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quinta-feira, abril 11, 2024

EDUARDO G. RIBEIRO: INVENTÁRIO DOS BENS (1)

Ainda em alguma esquina da cidade repercute o destino da riqueza de Eduardo Gonçalves Ribeiro (ex-governador do Amazonas), morto em 14 de outubro de 1900. Tanto quanto os bens, a morte misteriosa do ex-governador incomoda. Todavia, é possível avaliar a herança, posto que os bens foram inventariados, tão logo a Justiça teve ciência do seu falecimento. A cópia deste processo encontra-se no acervo do IGHA (Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas), e dele copiei o quanto se segue.
Eduardo Ribeiro

Devido a extensão do documento, e para evitar a repetição de termos jurídicos, obedeci a separação dos bens como realizado pelo escrivão do feito, obviamente submetendo à ortografia atualizada.

Datado de 14 de outubro de 1900 (mesmo dia da morte), na residência do de cujus foram estas as autoridades e auxiliares presentes:

Emilio Bonifácio Ferreira de Almeida, juiz municipal de Órfãos, Ausentes e Interditos; Francisco Nogueira de Souza, escrivão de seu cargo; doutores Estevão Lopes Castello Branco, curador-geral de Órfãos, Ausentes e Interditos e Tranquilino Graciano de Mello Leitão, procurador Seccional da República; majores (GN) João Baptista de Faria e Souza, redator do Diário de Notícias, e Joaquim da Silva, do Manausdoutor Diomedes Theodoro da Costa, Raymundo de Miranda e outros circunstantes; doutor Manuel Menélio Pinto e dona Maria Izabel de Souza Leal, casal de confiança do morto, que o acompanhou até o falecimento, e com isso tornou-se responsável pela guarda dos bens.

 

1.    Móveis

sala de visita – uma mobília austríaca, composta de um sofá, quatro cadeiras de balanço, duas de braços, duas de guarnição | dois consoles com tampo de mármore | dois consoles também austríacos e com tampos de mármore | oito vasos de porcelana fina, sendo dois em mau estado | oito bibelôs de cristal fino | dois porta charutos de eletro-prata, sendo um em mau estado | uma caixa de madeira com amostra de um aparelho elétrico | um vidro com um bibelô  de madeira petrificada | um busto de gesso | um relógio de metal desconsertado | um fonógrafo em mau estado | duas almofadas para sofá de veludo bordado a seda | quatro medalhões de porcelana e metal para parede | um espelho pequeno, todo de cristal | um lustre de cristal de três bicos para gás acetileno | um tapete grande | um par de escarradeiras de porcelana | um par de quadros a óleo com molduras douradas | um quadro pequeno | um retrato, a óleo, do falecido | um quadro de crayon | um quadro impresso a cetim com moldura dourada | uma fotografia em um quadro | uma fotografia de Benjamin Constant, em moldura | uma outra idem, sem moldura | duas fotografias da Fortaleza Willeghont (sic), com fitas | um binóculo de madrepérola, em mau estado | um porta-retrato com uma fotografia | uma estampa em alto relevo | um quadro poguat (sic). 

Nota pessoal: nenhuma dessas peças inventariadas pode ser encontrada no Museu Casa Eduardo Ribeiro, localizado à rua José Clemente.

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