CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

domingo, agosto 24, 2025

POEMA DOMINICAL (24)

 

Volto a informar que nada recolhi sobre o autor deste poema dominical. Um detalhe apenas ilustra a origem, de que este pertenceu ao Grêmio Cultural "Coelho Neto". Isso me evocou a quantidade de grêmios nas escolas secundárias, cada qual invocava um escritor e produzia e publicava. Lembrei-me do GLEDAR (Grêmio Literário e Esportivo Dom Alberto Ramos), que existiu no Seminário São José, quando localizado a Rua Emilio Moreira, do qual participei. Aleluia.

Recorte de O Jornal, 09 novembro 1958

Batista, procurei em Finados teu jazigo,

Busquei incessantemente o lugar onde descansas,

Chorei lágrimas sinceras e puras de criança

Por não encontrar o sepulcro do amigo.

Viste, bem sei, a claridade das velas a iluminar noite a dentro

Os demais túmulos, o Cruzeiro, tudo enfim;

No teu sepulcro nenhuma vela fez centro

Mas Deus te tenha na Sua Glória assim.

 

Examinei cruzes, li livros abertos, vi letreiros,

Procurei teu nome entre o dos Josés:

Encontrei Oliveira, Clemente, Silva, Arteiro

Só não encontrei Batista Gonçalves, quem realmente és

Não encontrei teu ataúde... atribulado busquei-o ontem, hoje, o dia [inteiro.

Levei velas pra você meu camarada

Porém, como dos teus restos não encontrei nada,

Acendi-as todas no Cruzeiro.

 

Nosso Grêmio, chefia o Paiva com desvelo,

Caro colega, venho alentar a tua fé:

Como pediste nos últimos momentos ao Campelo

Nossa Casa não descaiu, permanece de pé.

Recebe Batista, minhas saudades, minhas lágrimas que aqui vão,

Até quando os teus companheiros no dia do Juízo

Possam unidos cantar no Paraiso,

A mais sublime e singela oração.   

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