
Desta coluna, recolhi
estes dois poemas para comemorar o Dia da
Poesia.
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Recorte de A Gazeta, Manaus, 20 abril 1950 |
SAUDADE
JARA
Saudade, branda torturaDe quem amou e sofreu...Lembrança de uma venturaQue se teve e se perdeu...Uns olhares que se trocaram...Uma frase que morreu...Umas mãos que se apertaram...Um beijo que não se deu...A Saudade é quintessênciaSutil da acerba dor.Saudade, filha da ausência!...Saudade, irmã do Amor...
A GARÇA
Ao Príncipe das Musas, Jorge TuficAntístenes Pinto
No esplendor sideral das brancas praias,Ela, a princesa das regiões serenas,Entre a doce harmonia de suas penas,Branca como a brancura das alfaias:Ela, a garça Amazônica, realeza,Talvez de um prisco sonho altivo e mago,—Florífero livor do manso lago,Entre o beijo solar da natureza;Quem que ao vê-la não sente em branda calma,Voar cheia de luz também sua alma,Entre o níveo oscilar da soledade?E sentir dentro d'alma em sons esparsa,Que um dia, o coração também foi garçaVelando a solidão dessa saudade!
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