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sexta-feira, dezembro 04, 2020

A REBELIÃO DE RIBEIRO JUNIOR EM 1924 [PARTE III]

Encerro meu texto analisando a atuação bisonha da PMAM, que foi exposto em folheto quando do lançamento do livro de Eneida Ribeiro Ramos no Centro Cultural Palácio Rio Negro: Ribeiro Júnior: Redentor do Amazonas.

Submetida a Força Policial, foi essa metamorfoseada em Guarda Cívica, sob o comando do capitão Arthur Martins da Silva, alçado ao posto de "coronel". Os boletins internos dessa organização, relíquia do arquivo da Polícia Militar, registram a abnegação dos guardas em socorrer as forças federais, por ocasião do ataque ao Forte de Óbidos, no mês de agosto. Com este objetivo, foram entregues 50 fuzis e 45 mil cartuchos de guerra ao 27° BC, além de colocar à disposição 39 praças da capital e as destacadas em Itacoatiara, sob o comando do tenente Francisco Pio de Souza. A consequência do engajamento à rebeldia foi funesto, pois foram presos juntamente com os insurretos pelas Forças do Destacamento do Norte, e, posteriormente, processados na Auditoria Militar de Belém.

O Amazonas todo se beneficiou desse trauma constitucional, após a sublevação seguiu-se a intervenção. A Força Policial foi reabilitada, passando a ser comandada novamente por oficiais do Exército requisitados pelo interventor Alfredo Sá, alguns no próprio 27° BC, os quais ajudaram a refundir na Polícia Militar as vigas mestras do progresso castrense — disciplina e hierarquia. Para concluir, reescrevo parte do discurso do orador oficiai saudando na Câmara Municipal, no ano de 1962, a revolução cognominada de Redentora.

O vereador Evandro Carreira orava "para que os campeadores de 23 de julho de 1924, redivivos, reacendam a chama sagrada do heroísmo nas gerações e advirtam com a anátema indefectível da História os que, porventura, tentem fazer dos bens comuns do povo propriedade particular".

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