomeatório |
Anos depois, nas minhas andanças em
arquivos, recortei o decreto 575, 2 de junho (quinta-feira), que me incluía na
PMAM, em caráter provisório. Estava (e os demais) comissionado no posto de
segundo-tenente, sujeito a um período de estágio e de comprovação final. Nada
disso, porém, para meu gáudio foi executado. Novo decreto me tornou efetivo. Assim,
ingressei sem passar pela banca examinadora nem pelo serviço médico, apenas
enfrentei a alfaiataria do subtenente Nonatão, para as medidas da farda caqui, apelidada,
entre outras pérolas, de cor de “burro quando foge”.
Osório, naquela manhã, deu-me uma instrução
básica: apresentar-me na segunda-feira no comando da Polícia Militar, para assumir
o posto. Ainda relembro as fantasias e as suspeitas que me acometeram naquele longínquo
final de semana. Ora pensava na condição de funcionário, de assalariado; ora na
situação de oficial da PMAM, apesar do quartel decadente; ora na consequente evolução
da carreira. De outro modo, imaginava que aquela conversa não passava de um
trote, de uma “pegadinha”. Como não dispunha de meios para averiguar, melhor seria
cumprir a ordem.
E foi o que fiz na manhã de 6 de junho, bendita
segunda-feira. Desci do ônibus na Estação e caminhei em direção à Praça da
Polícia. De longe, esgueirando-me entre as árvores, observava a movimentação no
Café do Pina (à época, ao lado quartel), ponto de reunião da turma. A turma
estava quase completa, e esse reencontro tornou-se, ainda mais naquela circunstância
faustosa, um momento de refrigério.
À frente, o tenente Osório, pela
antiguidade, conduziu-nos ao Quartel da Praça da Polícia, contando com pouco mais de 900 homens, e, desse modo, abria a
primeira página de nosso gênesis na corporação militar do Estado. Dos nove tenentes
de 1966, restam cinco coronéis reformados – Osório Fonseca, Amilcar Ferreira, Odacy
Okada, Ruy Freire e eu, comemorando os Setentanos de idade.
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terça-feira, junho 07, 2016
PELOTÃO DE CHOQUE/PMAM
Não devo me perdoar. Depois de vasculhar os baús de ofícios, livros de assentamentos
e uma variedade de documentos da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), esqueci de
mim mesmo. Afinal, possuo o privilégio de ter sido o primeiro oficial a
comandar uma fração de policiamento de choque, instituída há 50 anos.
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Recorte do Boletim Interno |
Um pouco de história pessoal para melhor entendimento. Que sirva para iluminar
com mais intensidade a dedicação que os componentes do ora Batalhão de Choque
dispensam a própria organização.
Em 1966, em junho, fui incorporado a PMAM na condição de 2º tenente
comissionado, oriundo do NPOR/27 BC. Encontrei na corporação estadual a repetição
do Exército, em especial, na composição administrativa. Assim, ao lado do
tenente Ilmar Faria, fui designado para servir na Companhia de Comando e
Serviços (a famosa CCSv), sob o comando do 1º tenente Pedro Lustosa (hoje ex-comandante-geral).
No ano anterior, o governador Arthur Reis, historiador competente e
conhecedor da epopeia policial amazonense em Canudos, decretou conferindo ao efetivo
do quartel da Praça da Polícia a denominação de Batalhão Amazonas. Essa legislação quase nada modificou.
No entanto, vivíamos sob o Governo Militar, recém instalado em 1964. Nesse
contexto, o comandante da PM (ainda não se registrava o “geral”), coronel
Hernany Guimaraes Teixeira (capitão do Exército), decidiu criar uma tropa de
choque. Sem formalidades, apenas restrita à publicação do Boletim Interno (BI) nº
128, datado de 11 de julho de 1966, foi criado o Pelotão de Choque.
Neste ato, o BI selecionou o pessoal (conforme relação
abaixo) e designou a mim para o comando, tenente comissionado. Nada espantoso,
pois, ao tempo, esse era o procedimento corriqueiro, como já acontecera no ano
anterior quando da criação do Centro de Instrução Militar (CIM).
Todavia, é desconhecido o imperativo dessa iniciativa, não há registro
ou considerações no ato criatório. E os oficiais então envolvidos uns não se recordam,
outros “atravessaram o rio Negro”. Recordo-me que a população não oferecia comportamento
mais explosivo, que exigisse um policiamento mais “eclético” que o de dupla, exercido
pelo conhecido Cosme e Damião.
