Uma cata nos arquivos da corporação objetivando revelar a história do Serviço de Saúde na Polícia Militar do Amazonas permitiu-me relacionar alguns saudosos médicos bem cotados na cidade. Agora foi a vez do Dr. Raimundo Moura Tapajós, que frequentou o quartel da Praça da Polícia em1943, ainda que por 2 meses. Entre julho e setembro com a autoridade de 1º tenente, óbvio para marcar o soldo, substituiu o titular encarregado da Educação Física. Não creio que o doutor tenha se aplicado nesse mister, mas sim no atendimento aos policiais.
Alterações (registros pessoais do militar)
Ano de 1943 Julho: Por decreto do dia 8 do corrente, o Exmo. Sr. Interventor Federal nomeou o médico Dr. Raimundo Moura Tapajós para exercer o cargo e posto de 1º tenente médico de Educação Física desta Força, durante o impedimento do titular efetivo. (Diário Oficial 14.367, de 8 de julho de 1943). Agosto-setembro: a 10, foi público que, a 8 do corrente, o Exmo. Sr. Interventor Federal no Estado exonerou de acordo com o art. nº 90 e § 1º, letra “a”, do Decreto-lei 693, de 28 de outubro de 1941, o médico Raimundo Moura Tapajós do cargo e posto de 1º tenente médico de Educação Física desta Força.
Em consequência, seja o referido oficial
excluído do estado efetivo da Força e E.M. [Estado Maior]. Nesta mesma data
apresentou-se por ter sido exonerado a pedido do posto e cargo de 1º tenente
médico de Educação Física (Boletim Interno 206, de 10-9-43)
Consultando um sebo na praça da Polícia, revirei o livro Encontro de sonhos: história do PCB ao PPS no Amazonas. Para minha surpresa, confesso, estava lá a figura deste médico. E copiei sobre ele este parágrafo: “Considerado um militante importante e chave no processo da luta e que não poderia ser submetido a processo de queimação (exposição), o Partido guardava severas reservas e sigilo com respeito à sua militância”.
A
propósito, doutor Moura Tapajós (1915-2005), nascido em Manaus, dedicou-se ao
tratamento da tuberculose, que era uma praga àquela época. Formado em
Recife-PE, em 1938, após concluir a pós-graduação, retornou a Manaus, onde compôs
a equipe da Associação pro-tuberculose, formada por voluntários. Evoluindo, foi
criada a Liga Amazonense Contra a Tuberculose, sendo diretor da Liga de 1945 a 1952.
Quando o Sanatório Adriano Jorge foi inaugurado em junho de 1953, tornou-se o
Chefe Clínico e médico por 10 anos. Aposentou-se aos 82 anos. Faleceu em Manaus
aos 90 anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário