CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quinta-feira, junho 29, 2023

DIA DO PEDRO RENATO (PARTE 2)

 Esta segunda parte reproduz a homenagem que o autor da postagem - Renato Mendonça - efetua para nossa mãe - Francisca Lima Mendonça.  

Para finalizar, gosto sempre de recordar o começo de tudo. Quereria registrar também a simplicidade de um nascimento ocorrido há setenta e dois anos, narrado no livro que conta a biografia de minha mãe, “Chicuta”: 

Francisca (Chicuta) Lima Mendonça

“Apesar de toda a preocupação que envolveu o período de gestação no Rio de Janeiro, a viagem recente por quase um mês a bordo do navio e o trabalho exaustivo para organizar e mobiliar a casa, havia um paradoxo, pois Francisca estava se sentindo muito bem. Acreditavam que a fisiologia desse nascimento estava impondo à mãe uma coragem e uma força física extraordinária, algo que lhe parecia estar em falta ultimamente. E o sublime ato de geração de uma nova vida, para cumprir a missão, a estivesse estimulando a trazer ao mundo um bebê saudável.

Não deu outra, conforme os prognósticos das tias, em pleno dia de São Pedro, nasce um menino de cabelinho ralo e espetado, a tez morena e olhos amendoados, como os outros. Era uma cópia rabiscada dos outros irmãos, moldado na mesma fôrma. Chorou assim que nasceu, parecia não estar acostumado com tanta luz, ou talvez estranhando a queda de temperatura.

Logo depois, assim que concluíram o parto, que o assearam e agasalharam, colocaram-no sobre seu peito. Ele se aconchegou para mamar, seu primeiro ato de gratidão neonatal pela primeira colonização bacteriana que recebeu dos microrganismos vaginais da mãe, a fim de herdar um sistema imunológico; ele queria, ao mesmo tempo, retribuir e ajudar na liberação da ocitocina, o hormônio do amor para a mãe, uma característica humana, espontânea, para evitar a hemorragia uterina e diminuir a angústia materna.

Novamente, não foi necessário recorrer à folhinha para a escolha do nome duplo, um dos nomes já estava sacramentado pelo calor da fogueira, restava à Francisca anexar o outro, escolhido no relicário do seu coração, mas nunca revelado previamente.

E surgiu Pedro Renato.

DIA DO PEDRO RENATO (PARTE 1)

 Nascido no Dia de São Pedro, o primeiro papa da Igreja, meu irmão Renato não poderia ter outro primeiro nome. Aos 72 anos, escreve esta postagem contando este fato, e realizando algumas considerações sobre a Vida. Não esquece nossa mãe, dona Francisca, a Chicuta da família, por isso recorta texto de seu livro-biográfico para recordar sua chegada ao mundo manauara de 1952. Meus cumprimentos pela data e pela sua dedicação à família. Que a existência lhe seja longa.

A BELEZA DA VIDA

29.06.2023

 Renato Mendonça

Nesta data, especificamente neste Dia de São Pedro, gostaria de me identificar como um dedicado aprendiz de todas as coisas belas da vida. Não pretendo ser um presunçoso, apenas um sonhador, e nesse delírio vocacional presumo estar me transformando numa obra de arte de Deus, à custa de muito desbaste, por um cinzel afiado do tempo, esculpindo-me à Sua imagem. Durante e depois de longos anos, confesso estar aquilatando a conduta humana digna; orgulhando-me de ser um homem centrado nos valores teologais e praticante orgulhoso, como se fosse um discípulo que aprendeu o jeito de amar, o amor caritativo, sem limites e incondicional, embasado nos ensinamentos humanísticos de Jesus Cristo.

Pedro Renato

Porém, percebo que está cada vez mais difícil fomentar essa harmonia clássica dentro de uma sociedade plural, e até mesmo no nosso microcosmo familiar. Entretanto, nunca devemos desanimar, precisamos ser perseverantes com atitudes que elevam o nosso nível de consciência; trabalhar sempre em favor da vida — a vitalidade e a beleza da vida; ter a capacidade de estabelecer laços afetuosos sinceros; abrir o coração com uma chave de dentro para fora, para expor sentimentos nobres: amor e perdão; demonstrar cordialidade em nossos atos e disposição constante sem nenhum egoísmo afetivo. Se perder a oportunidade, não desista, basta reencontrá-la...

E nessa busca pelos valores humanos, coloco-me a disposição para respeitar e tratar com carinho e zelo todas as coisas que nos servem, até as pequenas coisas, animadas ou inanimadas. Como se as coisas materiais fossem dotadas de vida. É dar a elas o seu justo valor. Busco também o prazer em servir ao outro; apraz-me a oportunidade em servir e apreciar o deleite do próximo, sem me sentir apenas um serviçal, pois fico feliz quando percebo a elevação da dignidade em ambos. Deixo enfim, que o sentimento de empatia floresça, para conseguir entender o mistério do outro e o segredo de sua consciência. Esses ensinos nos foram transmitidos na célebre imagem do lava-pés, o ato que antecedeu a Santa Ceia. Uma das ações mais pragmáticas de Jesus, que enobrece o sentimento da humildade — Também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais assim como eu fiz para vós”. (João 13:12-14).

Quando nos tornamos idosos, percebemos que há uma necessidade maior de enfrentar o mundo de forma bela; buscarmos, dentro de nós mesmos, atos de integridade e tenacidade, deixando que a altivez cumpra um papel primordial para não esmorecermos jamais. Para não sermos superados precocemente pelo peso dos anos nem pelas circunstâncias cotidianas da vida.

