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quinta-feira, agosto 02, 2018

COMANDANTE-GERAL PMAM



Coronel Assis Peixoto
A nomeação de comandante da Polícia Militar do Amazonas é de competência do governador do Estado, salvo no período do Governo Militar, quando somente oficiais do Exército assumiram o cargo. 

O governador Gilberto Mestrinho, em seu primeiro governo (1959-63), nomeou para aquela função ao Dr. Francisco de Assis Albuquerque Peixoto, advogado militante do Foro local. A nomeação, segundo comentam as escadas do antigo Quartel da Praça da Polícia, foi motivada pela amizade e pela “velha” espada guardada pelo certificado pelo NPOR (Núcleo de Preparação de Oficiais do Exército) Assis Peixoto. Como a conclusão do curso ocorrera em 1944, à época da investidura na função de coronel comandante, Assis Peixoto estava próximo de festejar vinte anos de oficial R/2.

Quando comandante, em 18 de setembro de 1961, o coronel Assis Peixoto foi demitido “a pedido” pelo governador interino, Josué Claudio de Souza, presidente da Assembleia Legislativa. Sobre essa decisão, somente há referência em Boletim Interno, nada em Diário Oficial, como seja a indicação do respectivo decreto. Estranho, no mínimo.

Quatro dias depois, retornando o governador titular, o ex-comandante voltou ao posto e ao cargo. Com um detalhe, a nomeação era contada a partir de 19 de setembro, ou seja, a contar do dia imediato da exoneração. Como se vê, briga de políticos, cuja versão escutei um dia, porém, juro que o tempo me fez olvidar por inteiro. E a maioria daqueles que poderiam acrescentar alguma versão ao fato já “deram baixa”. Tento sinalizar com o coronel Pedro Lustosa, que, na condição de tenente, assistiu esse entrave político-policial.

Fragmento das alterações do coronel Assis Peixoto

A foto reproduz parte dos registros administrativos pertencentes ao coronel Assis Peixoto, intitulados de “Alterações”, comum aos policiais de todas as categorias. Como se pode observar, eram produzidas em letras cursivas, por elementos de melhor caligrafia. A caneta era de pena e a tinta Parker, encontrada em vidro personalizado. Sim, era empregado o mata-borrão, a fim de reparar qualquer excesso de tinta. Os livros pertencem ao acervo do Museu Tiradentes.  

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