Assim, a corporação selecionou o pessoal nas Companhias existentes, com
mais ênfase no Grupamento de Policiamento Ostensivo (GPO), que era integrado
por homens de mais estatura. A mim, com 1m64, coube o comando deste Pelotão,
que ficou subordinado a CCSv. Desse comando, relembro dois fatos: no desfile do
Sete de Setembro daquele ano, eu mais parecia o mascote da tropa; e, no final do
mês, fui nomeado delegado da Marchantaria (uma ilha submergível no rio
Solimões) com a missão de preservar o gado bovino de José (Zeca) Nascimento, que se destinava
ao abastecimento da cidade.
Enfim, não encontrei em meus assentamentos ou outro documento a data de
minha dispensa ou dissolução do Pelotão. Certo que foi extinto, pois, sua
criação é comemorada e aceita no ano de 1976, dez anos depois daquele ensaio. Fica
aqui este apontamento para relembrar os primórdios da corporação policial
militar. Contudo, desejo produzir uma placa com o nome dos primeiros “choquistas”,
esperando a distinção de seus sucessores.
PELOTÃO DE CHOQUE
BI/PM nº 128, de 11 julho 1966
2º tenente comissionado Roberto (Mendonça) - comandante
3º Sargento 146 Diogo
Vieira Ribeiro, GPO
Cabos 145 Tomaz Vagno da Silva, CFS
111
José Bezerra Sobrinho, CFS
462
Moacir Martins da Silveira, 2ª Cia Fzo
855
Fernando de Souza Brasil, idem
759
José Rodrigues de Souza, 1ª Cia Fzo
Soldados 268 João Pereira da Silva, GPO
337
José Francisco da Silva, GPO
358 Etevaldo Antony Fialho,
2ª Cia Fzo
480
Walberto Januario, GPO
564
José da Silva Almeida, GPO
613 Almir Bezerra, GPO
627
Antonio Celestino, GPO
631
Manuel Ferreira Lima, GPO
664
Raimundo Nonato, GPO
691
(...) Limeira Alves, GPO
695 Antonio Martins de
Lima, GPO
861 Jonas Santos da
Costa, 1ª Cia Fzo
(...)
José Bento da Silva, GPO
937 Francisco Brito,
GPO
1066 Antonio Campos de
Souza, GPO
1073 Francisco Silva
de Oliveira, GPO
1077 Roberto Hayden de
Farias, GPO
1051 Francisco França
da Silva, 2ª Cia Fzo
1116 João Pereira
Alves, GPO
1198 Antonio das
Chagas, GPO
1213 Benigno Araújo de
Andrade, GPO
1218 João Batista
Serrão Menezes, GPO
1222 Paulo José de
Brito, GPO
1223 Francisco Alves
de Oliveira, GPO
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domingo, junho 05, 2016
VISITA AO PORTO DE MANAUS
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sábado, junho 04, 2016
WALDIR GARCIA: HISTÓRIA

NACIONALISMO À MODA
SARACAENSE
A Missão do Saracá, núcleo de
colonização portuguesa fundado no Amazonas por Frei Raimundo, da Ordem das
Mercês, em 1663, foi palco do maior massacre indígena na América do Sul, tendo por algoz e principal
executor o ferocíssimo Pedro da Costa Favela, que acompanhou Pedro Teixeira em
sua memorável viagem de penetração até Quito. Ê
o que nos revela a História.
A Missão do Saracá cedeu seu nome – graças a Joaquim de Melo e Póvoas, que
criou vilas e alusitanou topônimos amazonenses – à atual cidade de Silves, onde ocorreram os fatos narrados a
seguir.
É que a extinção das tribos dos Caboquenas,
Bararurus e Guanavenas pelo famigerado genocida Pedro da Costa Favela, pela
maneira desumana e cruel como foi feita, deixou mágoas perenes nos descendentes
dessas tribos, a revolta interior transmitiu-se por herança, criando-se-lhes,
enfim, cesuras incuráveis em seus sentimentos nativistas e telúricos.
