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domingo, julho 21, 2024

REBELIÃO DE RIBEIRO JUNIOR (2)

Creio que foram poucos os nomes de autoridades que seguiram o tenente EB Ribeiro Junior na administração estadual, entre julho e agosto de 1924. Todavia, entre estes, destaca-se Coriolano Durand (1878-1938), “professor, poeta, advogado e dramaturgo”, assinala dele Robério Braga, em Fundadores da Academia Amazonense de Letras (2019). E sobre aquela rebelião, complementa Braga: “Em 1924, quando do movimento militar e popular que afastou o governador Cesar do Rego Monteiro, pronunciou inflamado discurso a favor do tenente Alfredo Augusto Ribeiro Júnior, chegando a ser preso, pouco depois, quando da interventoria Alfredo Sá (1925).”
Coriolano Durand,
in Fundadores...

Parte desse “inflamado discurso” foi impresso na oficina fotográfica de GIL GR, que efetuou a distribuição pela cidade. Do lado direito do gravado, Durand se dirige ao general Mena Barreto, chefe da Expedição do Norte, encarregado de desmobilizar a rebelião em Manaus:

Impresso organizado por Gil GR (Casa Rodriguez)

(...) Aqui a tendes, sr. General, pedindo-vos, pela força germinativa de cada um dos seus cristais, bençãos, em vez de sangue; sementes, em vez de balas; em lugar do braço que maneja o canhão, braços que norteiam o arado, para que se lhe arranquem das feridas por ela mesma suplicadas como uma esmola ao seu infinito amor de mãe, as fartas messes concebidas, com despedaçamento do seu sacrificado seio, sob as carícias desse sol ardente, amante seu, eterno e enamorado.”

Do outro, encerra a homenagem, proclamando:

“Tenente Alfredo Augusto Ribeiro Junior, agora que descestes as escadas do poder para galgares os primeiros degraus do martírio e da imortalidade, o Povo Amazonense, usando de sua soberania, por mim te aclama e sagra ‘Cidadão do Amazonas’ – tu, que pela sua libertação oferecestes em holocausto a tua liberdade e, quiçá, a tua vida; tu, heroico defensor da pátria dos Manaus; tu, oh! doce Jesus da minha desventurada terra!” Manaus, 28 agosto 1924. Coriolano Durand.

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