CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quinta-feira, abril 30, 2020

2º BATALHÃO EM ITACOATIARA



O 2º Batalhão de Polícia aquartelado em Itacoatiara completa hoje 39 anos de inauguração. Quando do evento era seu comandante o tenente-coronel Ilmar dos Santos Faria (1980-81).

Dia da inauguração (foto pessoal)

Esta OPM (Organização Policial Militar) foi criada em setembro de 1970, com a denominação de Candido Mariano, destinada a coordenar o policiamento do Interior. Ao tempo, este serviço era cumprido por destacamentos, diria, independentes, pois o comando estava em Manaus. Lembrando que o transporte e a comunicação eram de deficiência excepcional.

As necessidades apontadas e o cuidado que deveria exercer o comando-geral sobre os destacados, levou à criação do CPI (Comando do Policiamento do Interior), em 1976. Em decorrência dessa evolução o 2 º Batalhão foi transferido para a Velha Serpa. Todavia, a mudança somente ocorreu em agosto de 1979, sob o comando do falecido coronel Humberto Henrique Soares.

Enquanto o quartel esteve em construção, a tropa foi alojada num imóvel pertencente a Diocese, situado na avenida central.

SE MEU FUSCA RODASSE...


Após 40 dias de rigoroso retiro sanitário, o casal em casa completou a montagem de novo Fusca. Acabada, restou uma pintura bem psicodélica.

Você verá. Comprei-o na abertura do confinamento, e o vendedor mandou-me entregar desmontado em 3000 (isso mesmo, três mil) peças.

Fusca em tela de 1,21x0,78
A magnitude do trabalho exigia bastante mão-de-obra, para isso convoquei a chefia da mecânica que, após aprontarmos a oficina compatível, ordenou o início ao trabalho. Experiência com esse tipo de batente a oficina já possuía, afinal já efetuou algumas montagens. Todavia, essa foi a primeira vez de encarar um automóvel.

O primeiro dia serviu para organizar as laterais do quadro, delimitando o espaço e o local de cada peça. Em seguida, foram separados os componentes por função e cores, atento às instruções do fabricante.
Assim, a construção avançou, em trabalho sem pressa, pois se entendia que a restrição deveria ser maior que o previsto. Havia também outros encargos. Outras obrigações. E as dificuldades costumeiras emperravam a montagem. Ao final de duas semanas, findou-se a armação externa. Faltava a parte interna. E mais os acessórios e decalques.

Lembramos o primeiro mês de confinamento contemplando a reconstrução do Fusca. A dupla montadora confessa que pensou em desistir, diante das dificuldades enfrentadas e, mais que isso, das etapas a vencer. E teve que trabalhar apenas de dia para aproveitar a luz solar, pois a iluminação noturna distorcia as cores das peças. Todavia, o casal, ao superar a implantação de duas mil peças, observou o panorama mudar, para melhor.

Veio então, com a aplicação dos últimos retoques e com a pintura se consolidando, foi o momento de acelerar. Começamos a discutir onde expor nosso Fusca, pois não haverá brevemente exposição de automóveis. Vamos transferir alguns outros quadros, a fim de escolher o melhor ponto de exposição. 

Aos quarenta dias, a dona da oficina fixou a última peça. Alegria deste lado, de outro, ainda teríamos que aguardar em casa o final das medidas de restrições.








terça-feira, abril 28, 2020

HEMETÉRIO CABRINHA (1892-1959)


Capa do livro

Hemetério José dos Santos, que literariamente usou o sobrenome de Cabrinha (apelido de infância), foi um poeta de qualidade, mas que se manteve no anonimato, e humildemente foi sua vida e morte. Produziu alguns livros de poesia, que outro poeta contemporâneo – Anísio Mello – soube reconhecer, para tanto nos legando um folheto sobre Cabrinha. Morto Anísio (2010) sem que a homenagem ao amigo fosse publicada, tomei o encargo como co-organizador, e, por obséquio da Secretaria de Estado da Cultura (2014), Cabrinha veio a público.

Folheando a pequena obra, revi o soneto Falando a meu coveiro, que nos remete ao caos que o cemitério de Manaus enfrenta devido a quantidade de mortos pela Covid-19. Se não há tempo para despedida cristã, quanto mais para orientar o coveiro.



Falando a meu coveiro 

É aqui neste lugar, ao pé deste cipreste,
junto a este mausoléu. Pega uma enxada, cava
sete palmos de chão! Anda depressa, grava
no teu semblante mudo o riso que escondeste!

Abre o meu leito eterno... O meu lugar é este!
Quero nele abafar minha paixão escrava
Quero enterrar-me logo... a vida já me agrava...
Depressa! a minha dor de dores se reveste!

Alarga-a mais um pouco, afasta mais a areia!
Eia, assim como está, torna-se muito feia,
profunda-a mais...trabalha! Este dinheiro é teu!

Que é isso? Um crânio aí? Dá-m'o, quero beijá-lo.
Limpa-lhe bem o pó! Dá cá, quero estudá-lo
Como alguém algum dia há de estudar o meu!

(“Vereda Iluminada". Manaus-AM, 1932)

segunda-feira, abril 27, 2020

BOMBEIROS DO AMAZONAS (3)


Estava ultimando meu livro Bombeiros do Amazonas: retrospectiva 1876-1998 (Manaus: Valer, 2010) quando fui entrevistado para o jornal Em Tempo, pelo jornalista Evaldo Ferreira, cuja temática era – os naufrágios ocorridos no Amazonas. A entrevista aqui compartilhada foi divulgada na edição de domingo,19 de abril de 2009.
Corte da página com a entrevista (EM TEMPO, 19 abr. 2009)

Onde pesquisou para saber mais sobre o Corpo de Bombeiros do Amazonas? ROBERTO MENDONÇA - Parti da documentação produzida pela corporação enquanto subordinada à Polícia Militar. Depois, passei e repassei o Diário Oficial, rica fonte de nossa história. Li os jornais locais, consultei o arquivo central dos Bombeiros do Rio de Janeiro, enfim, até entrevistei os antigos comandantes. E ainda conversei e tomei apontamentos sobre os Bombeiros Voluntários.

Que descobriu sobre a atuação dessa corporação nos naufrágios de embarcações? RM - Esta importante atividade veio ocorrer há pouco mais de três décadas, desde quando os Bombeiros passaram à responsabilidade do governo do Estado, mais precisamente, em 1973. A partir deste momento foi possível comprar o primeiro equipamento de mergulho e, assim, dar início à atividade.

Quantos naufrágios conseguiu listar em seu livro? RM - Apenas três, mas não os relatei no livro. Apenas fiz fotos dos noticiosos da época, e, com elas, uma exposição no quartel dos Bombeiros.

Das pesquisas que fez, qual naufrágio lhe chamou mais a atenção? RM - Apesar do absurdo, trata-se do afundamento do ônibus da Soltur, nas águas do rio Urubu, em 1976. A morte de quase todos os passageiros enlutou a cidade de Itacoatiara, para onde se dirigia o ônibus. Era madrugada e devo lembrar que a travessia do rio ainda era feita por balsa. As pontes estavam em projeto. O ônibus parou dentro d'água. Era véspera das eleições, por isso, a dor da cidade se ampliou ainda mais. Os Bombeiros já possuíam equipamento de mergulho e estiveram presentes para cumprir o doloroso trabalho de recolher os mortos.
Roberto Mendonça

Há poucas décadas, o Corpo de Bombeiros tinha dificuldades até para apagar incêndios por falta de equipamentos. Então, o que faziam quando ocorria algum naufrágio? RM - Os problemas resultantes de um naufrágio cabiam à Capitania dos Portos, que se deslocava para o local. Ouviam os sobreviventes e contava-se nos jornais. A FAB, se possível, conduzia os feridos para Manaus. Prometia-se um rigoroso inquérito e nova tragédia voltava a acontecer tempos depois. Ocorre que o número de barcos era bem menor, portanto, o índice de acidentes também era proporcional.

Atualmente, os Bombeiros possuem um pelotão fluvial. Quando esteve sob seu comando, a corporação já possuía equipe para atuar em naufrágios? RM - Não necessariamente em naufrágios, mas os bombeiros já possuíam alguns mergulhadores. Elementos que aprenderam na prática, mas demonstravam uma disposição sobre-humana para enfrentar os rios. Afinal, não há beleza nos mergulhos em nossos rios como se observa nos mares. A escuridão intimida, desnorteia. Eu mesmo senti a realidade, quando bombeiro, e tenho relatos surpreendentes de resgates produzidos pelos Bombeiros.

A partir de quando os Bombeiros passaram a atuar mais diretamente nas ocorrências de naufrágios? RM - Cada vez mais os bombeiros vão se equipando, adquirindo equipamentos e instruindo seus elementos. Mas, a quantidade de barcos regionais cresce e, em consequência, aumenta o número de acidentes. Certamente os mais graves, os que envolvem mortos, despertam mais atenção, mas os mergulhadores dos bombeiros atuam até no afundamento de uma canoa, desde que haja pessoas desaparecidas.

É verdade que, na sua época de comandante, os Bombeiros mergulhadores iam para uma operação, como se diz, “só com a cara e a coragem”? RM - No primeiro instante nem iam. Depois, sim, o velho adágio se aplica com propriedade. Ocorre que o pessoal também levava um dote muito próprio dos bombeiros: a sorte. A fortuna ajuda esse pessoal. Pessoalmente assisti a um fato desta natureza, quando o cabo Severiano, mergulhador, às apalpadelas, no escuro e na lama, encontrou no lago do Puraquequara um motor de popa, que havia caído de um barco do Exército.

Juntando o ex-comandante, sabedor dos fatos, e o historiador, conhecedor da história, diria que os naufrágios com várias vítimas fatais continuarão ainda a acontecer por muito tempo? RM - Certamente. Se não conseguimos evitar os desastres automobilísticos, onde as variáveis condutor-rodovias-fiscalização, entre outras, estão disciplinadas, como cuidar de tantos barcos, em tantas "avenidas e ruas" fluviais do Amazonas?



domingo, abril 26, 2020

26 ABRIL - DUAS DATAS NA PMAM



26 de abril marca dois acontecimentos na história da Polícia Militar do Amazonas (PMAM).


Cópia do ofício do Legislativo Provincial
enviando ao presidente do Amazonas
projeto de lei aprovado. Devido a
data deste e o número acima (grifado),
trata-se da Lei 339/1876
O primeiro ocorreu em 1876, quando o presidente da província Passos Miranda sancionou a Lei 339, que criava a Guarda Policial do Amazonas, com efetivo de 73 homens, sendo dois oficiais. O novo organismo policial destinava-se “a manter a ordem e a segurança pública na Província, e auxiliar a justiça”.
Na verdade, tratou-se de uma (re)criação da Guarda, posto que ela já existira na província. Em nossos dias, a PMAM comemora seu nascimento em 4 de abril de 1837. Simples observar que essa data precede a criação da província do Amazonas. Quando esta foi instalada, em janeiro de 1852, encontrou resquícios da Guarda Policial, denominação primitiva desta corporação. No entanto, por deficiência financeira, no final dessa década a GP desapareceu.
Somente em 1876, diante do auxílio financeiro do Império, a cidade de Manaus voltou a contar com a Guarda Policial do Amazonas, ora Polícia Militar.

O segundo 26 de abril ocorreu em 1936. Nesse dia, tomou posse no comando da Força Policial do Estado, o tenente-coronel PM José Rodrigues Pessoa, ocasião em que este organismo retornou à atividade. Explico: em novembro de 1930, na implantação da ditadura de Getúlio Vargas, a Força Policial foi extinta, obrigando seus membros a aceitar ou não outras atividades.


Cinco anos depois, projeto aprovado na Câmara Federal favorece o retorno da corporação amazonense e de outras unidades federativas. Com base nesse dispositivo, o interventor federal Álvaro Maia sancionou o Decreto 99, de 20 daquele mês, organizando a Força Policial. O comandante Pessoa, tão entusiasmado pelo desempenho de tantos camaradas, festejou essa data como de (re)criação da Polícia Militar do Amazonas. Essa nova data perdurou enquanto o coronel Pessoa foi comandante: 1936-41.

PALACETE PROVINCIAL: INAUGURAÇÃO


Na ocasião da inauguração do Palacete Provincial, instalado na praça Heliodoro Balbi, da Polícia para o vulgo, o jornal Amazonas EM TEMPO publicou um caderno Especial, contendo uma entrevista comigo, fineza do jornalista Evaldo Ferreira, a qual aqui reproduzo.
Antigo quartel da PMAM, hoje Palacete Provincial
Costumo argumentar com os saudosistas da Polícia Militar do Amazonas que o ancestral aquartelamento já não comporta mais tantos efetivos. Em razão de que o comando superior costuma agregar em seu entorno uma variedade de organizações subordinadas. Com isso, ao permitir a instalação de inúmeros “puxadinhos”, enfeia e descaracteriza o quartel. Enfim, que a saudade se deve, porque a velha e abandonada casa foi adotada e, acima de tudo, restaurada. Como na vida conjugal, ocasiona ciúmes.

PALACETE PROVINCIAL
Em 2002, depois de passar 107 anos no Palacete Provincial, o Comando Geral da Polícia Militar teve de ser transferido para outras instalações no bairro de Petrópolis. O coronel reformado Roberto Mendonça, que foi subchefe da Casa Militar de 1983 a 1984 e subcomandante da corporação de 1993 a 1994, lembra que a mudança dividiu opiniões. "A situação em que estava o prédio, bastante deteriorado, inclusive o seu entorno, e pequeno demais para a corporação, levou a PM a procurar outro local e liberar o Quartel da Praça da Polícia para outra destinação. Entretanto, muitos dos policiais saudosos, entre oficiais e praças, realmente 'choraram' essa separação. Até hoje, muitos gostariam de ver a PM de volta no local", comentou o ex-PM que serviu a corporação por 30 anos.

Recorte da página com entrevista (Em Tempo, 25 março 2009)
Segundo o militar aposentado, o que determinou, de fato, a transferência do Comando-Geral da PM foi a falta de estrutura física. "A mudança era necessária porque o prédio não tinha mais condições físicas de abrigar o efetivo, que havia crescido com o tempo, e nem mesmo os próprios carros dos militares. Agora, o Comando está mais bem instalado", comentou.
Roberto Mendonça é favorável à reutilização do antigo prédio da PM, que, agora se tornou um centro cultural. "A cidade ganhou um belo edifício de arquitetura antiga", disse, elogiando o trabalho de restauro realizado no prédio pela Secretaria de Estado e Cultura (SEC). "Ele também será muito importante porque vai abrigar importantes museus do Estado, como o Tiradentes, que tem peças adquiridas há mais de cem anos, entre elas a bandeira que os soldados amazonenses levaram a Canudos", comentou.
O ex-PM registrou a história da corporação na série "Memória", que foi lançada pelo governo do Estado em novembro de 2000. Ele também pretende lançar seu livro Administração do Coronel Lisboa, sobre a vida do também militar Adolpho Lisboa, no atual complexo do Palacete Provincial. O livro é um ensaio histórico que recebeu o prêmio Arthur Reis, concedido pelo Conselho Municipal de Cultura (ConCultura), por meio do projeto cultural Prêmios Literários Cidade de Manaus.

PM continua no palacete
A Polícia Militar não foi totalmente retirada do prédio, após o restauro do Palacete Provincial. O secretário estadual de Cultura, Robério Braga, informou que o antigo gabinete do comandante, juntamente com todo o mobiliário original, como sofás, cadeiras, mesas, armários, além de objetos de arte, entre eles escudos, brasões, esculturas etc., foram completamente restaurados com o intuito de ser novamente utilizado pelo Comando Geral da PM em ocasiões solenes. "Da mesma forma que o governador Eduardo Braga recepciona chefes de Estado e outras autoridades no Palácio Rio Negro, o comandante da PM poderá realizar suas reuniões e receber convidados aqui no seu Gabinete", explicou Robério, destacando que a sala contém, ainda, a memória da PM. "Todos os boletins históricos da PM foram recuperados e agora estão disponíveis. A história da corporação está registrada aqui", frisou.

Prédio teve várias utilizações
Antes de abrigar a sede do Comando Geral da PM, o Palacete Provincial teve várias utilizações. Ele começou a ser construído, em 1861, para ser a residência do empresário e capitão da Guarda Nacional, Custódio Pires Garcia, que faleceu, deixando a obra inacabada. Em 1867, foi comprado pelo presidente provincial José Bernardo Michilles para transformá-lo em Paço Municipal.
No ano de 1873, o então presidente da Província (1873-1875), Domingos Monteiro Peixoto, concluiu a obra para abrigar as várias repartições provinciais. Após um ano, em 25 de março de 1874, com as obras concluídas, foram instaladas no edifício a Assembleia Provincial, a Repartição de Obras Públicas, a Biblioteca Pública e o Liceu Provincial - atual Colégio Amazonense D. Pedro II. Entretanto, a inauguração ocorreu somente em 28 de fevereiro de 1875.
Durante o governo de Eduardo Ribeiro (1892-1896), o Palacete Provincial passou a ser o comando da Polícia Militar. Hoje, o prédio, considerado um patrimônio tangível que foi tombado em conjunto com a praça Heliodoro Balbi e o Colégio Amazonense D. Pedro II, encontra-se sob proteção especial da Comissão Permanente de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico.

sábado, abril 25, 2020

PMAM: CURIOSIDADES HISTÓRICAS


Curiosidades compartilhas da PMAM em Revista, editada em 1993, comemorativa dos 156 anos de existência desta corporação. Confesso que essa página do magazine me cabe a autoria.
Detalhe da capa da Revista
Algumas considerações: a charge de autoria de João Miranda, circulou em A Crítica (28 out. 1989) e diz respeito à PJ (Polícia Judiciária), veja o distintivo no braço do policial, organização que substituiu a Polícia Civil por algum tempo, por imposição do governador Amazonino Mendes.
Mantive a ortografia do texto sobre a Morte do Cavalo, por me parecer mais interessante. Enfim, a banda de música da Força Policial estava bem modernizada, veja a relação dos clássicos. Executou apenas um dobrado, homenageando o 1º batalhão, que escreveu página em Canudos (este dobrado escafedeu-se, não há sinal dele).

A PRIMEIRA REVISTA
O fac-símile acima reproduz a capa da primeira revista de que se tem notícia na história da Corporação. Publicada em setembro de 1911, com a tiragem de 1.000 exemplares, o número reuniu os mais variados artigos e seções de interesses da Instituição. O magazine teve como redator-chefe o coronel Pedro Vidal de Negreiros, que foi comandante da Força Policial no período de 11 jan. 1911 a 12 jun.1912.

MORTE DE CAVALLO - EXCLUSÃO -
DETERMINO que seja excluído do effectivo da cavalhada do P/C, visto ter morrido victimado por uma "CONGESTÃO CEREBRAL ACTIVA", segundo o atestado de 2° Ten. Veterinário Inephane de Carvalho, o cavallo nº 3, "Peixe Boi" (1912).


CONCERTO MUSICAL
Entre os festejos públicos da cidade de Manaus figuravam os concertos musicais executados pela banda do 1º Batalhão de Polícia, este na praça da República, hoje Heliodoro Balbi, como este de 12 de abril de 1908 (domingo), contendo o seguinte programa:
Marcha Hospiciana - B. Silva  Valsa Felicidade Perdida/Gillot   
Polka Sauste Fenillage/Kessels Introdução da Ópera Carmem/Bizet
Gavota Clementina/Ckzibuka  Ouverture Potto e Paiznsa/Serpe 
Valsa Tesoro Mio/Beccusi  Polka Diplomata/Straus's   
Valsa Viúva Alegre/Leher  Dobrado 1º Batalhão/M. Julio

A Crítica (25 out. 1989)

quinta-feira, abril 23, 2020

MUSEU TIRADENTES

Capa da revista

Esta postagem sobre o Museu Tiradentes a escrevi originalmente para a Revista da PMAM (foto), circulada em abril de 1993, comemorativa dos 156 anos de existência desta corporação. Trata-se de uma dessas revistas caça-níqueis, ou seja, editadas em momento festivo por aproveitadores que as enchem de fotos das autoridades, e os bolsos com anúncios. De importante, de cultura, muito pouco.

Lamento, mas a PMAM possui elementos para manter uma Revista periódica, profissional, com divulgação de sua história e dos resultados de cursos empreendidos por seus policiais. Torço que isso – um dia – aconteça.

Detalhe da publicação na Revista

O culto aos valores históricos da força militar estadual sempre preocupou aos comandantes da corporação. Basta um passar de olhos pela legislação da força para nos permitir assinalar alguns decretos comemorativos. Exemplo clássico: o da Campanha de Canudos que, ainda em 1983, ensejava ao governo lembrar aos amazonenses a chegada do 1º Batalhão dos “ínvios sertões baianos”.
A preocupação do comando fez funcionar o primeiro museu, acolhendo as relíquias da Força Policial. Em parte, elas ocupavam o Salão de Honra até o advento da Revolução de 1930, quando o interventor federal Álvaro Maia decretou a dissolução da milícia estadual. Este ato político levou de roldão o primeiro museu. Algumas peças foram recolhidas ao IGHA (Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas), sendo devolvidas quando do restabelecimento da milícia. Outras, seguramente, foram "adotadas" por colecionadores da cidade, por isso, deixaram de retornar ao ninho antigo.

Durante pouco mais de um quinquênio, a população deixou de conviver com os milicianos. Até que o doutor Álvaro Maia, que a extinguiu, promoveu seu restabelecimento por força da lei federal 192, de 17 de janeiro de 1936. Passou-se o tempo, até que...
Em 26 de abril de 1984, por iniciativa do comandante coronel Hélcio Rodrigues Motta, inaugurou-se o Museu Tiradentes, homenageando ao patrono das Polícias Militares. A criação do deste partiu da necessidade de promover e de divulgar junto à comunidade a história e a tradição da PMAM (Polícia Militar do Amazonas).
Aproveitamos a oportunidade que a PMAM EM REVISTA proporciona, para lembrar a cada integrante da orporação da importância do Museu. Ali está recolhida a história, que cada policial independente de hierarquia produz, muitas vezes de forma anônima, nos cruzamentos movimentados, na calada da noite, na frente das escolas, enfim, em cada ação do Policial-Militar, na cidade e no interior.

No Museu Tiradentes encontram-se cópias das Instruções Gerais, datadas de 4 de abril de 1837, expedidas pelo presidente da Província do Pará, brigadeiro Soares d'Andrea, que com estas normas orientava aos comandantes no combate aos cabanos (membros da Cabanagem, movimento nativista no período 1835/1840).
Aludido documento autorizava a criação de uma Guarda Policial em qualquer barranco de nossos rios para defesa da localidade. Seguramente, a ação dos legalistas chegou a Barra do Rio Negro e aqui criou o núcleo primitivo da Guarda Policial, germe da vitoriosa corporação.

Entre as peças mais importantes, o museu guarda os conjuntos de armaduras e panóplias (decorativas) adquiridas à França no início do século XX; duas bandeiras nacionais, uma utilizada pela tropa em Canudos, outra, bordada pelas esposas dos oficiais em campanha, enquanto os aguardavam; uma coroa em prata ofertada pelo governo do Pará; armas das 1ª e 2ª guerras mundiais;, equipamentos de bombeiros e mobiliários de estilo colonial que serviram no Palácio Negro.
O Museu Tiradentes, hoje, enriquece o setor cultural do Estado, ao resgatar peças e fatos históricos, congregando não somente o aspecto militar, mas, igualmente, a colaboração com a sociedade que o origina.

PS. Em nossos dias o Museu Tiradentes encontra-se sob a guarda da Secretaria de Cultura, e ocupa salas do térreo do Palacete Provincial, a edificação que aquartelou a PMAM por mais de um século.


quarta-feira, abril 22, 2020

PMAM: NOTAS HISTÓRICAS (3)


O primeiro governador do Amazonas quando do Governo Militar foi Arthur Reis (1964-67). Assumiu o Poder em julho daquele ano, em substituição a Plínio Ramos Coelho, que deixava seu segundo mandato de governador. A Força Estadual era um descalabro, repleta de embaraços, desde material até pessoal, sem contar a baixa remuneração e a baixa escolaridade de seus integrantes. O quartel de construção centenária reclamava consertos.
Quartel do comando-geral da PMAM, em Petrópolis,
inaugurado em 1970

O comandante da PMAM era o tenente-coronel (interino) Moutinho Junior, que assumiu depois que o comandante efetivo, 1.º tenente PM Alfredo Barbosa Filho, “desertou” da corporação. A seguir, o governador recebeu para o comando da PMAM o tenente-coronel EB Nardi de Souza (cujo filho, general Nardi, comandou o CMA).
Arthur Reis, respeitado historiador, em particular sobre a Amazônia, conhecia as trajetórias percorridas pela PMAM. Com esse perfil, no ano seguinte, no aniversário desta entidade, então festejado em 3 de maio (1876), baixou o decreto 188/65 – “denomina de Batalhão Amazonas o atual batalhão da Polícia Militar”.

Explico: a PM era força auxiliar do Exército, estruturada como um batalhão da Força de Terra. Desse modo, o batalhão policial tomou a denominação de “Amazonas”. Quando em 2 de setembro de 1970, foi criado o 2º Batalhão (decreto 1854/70) com a denominação de Candido Mariano (atualmente hospedado em Itacoatiara), o 1º BPM, em vias de ser instalado em Petrópolis, manteve aquela denominação. 
 
Recorte do citado periódico
Repetindo: na “antiga” data do aniversário da PMAM, o governador prestigiou a solenidade, na qual declarou aos policiais sobre a construção de novo quartel. Mais: já cuidava do projeto o arquiteto Severiano Porto. A promessa foi divulgada pelo Diário da Tarde (3 maio 1965) e efetivamente cumprida em 1970, pelo governador Danilo Areosa.

Portanto, o quartel de Petrópolis encontra-se no ano de seu cinquentenário. Assim como a criação do 2.º Batalhão.


terça-feira, abril 21, 2020

BRASÍLIA & ZEMANUEL AOS SESSENTANOS


Hoje, no feriado de Tiradentes, a cidade de Brasília e o Zemanuel (meu irmão) entram na década dos sessentanos.

Torre de TV Brasília

Quando a Capital Federal foi inaugurada, estava eu internado em colégio religioso de Manaus. Conheci o fato pelas notícias difundidas pelos jornais e rádios da cidade. Afinal, que me dizia a troca da sede do governo? Dois anos depois, creio, como leitor ávido de jornais, fui cutucado por um anúncio que prometia ao acertador um lote em Brasília. Para isso, bastava descobrir o “animal” escondido no desenho apresentado (artimanha ainda circulante). Todo empolgado, grifei o desafio e o enviei para a caixa postal. Dias depois, recebi a resposta vitoriosa, porém, com o valor a pagar. Lembro que meu pai fez divulgar na Voz de Constantinópolis esse mico. Foi quando o “animal” aqui, depois de alertado do golpe, abandonou o lote.

Somente em 1967, inaugurei a cidade de JK, ao efetuar a conexão na primeira viagem aérea com destino ao Rio. Retornei no final desse ano, em nova conexão. No ano seguinte, de fato senti a cidade, ao efetuar uma viagem a São Paulo parei em Brasília, de onde segui de ônibus. Era julho, e a repressão do governo militar apertava. A Universidade de Brasília fora tomada pelos estudantes.

Ao retornar de São Paulo, abriguei-me no quartel da PM/Distrito Federal. E, ao encontrar a tropa de prontidão, desconfiei de ter entrado em outra fria. Assim, logo na manhã seguinte, fui mandado para o aeroporto apesar de viajar somente à tarde, porque a PM partiu para resgatar a UnB. O resto da história é notória.

Retornei repetidas vezes àquela cidade como oficial da Polícia Militar do Amazonas. Porém, à época da Constituinte, em 1987-88, fui nomeado consultor parlamentar da corporação. Esse título pomposo me fez circular entre Manaus e Brasília com mais constância. Também à época, meus filhos migraram para Brasília, onde se estabeleceram.
Aparecem cinco netos, o primeiro é amazonense, os
demais nascidos em Brasília (foto 2018)
Há alguns anos aposentado, tenho anualmente visitado a capital do país, a fim de abraçar as filhas (Valeria e Gabriela) e os netos. Em nome dos netos brasilienses – Emanuelle, Rafaela, Caio e Gabriel – reverencio os 60 anos de Brasília.

Zemanuel Mendoza é meu irmão, um ano mais idoso que Brasília. Pertence ao segundo casamento de nosso pai Mendoza, tendo nascido no bairro de Educandos, no mesmo ano em que mudamos para o Morro da Liberdade. Mais adiante, na década de 1970, a família migrou para Santos (SP), onde ele estudou e ingressou na Petrobras.
Retornou a Manaus por birra do seu Mendoza, que recambiou a família, em 1980. Aqui assentou o trabalho e segue desfrutando da vida, ainda trabalhando. Abraços, meu irmão. Saúde e fique em casa. Depois comemoramos.

segunda-feira, abril 20, 2020

EMPRESA ARCHER PINTO: CORRIDA PEDESTRE

Jurandir Carvalho,
premiado

As corridas de ruas, ou melhor, o pedestrianismo em Manaus teve momentos de grandes disputas. As provas começaram a empolgar sob o patrocínio dos Diários, jornais da empresa Archer Pinto. No final de outubro, anualmente, eram realizadas duas corridas: uma pedestre, como saída e chegada em frente à sede do jornal, na avenida Eduardo Ribeiro. Atraía de autoridades a inúmeros torcedores. A outra prova era disputada pelos ciclistas.

A Polícia Militar do Amazonas sempre preparou bons atletas, em várias modalidades desportivas, contudo, a preparação dos corredores era disciplinar. Dispondo de oficial com formação especializada, tornou-se uma recordista em títulos.


Detalhes da premiação
A postagem aqui compartilhada mostra a vitória maior do Jurandir Carvalho, e mais a de Luís Ferreira da Silva, em 3º lugar. O treinador era o major Humberto Soares, graduado na EsEFEx (Escola de Educação Física do Exército). A corrida aconteceu em 30 de outubro de 1969.

LEGENDA DAS FOTOS
Realizou-se manhã de ontem, com absoluto sucesso, a XV Corrida Pedestre “Henrique Archer Pinto”, como parte das comemorações do 39º aniversário de fundação de O JORNAL.
Ao alto, os primeiros colocados da prova, no Pedestal dos Campeões: Jurandir Carvalho, da Polícia Militar do Estado, 1º lugar; José Matos da Silva, do Acre, 2º lugar; Idilberto Ribeiro, do CIGS, 3º lugar; Luiz Ferreira da Silva, da Polícia Militar, 4º lugar; e Floriano Sebastião da Costa, do Acre, 5º lugar.
No outro flagrante, nossa Diretora, dona Lourdes Archer Pinto, quando colocava a faixa no campeão Jurandir Carvalho.

EMPRESA ARCHER PINTO: NOTAS


Quando a comunicação estava restrita a jornais e rádio, a família Archer Pinto inaugurou em Manaus, na década de 1940, sua empresa jornalística, composta inicialmente de O Jornal e o Diário da Tarde. A sede central estava na Capital Federal, de onde emanava o material para divulgação. Logo constituiu a preferência dos leitores, tanto que o periódico criou o slogan: “O matutino de maior circulação no Amazonas”.
Desenho da fachada do prédio
elaborado por Moacir Andrade,
veja assinatura
Em 1954, a empresa inaugurou a rádio Rio Mar, em ondas médias e curtas, com amplo alcance, não apenas no estado. Alguns anos adiante, esta foi adquirida pela Igreja católica que a segue dirigindo, porém, unicamente em FM.
Para harmonizar a empresa, os irmãos Archer Pinto decidiram construir uma sede de padrão para abrigar o jornal e a rádio. O edifício ocuparia um endereço na avenida Eduardo Ribeiro. Apesar de a matéria de O Jornal (domingo, 29 julho 1956) prometer a inauguração para novembro seguinte, não creio que aconteceu. Posto que as instalações dos Diários (como eram designados) não passaram do casarão antigo, ou está é a recordação que nos acompanha, consultado Ed Lincon, manauara de fina memória.
De fato, funcionavam na mencionada avenida, ao lado dos Associados, ou seja, do Jornal do Commercio e a Rádio Baré. Todavia, com a declínio dos Diários, primeiro desapareceu o vespertino (outubro 1975), em seguida seu parceiro (fevereiro 1977). Por fim, o prédio em 1980, transformado em agência bancária, primeiro do Real, agora do Santander.
A postagem compartilha a nota “oficial” da empresa, realçando o entusiasmo do editorialista, assim como a assinatura do falecido artista plástico Moacir Andrade, que então iniciava a vida como desenhista de plantas.

Recorte da capa do mencionado periódico 

No interesse de oferecer instalações condignas para os Diários da empresa, que superiormente dirige – O JORNAL e DIÁRIO DA TARDE —, e para os estúdios da ZYB-20 e da nova estação ondas curtas da Rio Mar [emissora de rádio, hoje pertencente à Igreja católica, operando em FM], da qual é um dos sócios, - o jornalista Aguinaldo Archer Pinto, numa iniciativa arrojada, está fazendo construir na avenida Eduardo Ribeiro, “a sala de visitas de Manaus”, em frente ao prédio onde temos localizadas nossa redação e oficinas, um edifício moderno, que contará com três andares.

ROTATIVA
Nesse edifício, será montada (andar térreo) a nova impressora rotativa, da afamada marca alemã M.A.N. —, para atender as exigências da tiragem, dia a dia maior, de nossos Diários. Essa máquina, no gênero e em sua classe, a última palavra era matéria da eficiência e facilidade de comando, tem capacidade para imprimir 12 mil jornais numa hora, o que bem demonstra que a nossa empresa, dentro de pouco tempo (a montagem da rotativa será iniciada no próximo mês), estará perfeitamente em condições da atender aos reclamos de seus leitores, inclusive do interior do Estado e Territórios Federais vizinhos, oferecendo-lhes edições ampliadas e, graficamente, melhor confeccionadas.

ESTAÇÃO DE ONDAS CURTAS
No segundo pavimento, serão instalados os estúdios e a administração da Rio Mar, cujo novo transmissor de sete e meio quilowatts na antena (ondas de 31 metros, 9.695 quilociclos), já foi adquirido da conceituada e reputada marca Phillips, por intermédio de seus agentes, nesta praça, Braga & Cia.
Os novos transmissores da “mais ouvida” serão inaugurados no dia 15 de novembro deste ano, quando a Rio Mar completa dois anos de existência.
Por testemunho eloquente, indesmentível do arrojo, da capacidade de trabalho e realização, do interesse dos dirigentes da Rio Mar em oferecer ao povo amazonense, e à nação brasileira sempre o que há de melhor em matéria da radiofonia".
Obtendo a liderança do metiê, logo após os primeiros meses de seu funcionamento, pela boa qualidade de sua programação e pelas suas gigantescas e incomparáveis realizações, a Rio Mar se viu forçada a alargar o seu raio de operações para, dessa forma, através de campanhas memoráveis, destemidas, corajosas.
Já dispondo de aparelhagem de Frequência  Modulada [FM], para reportagem volantes; moderno estúdio de gravações de discos, inclusive long-play [LP], pela eficiente aparelhagem profissional REK-O-KUT; tudo Isso, aliado sus seus bons programas musicais, humorísticos, completas resenhas esportivas, magníficos informativos sobre os acontecimentos do estrangeiro, do país e do Estado, — elevou a Rio Mar à posição de grandeza e prestígio em que hoje se encontra.
Esse fato maravilhoso, não pertence à direção da Rio Mar, à cuja frente se encontra Charles Hamu, ladeado por Aguinaldo e Aloysio Archer Pinto. Pertence, isto sim, ao povo do Amazonas, pois foi para servi-lo, que se buscou a nova estação de ondas curtas, pela qual todos poderão ouvir a programação selecionada, variada, surpreendente e altamente moderna da Rio Mar.
Na sua nova sede, no edifício da avenida Eduardo Ribeiro, contará a Rio Mar com requisitos mais exigentes da técnica moderna e foram projetados por organização especializada do Sul do país.
Outra coisa, porém, é mais importante: operando em duas ondas — média e curta—, a Rio Mar apresentará programações distintas, variadas, atendendo, assim, a todos os gostos e preferências. Serão, portanto, duas estações em funcionamento, oferecendo defesa permanente aos interesses do povo e, igualmente, linhas de programas diferentes e bem diversas.
Cumprindo todo esse esforço, realizando todo esse corajoso empreendimento, os dirigentes da Rio Mar só desejam uma coisa: oferecer o melhor para um povo que, desde o aparecimento da emissora, lhe tem dado integral apoio, estimulando-os para novos embates, a favor da grandeza da radiofonia cabocla.

O NOVO EDIFÍCIO
O novo edifício de que falamos, e que receberá a nova impressora rotativa de nossos Diários e os novos estúdios da Rio Mar, estão sendo construídos, com toda a técnica, esmero e cuidado, pela conceituada empresa Sociedade de Obras Limitada, dirigida com proficiência e zelo pelo nosso amigo Joaquim Cunha.
O clichê que ilustra este registro, mostra-nos a fachada do referido prédio, pelo qual nossos leitores poderão aquilatar do quanto será enriquecido o patrimônio da cidade, com a sua próxima inauguração.