No decorrer da segunda Guerra
Mundial, os submarinos alemães e italianos, aliados fanáticos e que tinham
Mussolini e Hitler a comandar as ações belicosas, afundaram vários navios
nossos na costa atlântica brasileira, e, dentre eles, o Baipendy, do Loide Brasileiro, que costumava fazer a linha regular
entre o Rio de Janeiro e Manaus. A notícia do afundamento do Baipendy revoltou Manaus: atearam fogo e
saquearam casas de estrangeiros alemães e italianos, que se supunham mais
chegados ao nazismo e ao fascismo, havendo verdadeira explosão de sentimento
xenófobo.
A notícia de incêndios, saques e
agressões a casas de alemães, italianos e japoneses chegou logo a Silves, onde,
fazia anos, se estabelecera um italiano ainda moço, o comerciante Alberto
Ianuzzi, que comprou de meu pai uma fazendola em frente à cidade: a Demanda. Ali
Alberto fez progredir seu comércio, e era um tipo alegre, bonitão e
conquistador pávulo das cunhantãs
saracaenses. Vendia caro e praticava o escambo com sucesso, enriquecendo dia a
dia. Por isso, os caboclos não o viam com bons olhos, porque: marupiara nos anos,
estúrdio no comércio e soberbo nas reuniões sociais de que participava, era
sempre o mais notado. Não gostava de vender fiado, e isso irritava ainda mais
sua arisca freguesia.
A notícia da revolta ocorrida em
Manaus contra alemães e italianos despertou, em Silves, nos descendentes dos
Guanavenas, a hora da vingança. Vários elementos se reuniram e tramaram a ação
de cunho nacionalista: Joaquim Turra e Bonrana, e outros mais, aliciaram
companheiros para uma ação rápida e destruidora, verdadeiro golpe-de-mão recentemente
aprendido em Manaus pelos últimos reservistas saracaenses egressos do 27º B.C.
Alberto foi avisado da trama preparada
e prudentemente retirou-se para a casa de seu irmão Carlos Ianuzzi, residente
no município de Itapiranga. Numa manhã de agosto de 1942, muito cedo, dezenas de montarias
conduzindo os revoltosos armados de arpão, flechas, espingardas que funcionavam
com espoletas "Pica-Pau" e rifles "papo amarelo", rumaram
para a Demanda.
Em ali chegando, não encontraram
Alberto e sua família e passaram à ação:
mataram bois, carneiros, porcos, galinhas, fizeram churrascos, comeram. Beberam
o estoque de cachaça "Jararaca" deixada na última viagem do Barão de Cametá. Saquearam o comércio e
tocaram fogo na casa. Foi uma destruição total.
Chega a Manaus a notícia do saqueio
e destruição da casa comercial de Alberto Ianuzzi. O Chefe de Polícia, Dr. Antônio
Cavalcante de Oliveira Lima, credenciou o advogado Dr. Teves de Alencar Dias
Pinto para investigar os fatos e instaurar inquérito policial. O advogado chega
a Silves e inicia a investigação sumária. Vai indagando de um a um corno os
fatos aconteceram, e depois de ouvir muitas evasivas, defronta-se com o caboclo
Joaquim Turra, que lhe fez estas indicações.
Pergunta o advogado Teves: Quem foi
que iniciou o ataque à casa do Sr.
Alberto Ianuzzi e quem tomou parte nele? a que Turra responde: Sei que tomaram parte
no ataque: o Sr. Tapiú e seus filhos Walter e Diquinho; o Sr. Benedito Mucuim;
o Sr. Raimundo Macaco; o Sr. Manoel Boto e seu filho Tote Boto; o Sr. Bento
Jabuti; o Sr. Manoel Socó; o Sr. Dico Jacaré; o Sr. Daniel Capivara e seu filho
Zito Capivara; os filhos do Sr. André Guaríba; o Sr. Manoel Garça; o Sr. Armínio
Onça; o Sr. José Pacu; o Sr. Manoel Suçuarana; o Sr. Joaquim Peixe-Boi; os
netos do Sr. Chico Padre e outros.
E quem deu armas a essa gente toda,
inquiriu o advogado-policial. Responde Joaquim Turra: Foi o Sr. João Rola...
Sabe-se que o advogado em missão
policial, à míngua de maiores informes
nominais para identificar os saqueadores, concluiu o inquérito sem poder
indiciar os culpados em seus verdadeiros nomes, e o inquérito encaminhado à autoridade judiciária competente, por
falta de base para a denúncia, foi arquivado, sem prejuízo do que dispõe o
artigo 18 do Código de Processo Penal.
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Silves,
Waldir Garcia
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