CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sábado, janeiro 29, 2022

COLECIONISMO DE SELOS

Conversei em dezembro passado, em Brasília-DF, com um comerciante de selos e outros produtos filatélicos. Roberto Silveira (Filatélica Brasília) me proporcionou algumas informações sobre o quadro atual e as perspectivas para o futuro. Que acontecerá com a Filatelia? Se “ninguém escreve para o coronel”, parodiando o escritor Vargas Llosa.

Carta para o coronel Roberto (1985)
De fato, a correspondência agora é realizada pelo celular. As empresas nos obrigam a sacar o boleto pela internet. Os cumprimentos pelas festas são realizados em viva voz. E, para complicar mais, a empresa de correio fixa de qualquer modo uma tarjeta autocolante que desfigura o envelope. Enfim, o selo perdeu seu fascínio. Dizia-se que o colecionismo de selos ensinava diversas ciências, agora basta digitar o tema no Google, e pronto...

Dias desses, o aficionado filatelista Jorge Bargas me presenteou com recortes de jornais temáticos. Alguns cinquentenários. Neles deparei-me com comentários sobre o assunto, sobre a preocupação com o futuro da Filatelia, já àquela ocasião. Reproduzo trechos do mesmo autor (ainda em atividade): Mauro Nogueira Valias, em Coluna Filatélica, circulada no jornal Correio do Sul (nov. 1994), Varginha-MG.


Coluna de MauroValias

Quando não sabemos, mas tudo caminha rápido e célere para o fim da genial invenção de Sir Rowland Hill em 1840 na Inglaterra. Uma coisa é certa: o selo postal não completará seu bicentenário em 2040. Por que estamos prevendo seu fim com tamanha convicção? Por uma evidência muito simples, que é o progresso fantástico dos meios de comunicação. Com o advento do telex, "fax", porteamentos por verbas e franquias mecânicas, que firma por menor que seja irá mais selar carta por carta, expedi-las e aguardar resposta um mês depois? E o que está por vir no setor?

Estamos avançando muito no tempo, mas com uma certeza quase absoluta que ocorrerá exatamente assim. Não somos videntes agourentos e nem arautos de más novas e sim realistas, pois não há como lutar contra o progresso e a evolução das coisas que nos cercam. Nem mais adiantará que ajudem a salvar a Filatelia Brasileira. Não é ela que está morrendo, mas sim, a razão de sua existência no selo postal.

Recorte da Coluna Filatélica


terça-feira, janeiro 25, 2022

COLUNA FILATÉLICA (5)

 Nelson Porto (1923-2006) prossegue como um marco da implantação do Clube Filatélico do Amazonas (CFA). Estava entre os fundadores, que em 1969, fundaram esta agremiação nas dependências do ICBEU. E, adiante, ele passou a divulgar a filatelia manauara através da Coluna Filatélica, que o Jornal do Commercio encartou por décadas, extinta com a morte do seu redator.

Porto não se limitava ao cenário dos selos e acessórios colecionáveis, escrevia sobre outros assuntos, como se verá na coluna aqui reproduzida, datada de 6 de março de 1994 (domingo). Na ocasião, o país discutia o combate à inflação em meio aos diversos planos adotados. 

Recorte da coluna mencionada

A IMPLANTAÇÃO DA URV (*)

Depois de uma luta desigual, conseguiu o governo implantar a sua conhecida URV que nada mais é que o dólar americano disfarçado para não “ofender” o ilustre presidente. O fato é que nós brasileiros ainda não entendemos muito bem como será possível vencer a inflação com a simples mudança de nome de uma moeda. Se já estivemos (sic) dolarizados há mais tempo, certamente a euforia do ilustre ministro ao dizer que “em dólar a inflação é ZERO” estaria justificada. Mas, não! Nós temos o nosso imbatível “cruzeiro real” que não se importa com discussões, casuísmos etc., que estão aí mesmo. Vamos brilhantemente seguindo os 40% mensais...

E vamos vendo que esta URV vai ter pouco tempo de vida e será substituída pelo REAL que definitivamente será a nossa moeda. E este REAL que deve ser uma “moeda forte”, como será a sua divisão? (...)

REUNIÃO NA CASA DE RODERICK CASTELO BRANCO

Como vinhamos (sic) fazendo há algum tempo, recomeçamos nossas reuniões filatélicas na casa de um dos mais antigos e operosos filatelistas amazonenses: Roderick Castelo Branco. Com a presença de Edgar Altino, Francisco Carmona e o redator da Coluna, no último sábado de fevereiro estivemos lá no Bairro de São Jorge, onde durante algumas horas recordamos as atividades filatélicas amazonenses e brasileiras e discutimos, evidentemente, a atual situação da filatelia brasileira com os preços de seus produtos subindo a cada 15 dias. Nunca atravessamos uma fase tão difícil para todos nós que usamos a correspondência para construirmos coleções de selos.

Uma coisa positiva que comentamos foi a implantação de um selo para porte internacional comemorativo: uma reivindicação que víamos lutando há muito tempo e que parece a ECT vai utilizar para que nossos selos possam voltar a serem respeitados no exterior.

CARTAS ATRASADAS

Estamos muito preocupados com o que vem acontecendo com nossa correspondência para o exterior. Cartas vinda da Europa e dos Estados Unidos, que não devem demorar mais de 10 dias, estão nos chegando às mãos com quase um mês de postadas. Já temos três dessas para mostrarmos a quem de direito. Informaram-nos, não oficialmente, que estaria havendo uma "operação tartaruga" na Agência do Aleixo onde são triadas as cartas estrangeiras, pois os funcionários da ECT brevemente vão lutar por melhores salários (aliás é a luta constante de nossos funcionários).

Detalhe da citada coluna
NOSSAS COLUNAS

Estamos recebendo de alguns leitores cartas elogiando nossa Coluna, não só pelos assuntos que abordamos como também pela bela feitura e distribuição do espaço. Devemos isto a nossos amigos do JORNAL DO COMÉRCIO.

URV (Unidade Real de Valor) veio a ser instituída através da Medida Provisória 434/94, sendo reeditada posteriormente pelas MPs 457/94 e 482/94, e derradeiramente convertida na Lei 8.880/94, que veio a ser conhecida como a Lei do Plano Real, prevendo uma indexação temporária.

segunda-feira, janeiro 24, 2022

MONUMENTOS PASSADOS

 A postagem reproduz duas páginas da revista manaus... manaus (1975), que homenageou o prefeito Jorge Teixeira, por ocasião de sua retirada da prefeitura da capital amazonense,

A primeira, assinala a reinauguração do estádio da Colina, então intitulado de Ismael Benigno. A segunda, reproduz a primitiva estação rodoviária de Manaus, instalada na Praça 14 de Janeiro, no local onde funcionou um mercado.

Na foto acima, vê-se o prefeito Teixeira
cumprimentando ao Ismael benigno, e
devidamente camuflado pelo chapéu o 
governador Henoch Reis



Em verdade, a mini-rodoviária, vendo-se ao fundo a cúpula da igreja de NS de Fátima


quarta-feira, janeiro 19, 2022

DESPEDIDA FILIAL

O texto pertence ao Tiago, filho do poeta Thiago de Mello, amazonense que brilhou nos círculos literários do país, falecido nesta semana, aos 95 anos. A publicação circula nas redes sociais e chegou ao meu conhecimento através do poeta Zemaria Pinto. 

A ilustração saiu da inspiração do artista plástico Marius Bell.


Mensagem do Thiago, filho do poeta Thiago de Mello

Passei três semanas no Amazonas, viajando sozinho. Se é que é possível dizer que viajei sozinho, pois sempre estive acompanhado de gente que me quer bem, amigos e familiares que encontrei pelo caminho. Gente que amo e que me constitui. Fui com dois propósitos nessa imersão solitária. O primeiro, visitar meu pai. Estar com ele por alguns momentos, já ciente da situação de saúde e cuidados na qual ele se encontrava. Depois, fui com o objetivo de iniciar uma reforma inadiável em nossa casa à beira do rio, em Freguesia do Andirá, no interior do município de Barreirinha, a quase 350 km de Manaus. Um dia de barco pra chegar até lá.

A casa me pede zelo já há um tempo e estou há uns meses organizando uma campanha para arrecadar recursos para as obras. Consegui uma parte do dinheiro através da generosidade e da compreensão de muitos amigos e conhecidos, todos amantes da amizade, da poesia, da Amazônia e da obra literária de meu pai. Todos sonhadores como eu, que sabem, como meu pai, que arte e cultura geram evolução individual e progresso social.

Embarquei no final de dezembro para Manaus, sendo acolhido pela minha família amazonense que tanto quero bem. Fui ao apartamento de meu pai e Pollyanna. Ele já estava praticamente sem se levantar. Fui até o quarto. Quando ouviu minha voz, comentou: "voz bonita a do meu filho". Com a memória dissolvida pelo tempo (do qual não se corre) e pelas neuropatias, perguntou meu nome e se eu tinha filhos. Disse que me chamava Thiago e que tinha duas filhas. Nossas mãos entrelaçadas num carinho suave e ancestral. "Mas então nós temos o mesmo nome", ele notou. Falei que isso tinha sido invenção dele, pôr meu nome Thiago Thiago de Mello. No que ele, após um certo silêncio, falou baixinho: foi pra ficarmos juntos até mesmo no nome. "Cuida bem das suas filhas". (Eu me emocionei muito nessa hora porque queria dizer a ele que se sou um bom pai é porque ele foi o melhor formador e educador que eu pude ter).

Seguimos nossa conversa cheia de silêncios e respirações. Quis saber o que eu fazia da vida. "Canções e poemas", não titubeei. Ele fez que sim com a cabeça e repetiu "canções e poemas, isso". Perguntei se eu estava indo no caminho certo. "Certíssimo", ele me disse com a voz grave de trovão adormecido. Comentei que estava indo para Barreirinha cuidar da nossa casa, pedi a sua benção ("Deus lhe abençoe", me beijando a mão) e segui o meu caminho rumo ao rio Andirá, dos Saterês-maués.

Fiquei semanas num país submerso, me nutrindo do passado, de banho de cheiro, tucumãs, ovas de curimatã, sombra de castanheira, amizades verdadeiras e caldeiradas de tucunaré e tambaqui. As obras começaram. Retiramos as vigas podres. Os esteios corroídos substituímos por madeira nova. Passamos óleo queimado para afugentar o cupim de terra traiçoeiro. Compramos tinta, cimento, ferro. Vieram os trabalhadores. As telhas chegaram de Parintins, presente de Antonio Beti, cuja doação jamais esquecerei. Recebi tanto em minha jornada pelas águas. Fiz um trabalho firme, aguentando o rojão sob chuva e sol quente.

Barreirinha, onde meu umbigo está enterrado, me acolheu como sempre. Vi a felicidade nos olhos de gente simples, hospitaleira, contadora de histórias. É com meus irmãos e irmãs ribeirinhos que meu espírito se molda e evolui. Na verdade, estava sem saber, me preparando para um adeus após uma longa despedida. Fortaleci minha alma estando naquele lugar, berço meu, que aprendi a amar com meu pai e minha mãe desde que pra lá fui levado aos 6 meses de idade.

Voltei pra Manaus e fui ao apartamento ver meu pai. Ele não me respondeu, já completamente dentro do seu próprio mundo, distante daqui. Pedi um violão e, então, comecei a tocar. As lágrimas caíram, eu sentado e ele deitado na cama. Tirei do baú as canções que sempre cantávamos juntos: "Azulão", "Por que tu te escondes", "Linda vida", "Pai velho", "Quem me levará sou eu", "Faz escuro, mas eu canto". Fiquei ali cantando por mais de trinta minutos, a primeira vez em nossas vidas que ele não cantou junto comigo. Foi um concerto de despedida. A nossa despedida tinha que ser com música e poesia, universo no qual sempre nos encontrávamos.

Saí dali e fui comer um pacu assado de brasa em sua homenagem. Botei bastante pimenta murupi e tomei um suco de taperebá pra aliviar o peito. No dia seguinte, logo cedo pela manhã, papai atravessou o rio da vida. Morreu dormindo, bravo merecedor. Parece que estava só me esperando para seguir à Casa do Infinito. Sincronicidade astral, projeto dos deuses, dádiva da natureza. Ele foi em paz. Estamos de luto, mas em breve cantaremos com alegria, como ele sempre nos ensinou. 


quinta-feira, janeiro 13, 2022

MANAUS DO PREFEITO TEIXEIRA

Esta postagem, extraída da revista manaus... manaus, publicada pela editora Umberto Calderaro Ltda., em 1979, relembra duas marcantes obras do prefeito Jorge Teixeira (1975-79): a ponte de Educandos e a avenida Djalma Batista. Quando daqui ele foi removido, assumiu o governo do Território Federal de Rondônia, depois Estado, ainda na gestão do Teixeirão (como era conhecido). 



sábado, janeiro 08, 2022

ACAPULCO CLUBE (3)

Nesta crônica, Ramayana de Chevalier registra mais um tópico sobre o extinto clube Acapulco, espaço que por décadas iluminou as noites manauaras e foi fartamente desfrutado pelo autor. Publicada no Jornal do Commercio (11 setembro 1958). 

Recorte do mencionado jornal


Borocoxô (*)

Manaus é um rasgão teimoso no ventre da Amazônia. Criamo-nos, assistindo aos mais vibrantes fenômenos sociais do Brasil. Crescemos, e, aos nossos ouvidos, crepitavam as rolhas da viúva bendita, a Clicquot autêntica, numa saraivada europeia. Disse-me um dia o meu compadre P. T. Barba [dentista peruano radicado em Manaus], que como os bons parelheiros morrerá na pista, que, da esquina do atual Bar Americano, até a outra, onde borborinhava o Leão de Ouro, todas as noites havia um tiroteio de rolhas espoucadas, com o derrame desse leite do Olimpo, cujos efeitos levam o homem ao convívio dos anjos ou da polícia.

Manaus era coração elástico da selva. Crescemos ouvindo Lulu d'Alexandrowka (sic), o maestro Franco, escutando histórias de Sarah Bernhardt e Eurico Caruso, no Teatro Amazonas. O Lanfranc, o Ambrose, o Hilary [navios da Boothe Line] nos traziam a melhor refrigeração de Londres, e levavam de volta, aquela loirinha que era considerada por eles a melhor cerveja d0 mundo, a XPTO do tempo do Antonino Miranda Corrêa, cevada e lúpulo da Eslováquia tranquila.

Mulheres? Oh! que mulheres! Vinhos? Reno, falai, Itália, murmurai de amor! Música? Que professores! Que artistas! Depois, a pobreza nos constrangeu. Não vivemos de saudades. Mas não temos nada que aprender com ninguém. Basta lembrar-nos. Hoje, nossas mulheres são elegantes de nascença, sabem pisar, sabem falar, sabem amar. Nossos rapazes joviais e corretos, leais e amigos. Basta lembrar. Essa a grande fortuna do Amazonas. Infeliz daquele que veio da sombra do vazio.

Mas, o motivo especial desta crônica é abraçar ao Mário de Oliveira. O Acapulco é uma bênção na delícia úmida da noite baré. Elegantíssimo, suave, seleto. Corre ao lado das grandes boates do país. Mário de Oliveira forma ombro a ombro com Carlos Machado e Zilco Ribeiro. É um dueño de la noche. A noite de Dalvinha de Oliveira foi excelente. Passou a tempestade que impuseram a ela, nas intrigas cariocas. Inveja. De sua voz, de sua bondade, do que ela já viu pelo mundo. Dalva é um padrão de glória da música popular. Ela e a Sapoti, hoje madame. Linda noite.

Mas as anedotas do Abelardinho Matos estiveram em sessão espírita. Incorporaram no homem, depois de um século n0 astral. Já caducou no Lidador, na velha Bhrama, que hoje espera o seu arranha-céu. E sujas. Convenhamos, não é para uma boate exclusivamente familiar, onde se reúne a fina flor da nossa gente. Não há preconceitos em Manaus. Nós tesouramos uns aos outros com rara habilidade e constantemente.  Dá uma bruta saudade quando estamos fora, não sentir as formigas nos tosando a pele. É gostoso... Até envaidece!

