Moisés Almeida |
Conheci o entrevistado abaixo quando da seleção
para o curso de pós-graduação em História, na Universidade Federal de
Pernambuco, em 1998. Moisés
Almeida concluiu o curso, eu não. Apesar disso, permaneceu a amizade e meu
respeito pelo trabalho que ele desenvolve em Petrolina (PE), onde há dois anos
assumiu em escolha democrática a direção do Campus local da Universidade Estadual de
Pernambuco. E, dentro de minhas limitações, concordo com sua apreciação sobre a
Ordem e Progresso que andam em descompasso no País.
Entrevista
Segundo o dicionário, patriotismo é o
sentimento de amor, orgulho e devoção à pátria e aos seus símbolos. Aqui no
Brasil estamos comemorando desde o dia 1º a Semana da Pátria, mas alguns
estudiosos afirmam que o patriotismo está em extinção no país. O lema “ordem e
progresso” da Bandeira nacional, na prática, tem tido valor inverso.
Para o Mestre em História e diretor da
UPE, campus Petrolina, Moisés Almeida, os fatos que aconteceram no âmbito da
política, a exemplo das denúncias de corrupção no
país, contribuíram para colocar em cheque o sentimento de patriotismo do povo
brasileiro.
“Nós, particularmente no Brasil,
sofremos isso nos últimos anos, infelizmente, por conta das denúncias que
aconteceram no âmbito da administração pública, especialmente nos casos de
corrupção. Quando você tem uma crise como essa e a constatação de que aqueles
que dirigem o país, os que são responsáveis por fazerem as leis e até mesmo
julgar, e aí eu me refiro aos três poderes: judiciário, legislativo e
executivo, e você percebe que está faltando a ética e o cumprimento do dever,
isso arrefece na hora de você acreditar no país. Porém, eu penso que é preciso
continuar acreditando; esse é o país que eu vivo e preciso defendê-lo sempre,
em qualquer ocasião”, afirmou Moisés Almeida.
A motivação patriótica é quem faz com
que o povo tenha critério de escolha, “perder essa motivação é perigoso”,
destacou Moisés. Segundo ele, tem um dito popular que é uma frase muito ruim
quando se diz que ‘toda farinha é do mesmo saco’ e isso é complicado quando se
refere ao exercício da política. “Nem toda farinha é do mesmo saco, tem muita
gente boa, capaz, honesta com competência para fazer o melhor pelo Brasil”,
acrescentou.
Para Moisés sob o olhar da cidadania
pode-se ser patriótico quando se participa de fato, se envolve com as questões
do país. Nesse sentido, existem muitos elementos que possibilitam essa
participação efetiva nos espaços de decisão, a exemplo dos conselhos. “Que a
gente possa nessa semana da pátria, refletir sobre a participação nossa na
construção de um Brasil melhor”, concluiu.
Por Angela Santana
Central de Jornalismo da Voz do
São Francisco
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