CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

domingo, agosto 10, 2025

DIA DOS PAIS: 2025

 A postagem é de autoria de Renato Mendonça, que sempre colabora com o irmão Roberto nesta página. Não se espante com o título, "pães" por pais, o autor explica muito bem a divergência.
Abraços aos pais. 
Nome original de nosso genitor, abrasileirado
para Mendonça
Dia dos pães

10.08.2025

Renato Mendonça

Mais uma vez recorro com prazer ao simbolismo para falar de uma data marcante. Já falei desse dia dedicado aos pais em outras ocasiões. Porém, sinto que cada vez mais, há mudanças no cenário de nossa vida, que nos faz refletir e pensar como as “coisas” se inserem no nosso cotidiano, para configurar um conceito abstrato para um momento importante. Desta vez, não esperei que Deus digitasse a palavra incorreta, paciente, mas sem inspiração, tive a “contribuição” externa que me faltava, uma conversa metafísica, aparentemente banal, me deu o mote.

Na simplicidade daquele diálogo, percebi a força dos pequenos gestos e do cotidiano, que passam muitas vezes despercebidos, mas carregam consigo uma ternura e uma verdade silenciosas.

O Dia dos Pais, mais que uma data no calendário, tornou-se uma oportunidade de olharmos ao redor e dentro de nós, reconhecendo o valor dos vínculos que sustentam nossas histórias. Olhar para o passado e resgatar a história de nossos avós ou todos os ancestrais que pudermos ressuscitar em nossa memória. Óbvio que o pai, por estar mais próximo do nosso pensamento, é sempre mais lembrado e honrado.

A cada ano, os significados parecem se renovar, como se o tempo tivesse o poder de armazenar não só os pães, mas também os sentimentos ternos e eternos. Lembro-me do aroma que invadia a casa nas manhãs de domingo da minha infância, do som das risadas e falatórios ecoando pela cozinha, dos olhares cúmplices trocados entre pai e filho, enquanto o pão era posto sobre a mesa. Esses momentos, aparentemente simples, tornam-se agora mapas afetivos que percorremos, viajamos por eles, mesmo quando as distâncias temporais se impõem cruelmente, ameaçadas pela tal doença de Alzheimer.

Hoje, ao relembrar e celebrar esse dia, compreendo que o essencial muitas vezes está proposto na subjetividade: nas conversas despretensiosas, mas cheia de ensinamentos da arte da vida; nos silêncios compartilhados, quando algo de infelicidade acontecia; no zelo praticado, que transborda em nossos corações sem alarde. Que possamos continuar honrando essas memórias e criando, com a mesma generosidade e calor de quem partiu, e repartiu o pão.

Feliz Dia dos Pais Atuais e dos Ancestrais!     

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