Porto de Manaus, c1882. Ilustração de Le pays des amazones |
Resultado da circulação deste
Blog, recebi a mensagem abaixo, instando minha colaboração sobre a figura de
Alexandre Amorim. Para atender ao solicitado, sempre que encontrar algo novo
sobre a figura deste empreendedor, vou publicar nesse espaço. Espero assim colaborar
com a descendente dele, que pretende publicar bem mais sobre este reconhecido
construtor de nosso progresso na Província.
Primeiro a mensagem:
Para o coronel
Mendonça:
Eu li seu blog sobre a Amazônia várias vezes e, por ter encontrado muita informação útil, por isso espero que você possa me ajudar. Eu sou descendente direto de Alexandre Paulo de Brito Amorim e seu filho Napoleão de Amorim. Estou tentando pesquisar sua família e também os irmãos de Napoleão, mas não encontrei muita informação sobre eles. Eu espero que você possa me orientar para alguma informação acadêmica ou publicações que estão acessíveis na Internet. Eu vivo na Europa.
Eu encontrei informações na
internet sobre as atividades de Alexandre Amorim nos primeiros dias de Manaus
(atividades do governo como "cônsul"), mas um dos mistérios para mim
é como, com a idade de apenas 22 anos, ele foi nomeado cônsul para representar
Portugal? Ele era originalmente de Valdevez, Portugal, onde ainda existem
muitos membros da família Amorim.
Além disso, eu não sei muito
sobre meu bisavô Napoleão de Amorim. Eu tenho o seu atestado de óbito e algumas
cartas de sua família, nada mais. Seu irmão era o general Aurélio de Amorim; e seu
sobrinho era Américo Antony.
Estou esperando para encontrar
informações completas sobre a vida dessas pessoas a entender suas vidas, bem
como os seus nascimentos, casamentos e óbitos.
Eu também sou um descendente
direto do coronel João Capistrano da Silva Mota e, felizmente, eu tenho
informações sobre ele. É sobre a família Amorim que desejo continuar a minha
pesquisa.
Muito obrigado antecipadamente,
coronel Mendonça, para qualquer ajuda que você pode me dar. Por favor, perdoe o
meu pobre português (estou usando "Google translate")
atenciosamente,
KM
Começo copiando o verbete de
autoria de Agnello Bittencourt, em seu livro Dicionário Amazonense de
Biografias (Rio: Conquista, 1973).
ALEXANDRE AMORIM
Alexandre
de Paula de Brito Amorim, português de nascimento, consagrou cerca de 30 anos de
sua vida em prol do desenvolvimento comercial do Amazonas. Nasceu a 15 de
outubro de 1831, em Arcodevez, sendo filho de Francisco de Amorim.
Aos 18 anos de
idade deixou sua pátria, com destino ao Pará, onde chegou a 14 de julho de
1849, transportando-se em novembro de 1851 para Manaus, onde instalou
escritório da firma comercial Silva &
Cia., cuja matriz
se achava em Belém. Em 1853, separa os seus negócios e se estabelece em Manaus,
organizando a firma Amorim & Irmão.
Em Manaus,
Alexandre Amorim foi Cônsul de Portugal durante 20 anos, de 1853 a 1873. D.
Pedro agraciou-o com a venera de Cavaleiro da Ordem de Cristo; em 1871, foi
elevado a Comendador da mesma Ordem.
O Amazonas deve ao
laborioso português importante contribuição para o desenvolvimento da navegação
a vapor em nossos rios e as suas primeiras relações externas de comércio. Com
base na Lei provincial n° 158, de 7 de outubro de 1866, na presidência do Dr.
Gustavo Adolfo Ramos Ferreira, organizou a empresa Companhia Fluvial do Alto
Amazonas, cujos navios "Madeira", "Ururaí" e
"Jamuari" foram arautos do extraordinário progresso que, anos depois,
avassalou o Estado.
Em 1869 iniciou
suas operações, através de linhas para o rio Purus e rio Madeira, a princípio,
e para os rios Juruá, Solimões e Negro, depois. Seu biógrafo, o comendador
Manoel Pereira Gonçalves, refere-se a dificuldades e contrariedades que Alexandre
Amorim teve de vencer.
Em 1874, a Fluvial foi absorvida pela Amazon Steam
Navigation Co. Ltd., que
(barão de) Mauá fundara em 1872 em
Londres, como sucessora da Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas
(criada em 1852). A fusão da Fluvial com a empresa de Mauá foi aprovada
pelo Decreto nº 5.575, de 21-03-1874.
Em 1872, Amorim contratava com o Governo, em virtude da Lei
nº 242, de 27 de maio, a navegação entre Manaus e Liverpool. O vapor "Mallard" inaugurou em 1874 o
serviço das comunicações diretas regulares, emancipando, em grande parte, o
comércio amazonense da tutela do comércio paraense.
Para esse empreendimento Alexandre Amorim incorporou em
Londres uma empresa, a Liverpool and Amazon Royal Steam Ship Co. Ltd. A
linha era feita, além do "Mallard", pelo "Lilian", ambos
fretados.
A Assembleia Legislativa provincial, em sessão de 4 de maio
de 1874, mandou uma comissão de seus membros agradecer a Alexandre Brito Amorim
o serviço prestado ao Amazonas. Há, em Manaus, uma rua com o seu nome (ligando o bairro de Aparecida ao Centro).
Faleceu a 20 de junho de 1881, aos 50 anos.
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