CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sábado, outubro 14, 2017

POESIA DE JORNAL (III)



Postei durante a semana sobre a cidade de Lábrea, cujo topônimo recorda seu fundador, coronel Antônio Labre.

Para rematar a semana, reproduzo o poema de Sylvio Omena, de quem não possuo referência, sacado do matutino A Crítica (19 julho 1956), louvando sua terra natal. 

Acredito que por deficiência de tipos, muito comum de então, o jornal esqueceu o “A”, de Lábrea. Não creio que o poeta louvasse o fundador.  


LÁBRE[A]
Sylvio Omena

Entre muitas, és a mais bela cidade
De todo garboso e gigante solo querido,
Teu nome ascende por todas as idades,
A flor mais linda do Amazonas garrido.

Lábrea. Escuta daqui ausente o filho teu
Que soberbo... canta em versos o colorido
Do lençol verdejante que sobre tudo estendeu,
Mas, tu ficaste inerte... radiante e florida.

Teu passado belo e saudoso,
Que o presente reclama insistentemente...
Vem. Que teus filhos te esperam ansiosos.

Ajudai. Ó Deus esse povo paciente...
Trazei ó Deus a esses corações bondosos
A liberdade de viver economicamente.





Djalma Passos (1923-90) escreveu esse poema encerrando o curso secundário, por isso pertencente a um grêmio estudantil, atividade então muito comum. Era já integrante da Polícia Militar do Estado.

A publicação abaixo ocorreu no matutino O Jornal (10 agosto 1944). Passos publicou seus poemas em dois livros: Poemas do tempo perdido (1949) e As vozes amargas (1952). 


À EMBAIXATRIZ DA BELEZA
À Futura Rainha dos Estudantes
Djalma Passos
(Do Centro Estudantil Plácido Serrano)


Virá com doce som de raras harmonias,
Entre pompas reais e soberbas princesas,
Majestosa sob oiro e ricas pedrarias,
Onde fulgem rubis e gemas e turquesas!

No seu régio cortejo aureolada e formosa,
Com uma expressão de amor, sublime e sedutora,
Virá como a manhã festiva, cor de rosa,
Que de beijos de sol o firmamento doura...

Assim ela virá do reino das quimeras,
Do palácio floral das belas primaveras,
Na apoteose da sua efémera realeza!

E todos hão de cair ajoelhados, pequenos,
Ante o olhar divinal, ante o corpo de Vênus,

Da egrégia Embaixatriz do Sonho e da Beleza.

Um comentário:

  1. Este poema é de meu falecido e amado áo Sylvio de Souza Omena. Ex colunista do jornal "A Critica", nascido em Lábrea, Amazonas.

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