Lembro-me de que o Serviço de Saúde da Polícia Militar do Amazonas organizou um encontro da associação de médicos das Polícias Militares, ocorrido em Manaus. Não recordo a data, mas nele fiz amizade com o coronel médico da PM da Bahia José Augusto da Silva, que foi o 3º presidente. Um entusiasta desta agremiação. Nas minhas andanças por Salvador, em direção a Canudos, visitei seu endereço para degustar um vinho e atualizar a conversa. Dessa época, perdemos o contato, creio que vou revê-lo na eternidade. Esta revista recebi de suas mãos.
Capa da Revista que traz
o texto aqui postado
José Augusto da Silva - coronel QOS/PM da reserva - Bahia
A
Associação Brasileira de Medicina das Polícias Militares, posteriormente de
Saúde, nasceu inicialmente da força de vontade, inteligência e idealismo de um
grupo de oficiais de Saúde de algumas Polícias Militares, em fundar um Órgão de
Classe, que pudesse congregar os centros de suas aspirações e inteligência,
onde se pudesse cultivar a imagem da beleza intelectual, no mundo das ciências
da saúde.
Foram
quatro anos de uma luta sem tréguas, na troca de ideias que esclarecem, na
procura de outros companheiros de outras Polícias para o debate dos seus pontos
de vista. Ninguém era dono da verdade e se buscava apurar o que os outros
pensavam acerca da ideia.
A
caminhada era complexa. Era preciso saber ouvir, falar e propor naqueles
instantes difíceis, em que o nosso pleito, além da nossa heterogeneidade, não
era visto com muita simpatia por parte de uns tantos. Foi assim, que no aceso
da batalha, não nos faltou a Academia Brasileira de Medicina Militar, em hora
tão decisiva de nossa história.
Quis a
inspiração divina, pelas mãos do saudoso brigadeiro Dr. Gerardo Majella Bijos,
com a sua capacidade de enxergar além das aparências, na sua magnífica e lúcida
compreensão, perceber o nosso alcance, tornando-se um aliado nosso da primeira
hora. O seu apoio na qualidade de presidente da Academia Brasileira de Medicina
Militar, que tão brilhantemente presidia e, graças a sua sábia orientação,
tivemos o caminho facilitado e as coisas daí por diante nos correram pelo bom e
pelo melhor.
Neste
rápido esboço, esta foi, prezados consócios dos dias atuais, a história dos
sonhos sonhados do ontem da nossa vida, que se transformaram em momentos que
inspiraram e determinaram a fundação da nossa tão querida Associação, quando em
21 de abril de 1972, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, [sede]
do IV Congresso de Medicina Militar e I dos Hospitais Militares e Forças
Auxiliares, ocorridos no Hotel Glória. Nesta oportunidade, em pleno Congresso,
realizou-se a primeira sessão com ata de instalação e criação da Associação
Brasileira de Medicina das Polícias Militares, com a presença de Goiás,
Guanabara, São Paulo, Pernambuco, Ceará e Bahia, se não nos falha a memória.
Assim
constituídos e sob orientação do brigadeiro Bijos, foi marcada a primeira
reunião para a discussão e aprovação dos Estatutos e Regimento, em setembro
daquele mesmo ano no Hospital da Polícia Militar da Guanabara. Àquela reunião
se fizeram presentes apenas colegas de algumas Polícias, pois tudo era difícil.
Lembramos aqui de alguns: do Ceará, se fizeram presentes Atila Nogueira, Arílio,
Geraldo Magela; de Pernambuco, João Campos e Bosco; da Bahia, José Augusto; de
Goiás, Orlando Araújo; de Minas Gerais, Newton Natal; da Guanabara, Barros
Terra: de Santa Catarina, Agostinho.
Discutido e aprovado os Estatutos e o Regimento, era preciso que se elegesse um presidente. Dentre os presentes, em uma homenagem de reconhecimento muito especial ao brigadeiro Bijos, mineiro de boa cepa, a presidência ficou com Minas Gerais, ali muito bem representada na pessoa do coronel Newton Natal de Moura.
Pernambuco - João de Almeida Campos, 2º presidente | Bahia - José Augusto da Silva, 3º presidente; | Paraná - Jouglas Lafite, 4º presidente, e tantos outros depois.
A sua
existência alargou novos horizontes, abrindo novos campos para o trabalho
intelectual, formando entre os consócios a convicção de que há sempre o que
aprender, mas há também o que ensinar.
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