Mas, daí a ouvir anedotas velhas, arcaicas, reumáticas, e, além disso, indelicadamente obscenas, vai uma enorme diferença. Essas anedotas são ótimas numa noite no Teatro República, em terça-feira de carnaval, ou no bar do Belmiro, ali na República Livre do Posto 6, pertinho da TV Rio. Só dá malandro, resto de gente, a safra das profundas noites cariocas. Para o Acapulco, é pago, a coisa é diversa. Quem não tem nada o que fazer em Manaus, toma um avião direto para o Rio. Antigamente, ia-se a Paris e a Londres, para desfastio. Hoje, vive-se na Atlântica, como se fosse ali, na BR17...

(*) Informando que o texto original sofreu a necessária correção ortográfica.

terça-feira, janeiro 04, 2022

PREFEITO JORGE TEIXEIRA (1975-79)

 Ao final do seu governo na capital amazonense, o prefeito Jorge Teixeira (Teixeirão) ganhou da editora Umberto Calderaro uma homenagem. O resumo da administração de 4 Anos foi exposto na revista manaus... manaus (1979). Este exemplar (foto) me chegou às mãos pela amizade do Jorge Bargas, funcionário da Prefeitura de Manaus por largos anos.

A edição contém farto material sobre o inesquecível alcaide, pena que os responsáveis tenham esquecido de legendar a maioria das fotos. Todavia, os manauaras mais idosos podem muito bem suprir essa falha, ou estudiosos com o Ed Lincon.



A identificação das fotos deixo para trabalho dos moradores da capital amazonense. E para que eu não cometa algum desastre.

sábado, janeiro 01, 2022

CORONEL PM AMILCAR FERREIRA (1945-2022)

 A chuva da manhã deste primeiro dia do Ano prestava-se a restaurar os arroubos da noite anterior. Parecia. O primeiro telefonema recebido me abalou, pois trazia a informação da morte de um companheiro de farda: coronel Amílcar Ferreira da Silva.

Conheci o colega, oriundo do Colégio Estadual do Amazonas, no NPOR ainda no 27 BC, quando aos dezoito anos fomos cumprir o dever militar. Ele, o aluno 101, eu o 111. Nascido e criado na avenida Getúlio Vargas, Amílcar conhecia ao coronel Neper Alencar que, àquela ocasião, era o comandante da Polícia Militar estadual. Esse entrosamento possibilitou que a metade da turma de R/2 fosse incluída na PMAM em junho de 1966.

Dois ou três desistiram nos primeiros dias no quartel da Praça da Polícia, desse modo ficamos em sete (Osório, Amílcar, Carlos, Ruy, Okada, Roberto e Ilmar, pela ordem de precedência). Um ano depois, Carlos graduou-se em engenharia civil e foi cuidar do ramo, desistindo da corporação. Três foram a óbito: Ilmar Faria (1999), Odacy Okada (2021) e, nesta manhã, Amilcar Ferreira.

Os sete "samurais" (Osório, Carlos, Roberto,
Ruy, Okada, Ilmar e Amílcar, a partir da esq.)

Sobre ele cabe registrar: esteve no comando da Companhia de Rádio Patrulha (1976-77), em seguida, do 1º Batalhão (1979-81), depois a direção do CPC (Comando do Policiamento da Capital) entre 1985-89; enfim, após a gestão de repartições do comando, assumiu o Comando-Geral da corporação (1991-92), empossado pelo governador Gilberto Mestrinho.

Posse do coronel Amílcar, sob a
presidência do governador Mestrinho

Os cursos profissionais foram realizados nesta sequência: Psicotécnico Militar-CEP (1967); Aperfeiçoamento de Oficiais-PMGuanabara (1971); Superior de Polícia-PMRS (1977). Ainda nesse ano pode concluir o bacharelado em Economia-Ufam. Outras atividades extra corporação: Diretor da Cosama (1983) e Assistente Militar da Assembleia Legislativa (1992).

Coronel Amílcar foi um homem competente nos termos da Força Estadual, apesar de bem-nascido sempre esteve ao lado dos colegas para obtenção de melhores soldos. Integrava com agrado o almoço dos coronéis reformados, que intitulei de AVC (Associação dos Velhos Coronéis), sendo o primeiro a comparecer. Enfim, a chuva da manhã trouxe a infausta notícia, e a chuva vespertina à hora do sepultamento reforçou a dolente despedida. Até a eternidade!

Sepultamento do coronel Amílcar no jazigo familiar, no
cemitério São João Batista