Saúdo Manaus com o texto de um especialista relatando, ainda que sucintamente,
o progresso desta Cidade que comemora hoje sua data de criação.
Álbum de Manaus - 1929 |
MANAUS: 348 ANOS
DÉCIMA CIDADE BRASILEIRA
Antônio Loureiro
ex-presidente do
Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas
Do Tarumã até a boca da
baía da Boiaçu, em suas áreas circunvizinhas, por volta de 1650, talvez
habitassem alguns milhares de índios, por isso a foz do Tarumã-Açu foi
escolhida para a instalação da primeira aldeia jesuítica do rio Negro,
levantada nos altos barrancos da sua margem direita. A povoação fundada logo se
transformou em uma Tauacuera, substituída pela Tauapeçaçu, fundada na margem
direita e que acabou se transformando em Airão.
As grandes aldeias de tarumãs existentes na região foram sendo
despovoadas.
Os jesuítas levaram uns 3.000 índios para as suas fazendas do
Marajó, e uma expedição holandesa dizimou a grande aldeia situada em frente do
Tupé, levando milhares de escravos para as suas colônias de Demerara-Berbice,
hoje República da Guiana.
Os tarumãs sobreviventes subiram o Tarumã e o rio Cuieiras e
foram para serra de Tumucumaque, onde estão até hoje, desde o século XVII.
Por insistência de Pedro da Costa Favela, o governador-geral Antônio
de Albuquerque Coelho de Carvalho, o Velho, então determinou a construção de um
fortim na barra do rio Negro, da qual, em 1669, foi incumbido Francisco da Mota
Falcão, sendo o primeiro comandante da casa forte Angélico de Barros.
Em torno dessa fortificação surgiu uma aldeia habitada por
barés, passés, baniuas, merequenhas, muras e aruaques.
O prestígio que Guilherme Valente desfrutava entre os manaus
favoreceu, sobremodo, o estabelecimento, visto ser essa tribo a mais numerosa
da região do médio rio Negro e baixo rio Branco. A povoação que então se
instalava seria a origem da atual cidade de Manaus.
Esses fatos estabeleceram o ano da sua fundação: 1669.
A lei n.º 145, de 24 de outubro de 1848, da Assembleia Provincial do Grão-Pará, elevou a vila que aí existia, junto com outras duas da mesma Província: Cametá e Santarém, à categoria de cidade com o nome de Cidade de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro, que somente em 1856, já como capital da província do Amazonas, tomou o nome de Manáos.
A lei n.º 145, de 24 de outubro de 1848, da Assembleia Provincial do Grão-Pará, elevou a vila que aí existia, junto com outras duas da mesma Província: Cametá e Santarém, à categoria de cidade com o nome de Cidade de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro, que somente em 1856, já como capital da província do Amazonas, tomou o nome de Manáos.
Assim hoje comemoramos uma data híbrida e falsa.
Hoje Manaus tem 2.450.000 habitantes e é a DÉCIMA cidade do País em população e em desenvolvimento econômico, uma das grandes megalópolis da linha do Equador. Tudo isto alcançado em pouco mais de 350 anos.
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