Anísio Mello e Armando de Menezes na Lanchonete Pina, em 2009 |
Último Chá do Armando
Duas palavras pessoais
Conheci a família Menezes
quando frequentei o Seminário de Manaus, por intermédio do padre Jorge
Normando, já se passam 60 anos. A frequência à casa da família permitia, diante
daquela fartura, aos seminaristas tirar “a barriga da miséria”, ainda que cometendo
o pecado da gula. Depois encontrei Dr. Armando espaçadamente no Tribunal de
Contas, tendo sido ele quem sacramentou meu processo de aposentadoria.
Enfim, o
IGHA nos irmanou. E o Chá aprofundou esse convívio, tanto que partiu dele o mais
rematado incentivo para que eu me candidatasse à uma vaga nesta Academia. Convindo
declarar que não a conquistei, somente pela minha desídia e meu desajeitamento.
Subsistiu outro motivo, contudo, cuja confidência trocada entre mim e ele no
Chá idealino, persistirá sob segredo.
Alencar e Silva lendo um poema para Armando de Menezes, no Chá ainda na Academia, em 2004 |
Derradeiro Chá
Nesta noite solene, nesta
Casa soleníssima, o Chá do Armando chega ao final. Exatamente onde começou. É o
momento, caro “presidente” Aguinaldo Figueiredo, de encerrar este ciclo, esta
etapa, que não se alimentou unicamente de rega-bofes. O Chá soube oferecer estímulo,
apoio financeiro para publicações e pequena produção literária, que servem para
bem alumiar esta nobre caminhada.
Quando Anísio Mello
completou o primeiro ano de morto, o Chá recordou muito bem do velho chazista. Em reunião especial, lembrou
dele a cortesia e o anseio em muito produzir, como de fato produziu em vários
segmentos de arte. Produção, lamentavelmente, esquecida. Daí o título que lhe cravamos,
o de Multiartista. Mesmo sem CNPJ, inauguramos o selo Chá do Armando edições, com o livro – Convite à Poesia (Manaus, 2011), publicado em vassalagem ao Anísio Mello.
Depois veio – O “Chá do Armando”: em prosa e verso,
que prestava “um tributo ao samaúma Armando de Menezes”. Produzido pela “editora”
coletando dos frequentadores qualquer produção literária.
A terceira obra – Armando de Menezes, com o subtítulo: alegria da sexta-feira, quando amigos se
encontram (Manaus, 2012), tem uma pequena história. Nela saudamos os 90
anos do patriarca, porém, como demorou a impressão, a peça foi ampliada para
registrar a morte prematura do poeta chazista
Sérgio Luiz Pereira. Ainda assim, voltou a emperrar. Então, morto o fundador do
Chá, restou a “boneca” desta terceira obra, cujo exemplar passamos às mãos da Dona
Ivete Menezes, que saberá promover seu melhor destino.
Encerro, convocando aos
detentores desta marca, aos chazistas de carteirinha à retomarmos à mesa-redonda,
à salutar reunião de sexta-feira. Revitalizá-la, seja com novo slogan, seja com
renovado mote, isso é desafiador. Afinal, devemos caminhar com nossas pernas, amparadas
pelo nosso bolso; praticar a cortesia e a elegância como fomos tratados, como
fomos incentivados, sem olvidar dos xingados nos bons momentos.
Estrela Armando
Agora, deixemos a estrela
do Dr. Armando de Menezes circular pelo espaço sideral. Certamente, SEMPRE ÀS
SEXTAS estará nos convocando para o festivo encontro, ocasião em que haverá de
nos brindar com um apaideguado olhar estelar. Seja qual for a galáxia em que estiver.
Até à eternidade.
PS
Devo reconhecer, a memória
já me causa dificuldades: estava rebuscando este texto para a impressão final,
quando me ocorreu haver esquecido dois locais onde o Chá fez pouso excepcional.
Um deles, na minha própria residência. (Num falei). O outro foi na residência
do Miguel Angel, um simpático peruano que com sua inscrição internacionalizou o
Chá do Armando.
Creio que, após um
desconcerto na Mansão dos Quadros, Miguelito (artista plástico) acolheu o
pessoal na rua Frei José dos Inocentes, ao lado do IGHA, onde morava.
Aconteceram dois ou três encontros. E eu estive em um deles.
Bom, na minha residência,
à rua Igarapé de Manaus, aconteceu uma reunião. Realizada em novembro de 2009,
quando abraçamos o Sergio Luiz pelo seu 42º aniversário.
Tá feito o conserto.
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