Volto a informar que nada recolhi sobre o autor deste poema dominical. Um detalhe apenas ilustra a origem, de que este pertenceu ao Grêmio Cultural "Coelho Neto". Isso me evocou a quantidade de grêmios nas escolas secundárias, cada qual invocava um escritor e produzia e publicava. Lembrei-me do GLEDAR (Grêmio Literário e Esportivo Dom Alberto Ramos), que existiu no Seminário São José, quando localizado a Rua Emilio Moreira, do qual participei. Aleluia.
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Recorte de O Jornal, 09 novembro 1958 |
Batista,
procurei em Finados teu jazigo,
Busquei
incessantemente o lugar onde descansas,
Chorei
lágrimas sinceras e puras de criança
Por não
encontrar o sepulcro do amigo.
Viste,
bem sei, a claridade das velas a iluminar noite a dentro
Os
demais túmulos, o Cruzeiro, tudo enfim;
No teu sepulcro
nenhuma vela fez centro
Mas
Deus te tenha na Sua Glória assim.
Examinei cruzes, li livros abertos, vi letreiros,
Procurei teu nome entre o dos Josés:
Encontrei Oliveira, Clemente, Silva, Arteiro
Só não encontrei Batista Gonçalves, quem realmente és
Não encontrei teu ataúde... atribulado busquei-o ontem, hoje, o dia [inteiro.
Levei velas pra você meu camarada
Porém, como dos teus restos não encontrei nada,
Acendi-as todas no Cruzeiro.
Nosso
Grêmio, chefia o Paiva com desvelo,
Caro
colega, venho alentar a tua fé:
Como
pediste nos últimos momentos ao Campelo
Nossa
Casa não descaiu, permanece de pé.
Recebe
Batista, minhas saudades, minhas lágrimas que aqui vão,
Até
quando os teus companheiros no dia do Juízo
Possam unidos cantar no Paraiso,
A mais sublime e singela oração.
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