É preciso embelezar nosso dia a dia, sem excessos ou arrogância; aplicar a beleza espiritual com nosso sorriso, para cobrir de leveza o nosso ambiente. É também uma forma de gratidão a Deus que nos quer alegres e solícitos. Ser grato por todas as telas em branco que recebemos a cada dia, para pintarmos com novas cores ou com nossas cores prediletas, e desejar que o resultado seja digno de apreciação do Criador. O avanço da idade biológica não pode blindar a admiração pelas coisas bonitas, pelas esculturas humanas, nem ofuscar a visão da beleza da Natureza. Ainda nos permite comportar-se como um menino olhando as borboletas e seus matizes; admirando as diversas formas e cores das flores; espiando a lua e as estrelas, entorpecido pela dimensão do universo; perguntando curiosamente aos outros, para entender os mistérios e os porquês dessa vida. E, em outro determinado momento com a maturidade de volta, preocupar-se com a humanidade e com os rumos da civilização.

Apesar do otimismo, estamos sujeitos às dificuldades e agruras dessa vida. Há, ao longo de nossa caminhada, fardos indesejáveis que às vezes teimam em se opor ao nosso estado de paz espiritual ou nosso projeto de felicidade. Mas, nada se compara ao sofrimento de Cristo. Por isso, nesses momentos, devemos salientar a sobriedade da alma e a conformidade com os desígnios de Deus.

Nesse dia especial, aproveitando-me desse momento e do hábito de reflexão, quero deixar registrada a minha eterna gratidão pela vida. E quando falo em vida, não posso esquecer o sopro divino e a luz que me iluminou; não posso de maneira alguma deixar de mencionar o ventre que me gerou. Minha eterna gratidão à Dona Francisca Pereira Lima, que está comigo todos os dias, na minha mente, na minha alma, na minha história. Um amor verdadeiro de uma relação vertical, que me dá a satisfação de poder estar amando, e se realiza no próprio ato de amar... Uma gratidão também ao meu pai e a todos os ascendentes que passaram pela minha vida e deixaram suas sementes plantadas e seus dons, para que eu pudesse moldar a beleza do caráter humano.

Pensemos no Cristo Jesus, na sua missão e na sua glória. Viveu seu calvário, mas tinha certeza da sua vitória da vida sobre a morte. De uma maneira bem reduzida, também vivemos nossos calvários e não devemos lamentar. Ao final de cada jornada diária “morremos” para no seguinte “ressuscitar” e reiniciar a missão, que deve ser cumprida com gratidão contínua. Mesmo que a prática das fogueiras juninas tenha ficado no passado, vamos acendê-las simbolicamente em nossos corações; desejando vê-las queimar para alumiar nossa consciência em favor do bem maior; para ver a presença de Deus em qualquer situação, como contraponto a uma cultura ateísta tão presente na nossa sociedade.

segunda-feira, junho 26, 2023

OS PEREIRA LIMA DO ANVERES

 Dias passados a família conheceu a morte da prima Shirley Melo Lima, e mais recente a grave situação de saúde dos primos Luís Jorge e Manuel "Bala". Diante dos fatos, reabri meu baú de anotações para efetuar ligeiro recenseamento dos primos vivos. Encontrei ainda 22 Lima descendentes do saudoso casal Vicente e Adelaide Pereira Lima, que foi morador do lago do Anveres (ontem Careiro, hoje do Castanho).

Casal Pereira Lima

 

ORDEM CRONOLÓGICA

 

1935 | Aluizio Barbosa Lima | Manaus

1943 | Maria Adelaide de Souza

1945 | Luís Jorge Lima de Carvalho | 9 abril

1946 | Manoel Roberto Lima Mendonça | 17 junho

1947 | Arnaldo Barbosa de Lima | 20 maio

   Maria de Nazaré Lima da Silva | 30 agosto

         1948 | Henrique Antonio Lima Mendonça | 13 junho

1949 | Carlos Alberto Melo Lima        

   Ivo Manoel Barbosa Lima | 19 maio

   Manuel (Bala) Lima Filho | 31 outubro

1951 | Pedro Renato Lima Mendonça | 29 junho

   Sebastião Nogueira Lima | 22 setembro

   Jacira Lima Taveira | 26 setembro

1953 | Sonia Lima Baima  

   Gelson Garcia Lima | 26 outubro

1954 | Joaquim Hélio Barboza Lima |16 novembro

1956 | Maria Iracema Barboza Lima | 1º junho

1957 | Suderly de Mello Lima

1958 | José Garcia Lima | 10 outubro

1961 | Cilene Melo Lima

1963 | Edilson Melo Lima

1967 | Fernando Melo Lima   

Lago do Anveres


domingo, junho 25, 2023

AMAZONAS: EXEMPLARES DA FAUNA

 

Urubu-rei e Gavião
Garças | Arara | Gavião-pombo | Martim-pescador |
Jaçanâ (sentido horário)
Araras | Papagaios | Socozinho (todos: trabalho de Gunter Engel)





quarta-feira, junho 07, 2023

ANÍSIO MELLO (1927-2010)

 Prestes a completar 94 anos, se vivo estivesse, o itacoatiarense Anísio Melo fez de mais nas artes. Parte de suas obras foram recolhidas ao meu acervo, que intento repassá-las ao município para a "honra e glória" da Velha Serpa. Esta postagem reveste-se de minha homenagem ao saudoso amigo. 

Anísio Mello e
pequena porção de suas
obras